domingo, 10 de fevereiro de 2008

Os dias Sagrado na Umbamda

Dias consagrados aos grandes Orixás da Umbandae festejados em todas as nações
20 de Janeiro
OXÓSSI
13 de Fevereiro
OMOLU
20 de Março
OXAGUIAN
23 de Abril
OGUM
13 de Maio
ALMAS (PRETO-VELHOS)
13 de Junho
XANGÔ (EXUS)
24 de Junho
XANGÔ
29 de Junho
XANGÔ
26 de Julho
NANÃ
15 de Agosto
IEMANJÁ
27 de Setembro
IBEJI
30 de Setembro
XANGÔ
25 de Outubro
IBEJI
2 de Novembro
SALAUIM (MORTOS)
22 de Novembro
CABOCLOS
4 de Dezembro
IANSÃ
8 de Dezembro
OXUM
25 de Dezembro
OXALÁ
As bandas se ramificam em sete legiões, repartidas em sete sublegiões. Estas, por fim, subdividem-se em sete povos.
· A primeira linha é chefiada por Oxalá e também é denominada linha de Santo, pois abrange os santos da Igreja Católica em geral.
· A segunda linha é a linha de Iemanjá, que engloba as ondinas, caboclas do mar e outras entidades relacionadas à água.
· A terceira linha, do Oriente ou de São João Batista, é formada por médicos, sacerdotes, hindus etc.
· A quarta linha, a linha de Oxossi, é a composta de caboclos e caboclas, ou seja, índios, sendo comandada por São Sebastião.
· Na quinta linha, a de Xangô-Agodô, comandada por São Jerônimo, trabalha Santa Bárbara, caboclos e pretos-velhos.
· A sexta linha é a linha de Ogum ou São Jorge, que lidera caboclos, pretos-velhos e soldados romanos.
· Por fim, a sétima linha é a linha Africana ou de São Cipriano, onde trabalha todo o povo da Costa do Congo, de Angola e todo povo da África.

CARTAS
CARTAS: São usadas por Ciganos. As cartas têm valores predeterminados; têm o seu valor interpretado conforme a posição em que cai.
I CHING: É usado pelos Orientais (Chineses, Japoneses, etc). Baseia-se nos Ideogramas formados por 6 linhas, de traços e pontos que predeterminam as respostas a serem dadas.
TARÔ: É de origem Fenícia. Foi demonstrada para o mundo ocidental através dos Egípcios, Persas e Caldeus.
BARALHO COMUM: É de origem dos Ciganos Otomanos (Turcos).
QUIROMANCIA: É também usada pelos Ciganos, leitura de mãos, herdada dos Egípcios assim como as Folhas de Chá.
GRAFOLOGIA: É de origem greco-romana.
FOGO e FUMAÇA: São de origem dos Aborígines de todo o mundo: Europeus, Americanos, Asiáticos, Africanos e Esquimós.
FOLHAS DIVERSAS: São de origem Egípcia, Hebréia, Árabe e alguns Silvícolas.
ÁGUA e LÍQUIDOS: São de origem das religiões ocidentais tais com: Cristianismo, Kardecismo, Umbanda, Protestantismo, Pentecostais, Adventistas, Testemunhas de Jeová, etc.
SOM: É a única forma universal, inerente à todos os povos desde a mais remota civilização conhecida, no trato com a Divindade da Adivinhação.
BÚZIOS: São de uso exclusivo da Umbanda e assemelhados.
BÚZIOS
Os Búzios são crustáceos (conchas) e devem ser jogados respeitando-se sempre o Ternário Sagrado, com 7 (sete) Búzios para cada lado.
São sete masculinos, sete femininos e setes neutros.
O búzio é um ser vivente, marítimo, hermafrodita (independente de ligação para fecundar).
No jogo de búzios, os masculinos são consagrados aos Orixás masculinos (Oxalá, Xangô, Ogum, Oxossi, etc.) e os femininos, consagrados aos Orixás femininos (Oxum, Iemanjá, Iansã, Nana, etc.).
Deve se levar em conta que ao se fazer a 1a jogada (que deverá ser com 21 Búzios), para onde pender os Neutros é a determinante do predomínio do jogo (lado masculino ou feminino).
Na Umbanda são usados exclusivamente Búzios para o IFÁ.
O Hifa é a 3a aresta do Poder Supremo. A ela respondem os três Orixás especiais em potencial.
1a
Comando do Hifa
Orixá TEMPO
2a
1a Auxiliar
Orixá OXUMARÊ
3a
2a Auxiliar
Orixá OSSANHE
Por essa razão o Hifa (Jogo de búzios) não é, e nunca será serviçal dos homens, como outros modos de adivinhação. Só responde quando achar que deve responder.
Portanto, jogadores de Búzios que dizem predizer o futuro, relembrar o passado e querem agir no presente com a devida segurança, devem tomar cautela para não se tornar vítima de um alto-engodo, por que o Hifa só responde quando e o que quiser. Cuidado!
HIERARQUIA MATERIALNO TERREIRO DE UMBANDA
MÃE PEQUENA (ou Pai Pequeno): É o responsável material pelas ordens, quer espirituais, quer materiais, emanadas da Cúpula Espiritual. É quem controla todos os médiuns, quer na disciplina, quer na pontualidade, quer nos uniformes, quer na organização de obrigações, festividades, enfim toda a parte material dos rituais de um terreiro. É também o Cambone Especial do Guia Chefe (Orientador Espiritual ou seu substituto), tendo sempre uma IAÔ, a que tiver melhores aptidões, para substituí-la , em caso de necessidade.CAMBONE DE EBÓ: Subordinado diretamente à Mãe Pequena, sendo o único responsável, por todas as entregas negativas do Terreiro.IABA: É a responsável pela cozinha do terreiro, pela confecção dos ageuns, amalás, e toda e qualquer comida necessária nos trabalhos.COTA: É subordinada e substituta da IABA (só utilizada nos terreiros de Nação).
SAMBA: Médium (mulher) em desenvolvimento.IAÔ: Médium (mulher) com feitura no Santo.MÃO DE FACA: Médium preparado especialmente para efetuar toda e qualquer matança de animais, quando necessário (muito usado em Nação)MÃO DE OFÁ: Médium preparado especialmente para fazer a Colheita e a quinagem das ervas usadas na Umbanda, para Amacís, Confirmações, assim como para remédios e banhos de descarga.OGÃ CALOFÉ: É o responsável por toda a corimba à ser puxada no terreiro, é também instrutor de toques de atabaque, assim como responsável, abaixo da Mãe pequena, pelo desenvolvimento do Pé de Dança, Médium preparado especificamente para isto.OGÃ DE ATABAQUE: Médium preparado, exclusivamente para os toques de atabaque.OGÃ DE CORIMBA: Médium preparado, exclusivamente para a puxada da Corimba (Pontos Cantados), respondendo diretamente ao Ogã Calo fé, à Mãe Pequena, ou em última instância, ao Chefe do Terreiro.CAMBONE: Médium (homem) em desenvolvimento.CASSUTÉS: Médiuns (homens) com feitura no Santo.NOTA: Nos Terreiros de Nação todo o médium, quer homens quer mulheres, com Feitura no Santo, chamam-se IAÔS.
DISTRIBUIÇÃO INTERNA DE UM TERREIRO
Um terreiro, para a prática da Umbanda, deve ter distintos os seguintes locais prefixados: O Stadium, O Peje ou Conga, Ala de Atabaques, Local da Assistência, Ronco, Casa de Exus, Cruzeiro das Almas, Tranqueira, e Casas ou Quartos dos Orixás, assim como Casa de matanças (opcionais só na Nação).O STADIUM: É o local onde os Médiuns (cavalinhos) fazem suas evoluções, e quando incorporados, os atendimentos. É nesse local que são efetuadas as Danças de Santo (também as brincadeiras para o Santo), o desenvolvimento, os atendimentos e as aulas, quando houver escola, dirigida pelo Orientador Espiritual.

O PEGÍ: É o Altar sagrado dos Rituais (ORÁCULO)O RONCÓ: Altar ou Peje particular do Chefe do Terreiro, onde são feitos todos os Rituais Herméticos dos seus filhos de terreiro, tais como: Amacís, Batizados, Confirmações e as demais obrigações. É exclusivo, para a troca de roupa do Chefe do Terreiro, e nele também são praticados os trabalhos de Rituais Especiais, quando necessário no atendimento de assistentes.CASA DE MATANÇAS: É o local de uso e responsabilidade da Mão de Faca para fazer as matanças de animais, quando necessário. (Nação)CASA DE EXU: É o local destinado à guarda dos apetrechos dos "Compadres", das obrigações dos mesmos, e da troca de roupa dos médiuns, quando incorporados com os Exus.CRUZEIRO DAS ALMAS: É uma lápide de mármore ou madeira, com 3 degraus, encimada por uma Cruz, a "CRUZ DAS ALMAS", e destina-se à queima de velas para as Almas, provenientes de promessas, compromissos, etc.TRONQUEIRA: Local destinado à ser feita a segurança primeira do terreiro e localiza-se de frente para a rua, do lado esquerdo de quem entra.Por direito, do lado direito do terreiro, devem ser erigidos tantas salas ou quartos, quantos sejam os Orixás, onde deverão ser implantadas as forças VIBRATÓRIAS e RITUALÍSTICAS de cada um, assim como, apetrechos e ferramentas, etc. É nestas salas, que se fazem os trabalhos especiais, com os médiuns ou para assistentes necessitados, de acordo com a necessidade vibratória.Na umbanda, não se deve utilizar Imagens ou Estátuas de outras religiões, apenas, vultos de Preto-velhos, Caboclos, Crianças e Exus;Quanto aos ORIXÁS, são representados pelas forças da natureza em que atuam.Exemplo:
XANGÔ = pedra
OGUM = ferro e assim por diante
Isto deve-se ao fato de que um Orixá é um espírito que nunca teve forma material, os que já a tiveram, são conhecidos como EGUNS.A única exceção simbólica é a de OXALÁ, e tem-se sempre um Vulto do Divino Mestre no centro do Peje, do Stadium, pois foi o único que teve por missão, usar um corpo material, conforme determinado pela Administração Sideral.
MEDIUNIDADE
Mediunidade é a ação consciente ou inconsciente dos seres encarnados, pois todos da chamada classe dos Racionais e alguns Irracionais possuem este Dom. A Mediunidade se divide em dois grupos principais e distintos, a saber:
Mediunidade Psíquica ou intuitiva
Mediunidade Somática ou mecânica
MEDIUNIDADE PSÍQUICA OU INTUITIVA: é aquela em que o médium, escuta palavras formarem-se no cérebro e as escreve (ou transmite) de livre e espontânea vontade. Como na maioria das vezes, a transmissão é rápida demais. Há neste grupo de mediunidade a possibilidade de que o médium escute uma coisa e transmita outra, ou melhor dizendo, escuta uma frase completa e dá-lhe sua própria interpretação, porém, na maior parte das vezes, contraria o sentido original do que foi recebido.
MEDIUNIDADE SOMÁTICA OU MECÂNICA: é aquela em que o Espírito domina e utiliza parte do corpo do médium, ou o todo, independentemente e sem possibilidade de interveniência do mesmo.
Em ambos os grupos de Mediunidade acima mencionados, encontram-se os seguintes tipos de mediunidade, em ordem decrescente em grau:
7) CLARIVIDÊNCIA
6) VIDÊNCIA
5) PSICOGRAFIA
4) AUDIÇÃO
3) CURADORA
2) PASSISTA
1) INCORPORAÇÃO (Mediunidade de Prova)
Todos os seres encarnados possuem estes sete tipos de Mediunidade, quer seja só de um grupo ou de ambos, latente à espera de um desenvolvimento (ou aprimoramento), porém tem sempre acentuado em especial, um dos tipos, que será a sua Mediunidade na presente existência.
Exemplo: é passista, curador, porém tem na incorporação o tipo mais intenso, pelo qual se desincumbirá dos demais.
CLARIVIDÊNCIA: é a atuação de uma vibração na mente do médium, descrevendo através dela quadros possíveis de acontecer, dependendo do fator TEMPO.
VIDÊNCIA: é uma mentalização material, inata, podendo ver coisas materiais, passadas em outro local e/ou espirituais, de olhos abertos e de frente.
PSICOGRAFIA: é a faculdade mediúnica de receber vibrações, que os fazem transcrever mensagens espirituais.
AUDIÇÃO: é aquela em que o médium ouve vozes, transmitindo as boas e más notícias.
CURADORA: é a faculdade inata e esclarecedora da cura, através de conselhos, ervas, etc.
PASSISTA: é a capacidade de movimentar vibrações através de passes para equilibrar e fortalecer as forças positivas e diminuir e também equilibrar, as forças negativas.
INCORPORAÇÃO: é a faculdade de entregar o seu corpo à vibração do plano astral, facilitando a comunhão do Espírito Comunicador com as vibrações materiais do seu corpo, para que, através do mesmo, seja dado o socorro, a ajuda, enfim o esclarecimento e tudo necessário aos eternos pedintes que somos.
MÉDIUM: é o intermediário entre o plano físico (ou material) e o plano espiritual. Levando-se em conta os sete tipos principais de Mediunidade, cremos que 80% dos médiuns existentes têm como classificação primordial a INCORPORAÇÃO, porquanto este orbe é um planeta presídio e de expiação de faltas Karmicas. Os 20% restantes está proporcionalmente distribuído entre os restantes tipos de Mediunidade. Fazem parte fundamental do Curriculum do médium, que entende a sua missão, os seguintes quesitos voluntários:
HUMILDADE
OBEDIÊNCIA

DESPRENDIMENTO
DISCERNIMENTO
PROPÓSITO
FIM
O Fim, é o aprimoramento que o médium procura em todos os outros quesitos, e é vislumbrado quando o Ser percebe que o uso condigno e confiante da Mediunidade, tem valia em algo de bem e de bom para alguém. Todo o Ser é um iniciado em potencial, ignorando de início o Modus Operanti, utilizando-se do seu Livre Arbítrio, estudando o fenômeno, progredirá de acordo com a intensidade de suas qualidades essenciais.
Por esta razão, nem todos os médiuns têm progresso idêntico. Ser médium é em síntese, ser um pesquisador constante, que inicia por conhecer-se à si próprio, descobrindo e equilibrando suas forças positivas e negativas, para depois então, e só então, partir para o estudo do Universo que o rodeia. Mais Mediunidade no Glossário Eclético
SENTIDOS
Os sentidos humanos são em número de 7, divididos em dois grupos, à saber:
Sentidos Extra Sensoriais
Sentidos Materiais
Os sentidos humanos, têm relação direta com os ORIXÁS, e na Umbanda se relacionam da seguinte forma:
SENTIDOS
TIPO
ORIXÁ
1. PALADAR
MATERIAL
ALMAS, PRETO-VELHOS
2. OLFATO
MATERIAL
OXÓSSI
3. VISÃO
MATERIAL
OGUM
4. AUDIÇÃO
MATERIAL
XANGÔ
5. TATO
MATERIAL
IBEJI
6. CLARIVIDÊNCIA
EXTRA SENSORIAL
SENHORAS (OXUM, IEMANJÁ, IANSÃ, NANÃ)
7. INTUIÇÃO
MATERIAL
OXALÁ
* A voz é o elo de complementação entre todos os sentidos.A Intuição é um sentido extra sensorial que faz a ligação direta entre os Espíritos Protetores (ELEDÁ) e o espírito do ser encarnado, através de ordens, conselhos, advertências e avisos, muita vez confundido com a própria consciência do ser encarnado. É este sentido que nos faz, as vezes, ouvir vozes interiores, à zelar por nossos passos.
Clarividência espontânea
Clarividência provocada
A Clarividência espontânea é aquela que, acontece independente da nossa vontade, formando quadros de advertência, nas ocasiões e lugares menos esperados.
A Clarividência provocada o é através de duas formas diferentes: a Mentalização e a Vidência. A Mentalização é a forma, grosseiramente material da clarividência em si, e consiste em mentalizar à quem se deseja falar, ou ver, tentando fazê-lo de olhos cerrados, até conseguir.A Vidência é a faculdade que todos têm inata, podendo ser desenvolvida, através de exercícios especiais, para que possa ver (de olhos abertos), à sua frente ou através de Copo com Água, Bola de Cristal, Fumaça, etc., as Forças de Vibração Espirituais ou também Forças de Vibração Materializadas.
VIDÊNCIA - CLARIVIDÊNCIA3a VISÃO
Abaixo, damos os exercícios praticados na Umbanda, Ritual do Omolocô, cruzada com o Oriente, que deverão ser ensinados aos neófitos, até atingirem, a perfeita sintonia Interior/Exterior com o Universo.
1a Etapa - VIDÊNCIA: Exercícios destinados à percepção de seres extra-sensoriais, que serão feitos através de: Bolas de Cristal, Copo de Cristal (liso) com água pura ou a fumaça da queima de elementos volatilizantes (Incenso, Benjoim e Mirra). O praticante deverá estar sentado, com o corpo relaxado, com o objeto do treinamento à sua frente. Deverá também estar com roupas adequadas, de coloração verde, num ambiente iluminado com uma luz verde. A prática destes exercícios, tem como horário ideal, o período entre as 6hs e as 18hs, depois do praticante cumprir os preceitos abaixo:1) Isenção de todo o tipo de alimentação animal, que implique no sacrifício do mesmo, nas 12 horas anteriores ao exercício. 2) Isenção de sexo e álcool pelo mesmo período. 3) Banho de descarga de alfazema (vide Nota no 1)
2a Etapa - CLARIVIDÊNCIA: Exercícios destinados à percepção de seres extra-sensoriais, com os olhos fechados; O praticante deverá estar sentado, com o corpo relaxado, usando roupas adequadas de coloração azul, num ambiente iluminado com uma luz azul. A prática deste exercício consistem, de olhos fechados, procurar vislumbrar no cristalino dos olhos, as imagens e/ou quadros que irão se formar, sendo o horário ideal para este tipo de exercício, o período entre 22hs e 2hs, depois do praticante cumprir os preceitos abaixo:1) Isenção de todo o tipo de alimentação de origem animal que implique no sacrifício do mesmo, nas 24 horas anteriores ao exercício 2) Isenção de sexo e álcool pelo mesmo período. 3) Banho de descarga de sândalo. (vide Nota no 2)
3a Etapa - 3a VISÃO: Exercícios destinados à abertura da 3a Visão, que dará ao praticante, a interligação direta com os 7 Planos Paralelos, proporcionando-lhe a possibilidade de auscultar as vidas anteriores, atuais e posteriores de todos os seres, vivos e mortos. O praticante deverá estar com roupas adequadas de coloração amarela, num ambiente iluminado com luz amarela, em postura Iogue de fluência do Kundaline. A prática do exercício consiste em entrar em estado de ALFA, sendo o horário ideal para este tipo de exercício, o período entre as 2hs e as 6hs, depois do praticante cumprir os preceitos abaixo:1) Isenção em definitivo de sua vida, a alimentação de origem animal, quer com seu sacrifício ou não. 2) Isenção de sexo e álcool nos 7 dias anteriores ao exercício. 3) Banho de descarga de CEDRO. (vide Nota no 3).
NOTAS
Nota no 1: A primeira etapa, quando cumprida com o amor necessário, será galgada em 7 lunações.
Nota no 2: É normalmente chamado de concentração, com os olhos fechados, tentando ver o Sol brilhando. O tempo de duração desta etapa é identicamente igual à anterior.
Nota no 3: O preceito do item 2, tem a duração especificada somente durante os exercícios; após dado como pronto, o praticante deverá abolir em definitivo, o sexo e o álcool, de sua vida. O tempo de duração em média dos exercícios será de 21 lunações.
ÁGUA
A Água é um fator preponderante na Umbanda. Ela mata, cura, pune, redime, enfim ela acha-se presente em todas as ações e reações no orbe terráqueo, basta exemplificar com as lágrimas, que são água demonstrando o sentimento, quer seja positivo ou negativo.Sabemos que três quartas partes do globo, do planeta que habitamos, é coberto por água; 86,9% do corpo humano é composto de água ou carboidratos; mais ou menos 70% de tudo que existe na Terra leva água, tornando-se desta forma o fator predominante da vida no Planeta. Por esta razão, ela é utilizada na Quartinha, no copo de firmeza de Anjo de Guarda.
COLOQUE UM COPO COM ÁGUA DO MAR OU ÁGUA COM SAL ATRÁS DA PORTA.
Qual é o porquê disto?Por que a água tem o poder de absorver, acumular ou descarregar qualquer vibração, seja benéfica ou maléfica. Nunca se deve encher de água, o copo até a boca, porque ela crepitará. Ao rezar-se uma pessoa com um copo de água, todo o malefício, toda a vibração negativa dela passará para a água do copo, tornando-a embaciada; caso não haja mal algum, a água ficará fluidificada. Nunca se deve acender vela para o Anjo da Guarda, para cruzar o terreiro, para jogar búzios, enfim, sem ter um copo de água do lado. A água que se apanha na cachoeira, é água batida nas pedras, nas quais vibra, crepita e livra-se de todas as impurezas, assim como a água do mar, batida contra as rochas e as areias da praia, também acontece o mesmo, por isso nunca se apanha água do mar quando o mesmo está sem ondas.A água da chuva, quando cai é benéfica, pura, porém, depois de cair no chão, torna-se pesada, pois atrai à si as vibrações negativas do local.Por esse motivo nunca se deve pisar em bueiros das ruas, porque as águas da chuva, passando pelos trabalhos nas encruzilhadas, carrega para os bueiros toda a carga e a vibração dos trabalhos; convém notar que os bueiros mais próximos da encruzilhada são os mais pesados, porém não isenta de carga, embora menos intensa, os demais bueiros da rua.
OBRIGAÇÕES NA UMBANDA
O que é uma OBRIGAÇÃO?
É a confecção de um ponto de atração e ligação entre um ser encarnado e uma Força Superior (um Orixá). Na Umbanda essas ditas Obrigações, são preparadas com elementos naturais, fazendo desta forma uma alquimia, tal que, determina a Freqüência do Orixá desejado.
Qual é a melhor forma de determinar esta dita freqüência?
Pelo conhecimento detalhado de cada Orixá, a sua força, seu atributo, seu Oti (bebida), suas ervas, seu Amalá (comida), chegaremos à um determinado modo de fazer este Orixá vibrar.
As Obrigações se dividem em:
Feitura do Santo
Reforço do Santo
Emergenciais
As obrigações da feitura e do reforço são idênticas, já nas emergenciais, mudam de aspecto.
As obrigações da Feitura de Santo, como o próprio termo está dizendo, é preparado e entregue quando o filho é feito no Santo, só e exclusivamente nesta ocasião.
Pelo menos uma vez ao ano, na data dos Orixás, o filho deverá fazer um reforço das obrigações de feitura.
As emergenciais só deverão ser usadas em casos realmente de emergência (caso de uso de anestésicos em operações, assédios espirituais e possessões) e com a aquiescência e anuência de uma Coroa Maior.
As Obrigações na Umbanda devem ser feitas na seguinte ordem após o Amací, o Batismo e a Confirmação:
1a OBRIGAÇÃO DE EXU com o fito de resguardo do filho de ataque de inimigos esporádicos. Após a de Exu, deverão ser feitas as obrigações dos demais Orixás (quer masculinos, quer femininos) exceto os do Eledá (Pai e Mãe de cabeça) que ficarão por último e que serão efetuados quando da feitura da pré-camarinha, nos filhos que não terão comando de terreiro e na Camarinha aos que se destinam ser Chefes de Terreiros (Babalorixá). Por terem os filhos de terreiro feito as obrigações de feitura (exceto a do Eledá), é que se torna imprescindível o reforço anual das obrigações já efetuadas. Quanto ao Eledá fica inteiramente à critério de cada filho fazer-lhes um AGRADO a contento.
A condição de ter o filho feito obrigações para os diversos Orixás do Panteon durante a sua feitura não determina necessariamente que tenha guias (colares) deste ditos Orixás. Esse colares devem ser pedidos pelas Entidades trabalhadoras e responsáveis durante o tempo da espera da Pré-camarinha ou Camarinha, porém, a cada guia nova corresponde a um novo reforço.
FIRMEZAS
Firmezas são, toda e qualquer forma material de magnetização, em determinado local, de freqüências adequadas à proteção do ambiente.
As firmezas se dividem em três grandes grupos, à saber:
Interna
Externa
Contra terceiros
FIRMEZA INTERNA - É toda aquela que é feita no interior do recinto de trabalho, à saber:
Firmeza do Stadium (terreiro) - Ponto feito à esquerda (entrada) e outro à direita (saída)
Firmeza do Pegi (material e espiritual)
Firmeza dos trabalhos (Defumador)
FIRMEZA EXTERNA - É toda aquela destinada a barrar fora do terreiro as influências espirituais negativas.
Cruzeiro das Almas
Casa dos Empregados (Exus em geral)
Tronqueira (firmeza para os Exus da casa)
FIRMEZA CONTRA TERCEIROS - Para evitar interferência espiritual de terceiros (visitantes, vizinhos, etc..)
Portas e Janelas
Assistência
Ambiental
Firmeza Interna - Colocada no Peji, 1 (um) copo com água (calunguinha) e uma vela; para não permitir a entrada de cargas negativas e também firmeza para o Anjo de Guarda dos participantes. Além disso tem também a Quartilha e a firmeza dos Orixás (o atabaque), que os representa.
Firmeza externaRua - Entrada - A tronqueira situa-se do lado esquerdo do portão principal, de quem entra em um terreiro e destina-se à magnetização de freqüências especiais, para que o Empregado da casa possa dar a sua parcela de trabalho, tomando conta de quem entra. Neste local, normalmente são colocados os pontos riscados do Exú da casa, copos e/ou taças com as bebidas preferidas e velas, para iluminar a vigilância dos sentinelas.
Firmeza contra terceiros - É distribuída e praticada, desde a tronqueira, até o Peji, a saber: Portas, janelas, entrada e saída do Stadium, todas firmadas pelo Chefe do Terreiro (Babalorixá/Ialorixá) antes da abertura inicial dos trabalhos do terreiro.
Firmeza da Assistência - É feita através do Defumador e serve para magnetizar todos numa freqüência positiva e uníssona. Por isso não se deve entrar num terreiro depois de começados os trabalhos.
Firmeza Ambiental - É feita em partes iguais, pelo defumador, pelo calunguinha do Pegí e pelo cruzeiro das almas.
PLANOS E GRAUS
A Umbanda existe desde que o SENHOR iniciou a criação, afetando à todos os seres encarnados ou não, nascidos ou por nascer, em todos os reinos. Ela traz em seu bojo um sistema de controle do Cosmo, estabelecido pelo Astral Superior, cognominado de Planos e Graus. Por este sistema, a menor vibração no universo, desde que comece a vibrar, obedece inexoravelmente ao controle do Astral Superior.
Foi estabelecido que os Planos de Evolução, em número de 7, fazem parte do acervo espiritual do Ser e consequentemente os Graus de Evolução, também em número de 7, fazem parte do acervo material do mesmo Ser.
Entendamos como acervo espiritual, a caminhada que a vibração faz através dos sete planos, a caminho do Grande Foco, de onde foi destacada ainda bruta, necessitando se lapidar.
Entendamos como acervo material, a caminhada que o Ser desenvolve através das vidas materiais sucessivas (encarnações), com iguais oportunidades de progresso para que possa vencer 6, dos 7 graus da escala. Caso o Ser não consiga em uma vida material (encarnação), ultrapassar ou ter mérito para galgar o grau seguinte da escala, ele retornará quantas vezes se tornar necessário para que o faça. Ao conseguir, o Ser, atingir o 6o grau em determinado plano, com mérito de evolução ao desencarnar, receberá dupla promoção, isto é, em vez de galgar para o 7o e último grau do Plano em que estava, ele será transferido, com mérito, para o 1o grau do Plano subseqüente. Convém notar que um Ser, ao conseguir atingir com mérito o 6o grau do Plano 6, terá como promoção ou prêmio a isenção definitiva de reencarne em Orbes Materiais. Ex: As entidades que incorporam em médiuns, em diversos rituais espiritualistas, inclusive na nossa Umbanda (Caboclos, Preto-velhos, etc.).
Na Umbanda, todo médium tem um ELEDÁ, ou seja, Pai e Mãe de cabeça, Eledá este comandado pelo Pai, sendo cada um dos Eledás, encaixados em um Plano definido à saber:
Plano sete
OXALÁ
Plano seis
SENHORAS (Oxum, Iemanjá, Iansã e Nana).
Plano cinco
IBEJI
Plano quatro
XANGÔ
Plano três
OGUM
Plano dois
OXÓSSI
Plano um
ALMAS
Por sua vez, os Graus são utilizados para medir a evolução do médium na corrente fraterna:
GRAUS
PERCENTAGEM
MEDIUNIDADE
ESP.
MAT.
1
7%
93%
Totalmente consciente, podendo alterar, melhorar ou piorar a comunicação recebida.
2
30%
70%
Consciente, porém conhecedor de suas responsabilidades.
3
50%
50%
Perde a consciência e a memória, durante determinados trabalhos.
4
75%
25%
Semi-inconsciência - Vê tudo, assiste à tudo sem interferir, depois esquece
5
90%
10%
Semi-inconciência, em que a Entidade apaga tudo, não permitindo qualquer interferência do médium.
6
93%
7%
Inconsciência total, durante os trabalhos, só sendo permitido ouvir, quando necessário ao aprendizado do médium.
7
-
-
Só galgado após o desenlace, com mérito.
Entenda-se entretanto que, a partir do 3o grau, a escala não é tão rígida, dependendo da vontade das Entidades, das condições emocionais e de problemas orgânicos dos médiuns; por essa razão, os médiuns ao se entregarem aos trabalhos mediúnicos, devem se isolar de todos os problemas materiais e pessoais.
FREQÜÊNCIAS DE VIBRAÇÃO
Todo médium (ser vivente) ao reencarnar, traz consigo para controle do invólucro material, três (três) Freqüências de Vibração distintas, à saber:
Freqüência de Vibração Nominal
Freqüência de Vibração Operacional
Freqüência de Vibração de Transição
FREQÜÊNCIA NOMINAL: é a freqüência original de interligação do espírito encarnado e seu invólucro material.FREQÜÊNCIA OPERACIONAL: é a freqüência original alterada, de acordo com a necessidade da Entidade à incorporar.FREQÜÊNCIA DE TRANSIÇÃO: é o limite de vibração do Ser, que se atingida, ocasionará o desenlace material do Ser.
No gráfico acima se demonstrou os tipos de freqüências, com determinados valores numéricos somente para efeito de exemplificação, porquanto cada Ser vivente têm suas freqüências distintas e únicas.A Freqüência Operacional é mais ou menos dez por cento abaixo da Freqüência de Transição. É na maneabilidade destas freqüências que se processa o desenvolvimento mediúnico. Suponhamos, para exemplificação, que determinada entidade (Egum) vibre numa faixa aproximada de 1.000 magas. Após a feitura de determinadas obrigações, banhos de descarga, etc., esta entidade é atraída sobre o médium, pela concentração do mesmo em combinação com o Ponto Cantado. Nessa primeira aproximação a Entidade faz um enorme sacrifício, para descer de sua vibração original de 1.000 magas, para 100k, para onde atrai a Freqüência Nominal do médium, que com isso tem alterados o ritmo cardíaco, o pulso e a temperatura. Assim que cessa o cântico, a Entidade retorna à sua vibração original, permitindo desta forma que a freqüência do médium retorne também à sua faixa nominal.Na próxima vez em que o médium estiver em corrente vibratória de desenvolvimento, ao ser cantado o ponto específico daquela Entidade, o médium automaticamente passará, se bem concentrado, a vibrar na freqüência de 100k, anteriormente alterada pela entidade, o que facilita a aproximação da mesma; quando do término do Ponto, a Entidade se retirará, deixando a alteração da Freqüência Nominal do médium dobrada (200k), para que o mesmo, da próxima vez vibre automaticamente nesta última freqüência. E assim se sucederá, tantas e quantas vezes necessárias for, para que o médium atinja a freqüência de operação ideal, quando então a Entidade já firmada, poderá manusear a sua máquina de transmissão sem embargos outros.
HÁ PERIGO DE VIDA NA INCORPORAÇÃO E DESINCORPORAÇÃO DE ENTIDADES?
Sim, pois se a Entidade opera idealmente a 10% da Freqüência de Transição do médium, qualquer quebra de corrente, pode provocar a ultrapassagem do limite operacional, atingindo a Freqüência de Transição e nesta ocasionando o desenlace (morte) do médium, pela ruptura do elo de ligação entre o Espírito encarnado e o corpo físico. No momento da incorporação, com a aproximação da Entidade, a Freqüência do médium sobe vertiginosamente, para atingir a sua faixa operacional, e uma quebra de corrente neste momento, provocará a ausência do Dreno no momento propício ao equilíbrio da Freqüência Operacional.Por outro lado, é igualmente perigoso, com risco de vida, uma quebra de corrente no momento exato em que a Entidade solta o médium a 10% de sua Freqüência de Transição; poderá ultrapassar a dita freqüência, em vez da tendência natural de baixar, ocasionada pela elevação da freqüência, na dita quebra de corrente. Há que se lembrar que a expansão da freqüência é bilateral (Positiva e Negativa) pois que ao atingir o médium sua freqüência de operação positiva, para a incorporação das Entidades necessárias à determinado trabalho, atingirá também a sua freqüência de operação negativa, por meio da qual trabalhará o empregado, o capangueiro, o Exu, enfim o elementar predestinado ao trabalho de SAPA (vide gráfico na codificação de freqüências).Ao atingir a sua freqüência de operação, é dispensável ao médium que se preocupe se tem ou não Consciência, porquanto, a consciência, a semiconsciência e a inconsciência são fatores dependentes diretos do Grau de Evolução do médium, ficando destarte independente da freqüência de operação.ENCOSTO: É a vibração de uma freqüência negativa sobre o Ser, superior à sua Freqüência Nominal positiva, neutralizando-a. POSSESSÃO: É a vibração de uma freqüência negativa que atinge o Ser no ponto exato da sua freqüência nominal negativa, tentando substitui-la.Tudo na vida é a resultante de duas forças antagônicas. Assim também o é na missão mediúnica.A ATRAÇÃO (positiva) e a REPULSÃO (negativa) geram na vida material do Ser, uma resultante, conhecida como PERSONALIDADE.Na missão mediúnica, estas duas forças antagônicas geram uma resultante conhecida como GRAU DE EVOLUÇÃO.
CODIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DAS DIVERSAS FREQÜÊNCIAS QUE ATUAM SOBRE OS SERES ENCARNADOS
Descrição
A
Freqüência +10 -10
Chama-se Freqüência Nominal, ou seja, a normal do ser vivente
B
Freqüência +20 -20
Início do desenvolvimento, incidência da 1a Vibração Espiritual recebida
C
Freqüência +30 -30
Desenvolvimento ativado. Freqüência só apresentada na 4a ou 5a vez em que a Entidade vibra sobre o médium
D
Freqüência +30 -10
Elevação demasiada da freqüência é marcada pelo enlevo do médium, na tentativa de tornar-se só positivo, prejudicando destarte o equilíbrio indispensável; Também pode ser considerado como Animismo.
E
Freqüência +10 -10
Freqüência Nominal, após o início do desenvolvimento. Nota-se o espaçamento entre os ciclos, demonstrando o estado de relaxamento quer material, quer espiritual do ser encarnado.
F
Freqüência +10 -30
Quebra de Corrente. Quando o médium trabalha com o seu lado negativo, a freqüência semelhante.
G
Freqüência +30 -30
Incorporação comprovada, dando condições para a prática da caridade. Nota-se as freqüências positivas e negativas exatamente idênticas, assim como o espaçamento entre os ciclos. É neste estado, também chamado de harmônico que a entidade pode encaixar e firmar a harmônica da sua própria freqüência, e assim permanecer enquanto necessário for.
H
Freqüência +10 -10
Aparente freqüência nominal do médium apresentada na ocasião do desencaixe da harmônica de freqüência da entidade. (Desincorporarão - 1a fase)
I
Freqüência +10 -10
Descarga provocada pela saída harmônica da entidade, reverberação necessária ao reaparelhamento da freqüência nominal do médium. (Desincorporarão - 2a fase)
J
Freqüência
Freqüência nominal do médium, após o trabalho espiritual
Item C - Também chamada FREQÜÊNCIA ALFA ou o desligamento do mundo material.
Item G - Também camada FREQÜÊNCIA TETRA ou o isolamento total e temporário do mundo material (Relaxamento ou Transe), o qual pode durar por horas.
Itens H+I+J - Este movimento de freqüências é normalmente executado em conjunto não excedendo mais do que um segundo do nosso tempo, medido no planeta.
Cada freqüência de vibração, pode gerar harmônicas, sub-harmônicas e micro-harmônicas, etc. que serão transformadas por si só em:
· 7) Freqüência de Atração
· 6) Freqüência de Aglutinação >LI>5) Freqüência de Condensação
· 4) Freqüência de Refração
· 3) Freqüência de Reverberação
· 2) Freqüência de Potencialização
· 1) Freqüência de Desintegração
que resumem a Força Potencial de um Espírito.
Quando enclausurado na matéria, esquece umas, exerce outras e desconhece a maioria.
Cabe portanto ao ser encarnado que quer fazer pleno uso consciente do seu Livre Arbítrio, através do poder de sua vontade, conhecer, aprender, exercitar e usar dentro das necessidades, as diversas vibrações da Força Potencial do seu Espírito, que deverá ser feita:
Através do seu cérebro
Através dos seus sentidos (5 materiais e 2 dois sensoriais {Vidência e Clarividência})
Através da necessidade da ajuda a ser dada à outrem

INFLUÊNCIA ANUAL DOS ORIXÁS E REGÊNCIAS
Todos os Orixás atuam sobre os seres encarnados durante todo o período de um ano, porém de maneira mais acentuada nos seus espaços de atuação direta, à saber:
ORIXÁ
ESPAÇO DE ATUAÇÃO ACENTUADA
ATRIBUTO
OXALÁ
De 17 de dezembro (A Anterior) à 07 de janeiro (A Posterior)
FORTALEZA
OXÓSSI
De 08 de janeiro a 14 de fevereiro
CONSELHO
XANGO
De 15 de fevereiro a 05 de abril
SABEDORIA
OGUM
De 06 de abril a 02 de maio
JUSTIÇA
ALMAS
De 03 de maio a 28 de maio
PUREZA
XANGO
De 29 de maio a 05 de julho
SABEDORIA
NANÃ
De 06 de julho a 04 de agosto
RESPEITO
IEMANJÁ
De 05 de agosto a 17 de setembro
RESPEITO
IBEJI
De 18 de setembro a 12 de outubro
ENTENDIMENTO
XANGO
De 18 de setembro a 22 de outubro
SABEDORIA
ALMAS
De 23 de outubro a 18 de novembro
PUREZA
OXUM
De 18 de novembro a 10 de dezembro
RESPEITO
IANSÃ
De 18 de novembro a 10 de dezembro
RESPEITO
PRECEITOS
Como em todo e qualquer dogma, a Umbanda também faz uso de preceitos específicos e predeterminados. Na Umbanda os preceitos são, abstenções voluntárias, em benefício da positivação ou negativação de cada um, e se dividem em 3 grupos distintos, à saber:
Primordial
Opcional
Ocasional
PRIMORDIAL: É o preceito indispensável a todos os médiuns sem exceção, como preparativo para os trabalhos mediúnicos nas sessões de terreiro, e se dividem em 7 itens:
Isenção de sexo, pelo menos, 8 horas antes do início dos trabalhos mediúnicos.
Isenção de ingestão de produto animal que dependa do sacrifício do mesmo, inclusive peixes, isenção esta à partir de 24 horas antes do trabalho mediúnico.
Isenção nas 12 horas anteriores ao trabalho mediúnico, de maus pensamentos, (ódio, orgulho, inveja, vaidade)
Uso de roupa apropriada e pré-determinada para o trabalho mediúnico.
Banho de descarga, conforme determinado à cada um.
Pontualidade ao início da corrente fraterna.
Entregar-se ao trabalho espiritual, sem a preocupação com a hora do término do mesmo.
OPCIONAL: É o preceito que, em adendo ao primordial, é determinado pelo Orientador Espiritual ou pelo Chefe do terreiro, para determinados médiuns:
Isenção de produtos animais, mesmo que não dependam do sacrifício dos mesmos. Exemplo: Manteiga, queijo, ovos, leite, etc.
Banhos de descarga especiais e específicos.
Firmeza extraordinária do Anjo de Guarda.
OCASIONAL: É o preceito de emergência, o que é praticado em caso de emergência, quando necessário ao trabalho mediúnico, fora da corrente fraterna.
Firmar os Anjos de Guarda; o seu e da pessoa a ser atendida.
Exigir no local o mais absoluto silêncio e concentração
Pedir licença e salvar o Orixá TEMPO.
Mentalizar o Divino Nazareno, invocando a Ele a permissão do trabalho sem os preceitos normais e rogando-lhe o auxílio do Astral Superior.
Independente de todos estes preceitos, todo o médium deve abster-se durante o trabalho mediúnico, de jóias, bijuterias, objetos metálicos e dinheiro; enfim o médium deve procurar estar o mais puro possível para ingressar na corrente fraterna.
HORAS NA UMBANDA
Todas as horas da Umbanda, são controladas por um Orixá independente dos demais, pouco conhecido, chamado ORIXÁ TEMPO, que é o determinante do envio das vibrações cósmicas, assim como o momento exato da utilização do ritual necessário. Como estamos encarnados no terceiro planeta, do sistema solar, controlado por uma estrela de 5a grandeza, da 2a Galáxia, um planeta presídio por nós chamado de Terra, temos que nos atentar ao sistema de contagem de tempo do mesmo, embora que não muito consonante com o Tempo Real. Baseados na nossa forma de contagem de Tempo, a Umbanda divide as horas de um dia em três tipos diferentes, a saber:
Horas Abertas
Horas Fechadas
Horas Neutras
HORAS ABERTAS: São consideradas horas abertas na Umbanda, as não classificadas como neutras ou negativas, portanto, positivas para a feitura de qualquer dos trabalhos abaixo enumerados:
Mentalização
Vidência
Irradiação
Jogo de Búzios
Agrados
Amalás
Amacís
HORAS FECHADAS: São aquelas que, nenhum dos atos ritualísticos ou litúrgicos descritos acima podem ser efetuados. São considerados horas fechadas, os 15 minutos anteriores e posteriores à HORA PEQUENA e à HORA GRANDE, ou seja, de 11:45hs às 12:15hs, assim como também de 23:45hs às 00:15hs, horas que são destinadas à entrega de EBÓS, DESCARREGOS, ou o emprego da Força Negativa para a prática do bem.
Nestas Horas Fechadas, não se deve praguejar, amaldiçoar, discutir, entrar ou sair de lugares cobertos e freqüentar locais espúrios.
HORAS NEUTRAS: São aquelas em que qualquer tipo de Ato Litúrgico ou Ritualístico, é dado à cada um segundo o seu mérito.
Estas Horas Neutras da Umbanda são muito utilizadas no Esoterismo e classificadas como HORAS TERÇAS e HORAS NONAS (6hs e 18hs).
NOTA: Excetuando-se as Horas Negativas e Neutras, todas as outras horas do dia são consideradas como positivas.
Das 7 Linhas da Umbanda, apenas três podem interferir e alterar o ritual praticado em todas as horas:
A Linha de Oxalá
A Linha das Senhoras (OXUM, IEMANJÁ, IANSÃ e NANÃ)
IBEJI
DISCRIMINAÇÃO DAS HORAS NA UMBANDA

HORAS
SEMANA
-
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
Observe.
Espaço de 15 minutos após as 0hs até 00:15hs
Negativa
Até 1h
Almas
Ogum
Xangô
Oxossi
Oxalá
Senhoras
Ibeji
Positiva
De 1 às 2hs
Oxossi
Xangô
Ibeji
Ogum
Almas
Oxalá
Senhoras
Positiva
De 2 às 3hs
Ogum
Ibeji
Senhoras
Xangô
Oxossi
Almas
Oxalá
Positiva
De 3 às 4hs
Xangô
Senhoras
Oxalá
Ibeji
Ogum
Oxossi
Almas
Positiva
De 4 às 5hs
Ibeji
Oxalá
Almas
Senhoras
Xangô
Ogum
Oxossi
Positiva
De 5 às 6hs
Senhoras
Almas
Oxossi
Oxalá
Ibeji
Xangô
Ogum
Neutra
De 6 às 7hs
Oxalá
Oxossi
Ogum
Almas
Senhoras
Ibeji
Xangô
Positiva
De 7 às 8hs
Almas
Ogum
Xangô
Oxossi
Oxalá
Senhoras
Ibeji
Positiva
De 8 às 9hs
Oxossi
Xangô
Ibeji
Ogum
Almas
Oxalá
Senhoras
Positiva
De 9 às 10hs
Ogum
Ibeji
Senhoras
Xangô
Oxossi
Almas
Oxalá
Positiva
De 10 às 11hs
Xangô
Senhoras
Oxalá
Ibeji
Ogum
Oxossi
Almas
Positiva
De 11 às 11:45hs
Ibeji
Oxalá
Almas
Senhoras
Xangô
Ogum
Oxossi
Positiva
De 11:45hs às 12:15hs
Espaço de tempo de hora fechada
Negativa
De 12:15hs às 13hs
Senhoras
Almas
Oxossi
Oxalá
Ibeji
Xangô
Ogum
Positiva
De 13 às 14hs
Oxalá
Oxossi
Ogum
Almas
Senhoras
Ibeji
Xangô
Positiva
De 14 às 15hs
Almas
Ogum
Xangô
Oxossi
Oxalá
Senhoras
Ibeji
Positiva
De 15 às 16hs
Oxossi
Xangô
Ibeji
Ogum
Almas
Oxalá
Senhoras
Positiva
De 16 às 17hs
Ogum
Ibeji
Senhoras
Xangô
Oxossi
Almas
Oxalá
Positiva
De 17 às 18hs
Xangô
Senhoras
Oxalá
Ibeji
Ogum
Oxossi
Almas
Neutra
De 18 às 19hs
Ibeji
Oxalá
Almas
Senhoras
Xangô
Ogum
Oxossi
Positiva
De 19 às 20hs
Senhoras
Almas
Oxossi
Oxalá
Ibeji
Xangô
Ogum
Positiva
De 20 às 21hs
Oxalá
Oxossi
Ogum
Almas
Senhoras
Ibeji
Xangô
Positiva
De 21 às 22hs
Almas
Ogum
Xangô
Oxossi
Oxalá
Senhoras
Ibeji
Positiva
De 22 às 23hs
Oxossi
Xangô
Ibeji
Ogum
Almas
Oxalá
Senhoras
Positiva
De 23 às 23:45hs
Ogum
Ibeji
Senhoras
Xangô
Oxossi
Almas
Oxalá
Positiva
De 23:45hs às 00:15hs
Espaço de tempo de hora fechada
Negativa
CRUZAMENTO COM PEMBA
O Cruzamento com Pemba, é um ritual utilizado na Umbanda, para melhor proteção dos médiuns, que já contam com uma incorporação definida, e que por esta razão, tomam também parte ativa em descargas fluídicas negativas. Em todas as Nações que praticam a Umbanda, não é permitido a um médium de incorporação, iniciar o seu trabalho, sem que antes, para isso, não houvesse se cruzado.
O Cruzamento deve ser feito da seguinte forma: Segurando a Pemba com a mão direita, fazer uma cruz na fronte, depois cruzar a palma da mão esquerda e descendo, cruzar também o peito do pé direito. Após isto, passar a pemba para a mão esquerda e com ela fazer uma cruz na nuca, depois cruzar a palma da mão direita e descendo cruzar o peito do pé esquerdo.
OS PONTOS NA UMBANDA
Na Umbanda, o ponto é o elo de ligação entre o mundo espiritual e o mundo material, e se subdivide em dois tipos, à saber:
PONTOS RISCADOS ou ZIMBAS
PONTOS CANTADOS ou CURIMBAS
Tanto o Ponto Riscado como o Ponto Cantado têm sua primeira divisão como:
Ponto da tribo ou Clã
Ponto de trabalho
Em ambas subdivisões acima, os pontos podem novamente se subdividir em:
a) Ponto de chamada
b) Ponto de apresentação (ou identificação) *(vide Nota no 1)
c) Ponto de falange
d) Ponto cruzado *(vide nova subdivisão a seguir)
e) Ponto de demanda
f) Ponto de Maleime (pedido de perdão)
g) Ponto de subida
O item (d) Ponto Cruzado, por sua vez, subdivide-se em:
1d) Defumador
2d) Ordenação
3d) Mão-de-Faca
4d) Mão-de-Ofá
5d) Cruzamento de Pemba
6d) Batismo
7d) Confirmação
8d) Amacís
9d) Casamento
(10d) Retirada de Vume
IMPORTANTE: O Ponto Riscado ou o Ponto Cantado, nunca deve ser interrompido no meio, principalmente por terceiras pessoas. Os comentários sobre o Ponto Riscado ou sobre a inconveniência do Ponto Cantado deverão ser postas ou comentadas por quem de direito, após o término dos mesmos.
Nota no 1: O Ponto de apresentação pode ser dado, da mesma forma, de duas maneiras diferentes e aceitos como certos:
Ponto da tribo ou Clã
Ponto de trabalho
GUIAS (colares)
A Guia (colar) é um ponto de referência e atração entre a Entidade e o médium. Ela é preparada para que haja maior facilidade de comunicação, ou um elo mais firme entre a Corrente de Vibração do Astral Cósmico e a Corrente de Vibração material dos médiuns.A Confecção da guia, obedece quanto ao número de contas, uma das três séries, à saber:
Série de 7: Médiuns em preparação e etc...
Série de 5: Médiuns que terão subcomandos
Série de 3: Médiuns que terão Comando
Na série de 7, estão incluídos os médiuns em preparação (desenvolvimento) e também os que, embora suas Entidades já tenham permissão para dar passes, consultas e participem de determinados trabalhos, jamais poderão alcançar as séries superiores, pois que assim está pré determinado em seu Carma.
Nesta série, as guias constam de 7 contas brancas, alternadas por uma conta da cor do Eledá, que de acordo com os méritos e a evolução, se acrescentará uma conta do Eledá, retirando uma branca, a cada ano, até perfazer 7 contas de cor e 1 branca.
Na série de 5, os médiuns preparados para subcomandos ou para substituí-los à saber: Iaba, Mão-de-Faca, Mão-de-Ofá, e Ogã Calofé.
Nesta série as guias constam de 5 contas brancas, alternadas por uma conta da cor do Eledá, que de acordo com o mérito, se acrescentará uma conta do Eledá, retirando uma branca, a cada 3 anos, até perfazer 5 contas do Eledá e 1 branca.
Na série de 3 estão incluídos todos os médiuns que tiverem por Carma, que ser preparados para comando: Cambone de Ebó, Pai ou Mãe Pequenos, subchefe e Chefe de Terreiro (Babalorixá ou Ialorixá).
Nesta série, as guias constam de 3 contas brancas, alternadas por 1 da cor do Eledá, que de acordo com os méritos, se acrescentará uma conta do Eledá, retirando 1 branca, a cada 7 anos, até perfazer 3 contas do Eledá e 1 branca.
O mérito para o acréscimo nas guias, é sempre determinado pelo Comando do Terreiro, ou seja pelo Guia Chefe do Terreiro (ou Orientador), os subchefes Espirituais; nunca pela própria Entidade incorporante, no referido médium.
O Médium, no decorrer do seu preparo, deverá receber as seguintes guias (colares).
Guia de Oxalá: Dada ao médium como segurança, após o seu Amacís e Batismo na Lei.
Guia do Obreiro: Dado ao médium em consonância com a Entidade que ficará responsável pelo médium.
Guia do Capangueiro: Dado ao médium, com autorização da Entidade (acima) responsável pelo mesmo, afim de elo de ligação entre o médium e o empregado (Exu) da dita Entidade.
Guia de Orixás: Guias de referência aos Orixás que mais influem no médium. (1o Adjutor e Adjutor Auxiliar).
Guias do Eledá: Guias com contas da cor do Eledá.
A - Pai de cabeça
B - Mãe de cabeça
Mais informações em Hominalidades e as Guias
ERVAS
Na Umbanda, utiliza-se Litúrgica e Ritualisticamente, as ervas de nossa flora, para amacís, imantações, banhos de descarga, etc... As plantas dos Orixás se dividem em 3 grupos primordiais, à saber: POSITIVAS, NEGATIVAS e NEUTRAS.
As plantas Positivas, Neutras e Negativas, são assim catalogadas, conforme a fase lunar da colheita.
A. Positivas - deverão ser colhidas na fase crescente ou cheia
B. Neutras - deverão ser colhidas na fase nova
C. Negativas - deverão ser colhidas na fase minguante
Entretanto a sua polarização final vai sempre depender das seguintes condições explícitas:
Vibração de quem vai usá-la
Vibração das demais ervas utilizadas
Vibração da intenção com que serão usadas
POSITIVAS: São ervas que, quando usadas, só positivam, não podendo ser intrinsecamente usadas para outro tipo de trabalho.
NEUTRAS: São todas as ervas que servem para, material ou espiritualmente, neutralizar o efeito de outras ervas, o efeito de doenças, assim como o efeito de vibrações negativas e/ou positivas.
NEGATIVAS: São ervas usadas explicitamente para negativa.
A erva é sempre positiva quando colhida nos dois primeiros dias da lunação respectiva, a dita erva torna-se neutra quando colhida nos 3o, 4o e 5o dias da lunação, e negativa quando colhida nos 6o e 7o dias da lunação. Diz-se Dia de Lunação, porque as ervas devem ser colhidas da 6hs às 18hs, portanto sob o efeito dos raios solares (apesar de regidas pelas fases da lua). Jamais deve-se colher uma erva antes das 6hs ou depois das 18hs, como também, nunca se deve plantar qualquer erva no mesmo período.
As ervas devem ser usadas de três formas diferentes:
A. Para efeito medicinal
B. Para efeito Litúrgico
C. Para efeito Ritualístico
A) Para efeito medicinal, as ervas podem ser usadas como:
I. Como tratamento preventivo
II. Como tratamento normal da doença
III. Como abortivo rápido e definitivo da referida doença
I) Para uso preventivo, as plantas devem ser colhidas nos 1o e 2o dias da lunação respectiva.
II) Para uso no tratamento normal da doença, as plantas devem ser colhidas nos 3o, 4o e 5o dias da lunação respectiva.
III) Para uso como abortivo, as plantas devem ser colhidas sempre no 6o e 7o dias da lunação respectiva.
B) Para efeito litúrgico, as ervas podem ser usadas como:
I. Como imã, para atrair as vibrações do Orixá desejado.
II. Como neutralizante entre duas forças ou Orixás.
III. Como ação repulsiva ao Orixá não desejado.
I) Como imã, as ervas devem ser colhidas nos 1o, 2o e 3o dias da lunação respectiva.
II) Como neutralizante, as ervas devem ser colhidas nos 3o, 4o e 5o dias da lunação respectiva.
III) Para efeito repulsivo, as ervas devem ser colhidas nos 6o e 7o dias da lunação respectiva.
C) Para efeito ritualístico, as ervas podem ser usadas como:
I. Como afirmação ou concordância de efeito Litúrgico.
II. Como equilíbrio entre as forças vibratórias implantadas durante a ação litúrgica.
III. Como discordância com as forças imantadas.
Entende-se por força imantada toda a vibração atuante no Ser, mesmo que seja à revelia do mesmo.
I) Como confirmação, as ervas devem ser colhidas nos 1o e 2o dias da lunação respectiva.
II) Como equilíbrio, as ervas devem ser colhidas nos 3o, 4o e 5o dias da lunação respectivo.
III) Como discordância (descarga), as ervas devem ser colhidas nos 6o e 7o dias da lunação respectiva.
RELAÇÃO DAS ERVAS POR ORIXÁS
LINHA DE OXALÁ: Arruda, arnica, laranja-da-terra (folhas), hortelã, poejo, girassol, vassoura-branca, erva-de-oxalá, erva-cidreira, alecrim-do-campo, levante, alecrim miúdo, bambu (folhas), erva-quaresma.
LINHA DAS SENHORAS: Lágrimas-de-nossa-senhora (folhas), mastruço, rosa branca (folhas), pariparoba, orirí-de-oxum, erva-de-sta-luzia, espada-de-sta-bárbara, trevo (folhas), quina roxa, abóbora-d'anta, vitória-régia, açucena, erva-de-sta-bárbara, malva-rosa, suma-roxa.
LINHA DE IBEJI: Amoreira (folhas), alfazema, salsaparrilha, manjericão, ipecacuanha, anil (folhas), capim-pé-de-galinha, arranha-gato.
LINHA DE XANGÔ: Limoeiro (folhas), erva-lírio, café (folhas), saião (folhas), erva-de-são-joão, abre-caminho, quebra-mandinga, erva-de-xangô, quebra-pedra, ruibarbo, louro, aperta-ruã, maria-nera, erva-moira, maria-preta, erva-de-bicho.
LINHA DE OGUM: Comigo-ninguém-pode, espada-de-ogum, lança-de-ogum, flecha-de-ogum, cinco-folhas, jurupitã (folhas), jurubeba (folhas), musgo (marinho), ipê (folhas), losna, romã (folhas), sabugueiro, erva-de-coelho.
LINHA DE OXÓSSI: Picão-do-mato, cipó-caboclo, barba-de-milho, mil-folhas, funcho, fava-de-quebranto, gervão-roxo, tamarindo (folhas), alecrim-do-mato, boldo, malvarisco, sete-sangrias, unha-de-vaca, azedinha, chapéu-de-couro, grama-barbante.
LINHA DAS ALMAS: Café (grão), guiné (erva-pipi), arruda (folhas), cambará, sete-folhas, aroeira (folhas), erva-grossa, vassoura-preta, cravo-de-defunto, mal com tudo, cipó-cabeludo.
ALQUIMIA DA UMBANDA
Na Alquimia da Umbanda, utiliza-se derivados de 3 reinos, à saber:
Reino Mineral
Reino Vegetal
Reino Animal
I) REINO MINERAL: São utilizados, a pedra-viva (Otá), ferro, cobre, latão, alumínio, zinco, assim como uma série de metalóides.
II) REINO VEGETAL: É utilizado um número incalculável de ERVAS, sendo que as principais já foram vistas acima.
III) REINO ANIMAL: Através de sacrifícios e também com os animais vivos, são efetuados na Umbanda diversos rituais. É um engano pensar que na Umbanda só utilizamos animais sacrificados, muito pelo contrário a maior parte dos Rituais de uma Umbanda Racional, utiliza o animal vivo, que permanece vivo, sendo de mais ou menos ( + / - ) 10% o número de animais sacrificados.
Os animais utilizados são os seguintes:
A. Aves
B. Ovinos
C. Caprinos
D. Suínos
E. Bovinos
F. Eqüinos
G. Répteis
a) AVES:
a1) Galinha-de-terreiro - Linha de Pretos-velhos (simples)
a2) Galinha-d'angola - Preto-velho (cruzado) e Senhoras
a3) Galinha Pedrês - Ibeji
a4) Galos - Ogum, Oxóssi e Oxalá (Xangô, as vezes)
a5) Pombos - Senhoras, Ibeji, mas específico para Oxalá
a6) Patos - Uso exclusivo das Almas (Pretos-velhos)
a7) Morcego - Usado na Quimbanda, Catimbó, Vodu (nunca para o bem)
b) OVINOS: Oxalá e gira de Ibeji
c) CAPRINOS: Exu - Específico para os Coroados e Batizados
d) SUÍNOS: Específico de Exu pagão e Elementares
e) BOVINOS: Oxalá, Xangô e Oxóssi (as vezes também para Exu Coroado)
f) EQÜINOS: Ogum, especificamente
g) RÉPTEIS: São utilizados como segue abaixo.
RÉPTIL
LINHA QUE UTILIZA

Oxalá
Salamandra
Ibeji
Lagartos
Xangô e Ogum
Camaleões (*)
Senhoras
Cotias
Oxóssi, Caboclos e Senhoras
Sapos
Almas e Exus (todos)
Morcegos (**)
Exus Elementares, Vodu, Catimbó e Quimbanda
(*) Em certos terreiros são usados escorpiões (**) Os morcegos são utilizados pelos Bruxos, Quimbandeiros e alguns Umbandistas de hoje, na Alquimia (elixir)
FRUTAS DOS ORIXÁS
Relação das frutas que têm grande vibração dos Orixás
ORIXÁ
FRUTAS
OXALÁ
Uva, pêra, maçã, damasco, melão, figo
SENHORAS
Todas as frutas cítricas: limão, tangerina, laranja, sapoti, nêspera, mangaba, jenipapo
IBEJI
Goiaba, amora, pitanga, groselha, cereja, jabuticaba, grumixama
XANGÔ
Marmelo, mamão, melão, melancia, abiu, abricó, caqui, fruta-de-conde
OGUM
Graviola, banana (exceto d'água), ameixa, pitomba, ciriguela, abacate, abiu, lima-da-pérsia
OXÓSSI
Coco, cana-de-açúcar, camboatá, sapucaia, cacau, caju, mangaba
ALMAS
Jaca, abacaxi, cajá-manga, manga, carambola, fruta-pão, morango, banana d'água (específica para Exus)
Estas frutas podem ser consumidas pelo Ser encarnado nos dias determinados para os Orixás, para reforço da freqüência dos mesmos em cada um. Também pode ser oferecido à alguém em intenção ao Orixá da pessoa afim de angariar a simpatia do mesmo.
Nós que utilizamos estes três reinos, sabemos também que vivemos envolvidos no Reino dos Encantados, os quais agem diretamente sobre nossas vidas, através dos Elementos respectivos na Natureza, coadunando-se com os respectivos Orixás, à saber:
ELEMENTO
ONDE ATUAM OS ENCANTADOS
ORIXÁ
LUZ
Tempo (horário)
Oxalá
ÁGUA
Marés, rios, cachoeiras e tempestades
Senhoras
TERRA
Calmarias
Ibeji
PEDRA
Odores, umes
Xangô
FERRO
Frio, inclusive dos metais
Ogum
MATA
Brisa, cheiro de mato
Oxóssi
FOGO
Raios, centelhas, incêndios
Almas
Torna-se necessário que utilizemos os três reinos; o Mineral, o Vegetal e o Animal, com a sabedoria necessária e em conjunto com os Encantados e seus Elementos, para que possamos, o mais sabiamente possível, dar em nossas vidas, a seqüência efetiva às 3 (três) Leis Fundamentais, que à tudo e à todos regem:
A LEI DO CARMA: crédito dado
A LEI DE CHOQUE E RETORNO: débito de cada Ser
O LIVRE ARBÍTRIO: que irá em síntese determinar o tipo de saldo que teremos em nossas Contas Siderais
SALVA e LEI DE SALVA
Existem duas coisas muito confundidas, a Salva e a Lei de Salva, que apesar de completamente diferentes, são utilizadas pelo Omolocô, e em todas as nações onde se utilize a Umbanda como ritual, apesar de originárias das nações de Santo (Candomblé).
LEI DE SALVA
Na Umbanda permite-se o uso da Lei de Salva, assim como o é por tantas e quantas religiões existam; é uma espécie de pagamento para que alguém faça por você, o que por condições físicas ou necessidades diversas, o próprio não tenha condições. A Lei de Salva é determinada de acordo com a unidade padrão da moeda. Quando os negros vieram como escravos para o Brasil, a unidade padrão no Mercado de Escravos era a moeda de $400 Réis (uma pataca), por esta razão a Lei de Salva é sempre baseada na unidade padrão vigente no local onde a mesma é aplicada, e que poderá conforme a dificuldade ou periculosidade do trabalho à ser efetuado, ser multiplicada por 3 (três), 5 (cinco) ou 7 (sete) vezes no máximo a unidade padrão utilizada.
A SALVA
A Salva é uma deferência prestada dentro da Umbanda, quando se quer dar destaque à visitação ao Terreiro, por determinados seguidores da seita, tais como: Chefes de Terreiros, de qualquer hierarquia, personalidades ilustres, benfeitores do terreiro, autoridades civis, militares e religiosas, que conheçam a Lei e que mereçam essa deferência.
A Salva se divide em duas partes distintas:
1a) Uma bandeja quadrada ou oblonga, de acordo com o Chefe do Terreiro. Conforme as condições financeiras do terreiro, esta bandeja poderá ser de metal, aço inoxidável, prata, ouro ou até de platina.
2a) Um ALÁ pálio sustentado por 4 ou 6 varas, que serve para acobertar a personalidade visitante.
Na bandeja, são colocados na parte da frente, dois recipientes quadrados: o da esquerda contendo pó de pemba e o da direita cinzas. No meio da bandeja, dois copos, sendo o da esquerda cheio de Otí do Orixá da Casa, e o da direita permanece vazio. Na parte de trás da bandeja, são colocados 7 (sete) recipientes arrolhados, com os Otís dos Orixás venerados pela Casa. Exemplo: Oxalá - água pura ou vinho branco; Senhoras - água mineral ou champanhe; Ibeji - guaraná ou água c/açúcar; Xangô - cerveja preta; Ogum - cerveja branca; Oxossi - cerveja branca, vinho tinto ou alua; Almas - vinho moscatel com mel de abelhas, café sem açúcar ou cachaça com mel de abelhas.
UTILIZAÇÃO DA SALVA
Utiliza-se a Salva da seguinte forma: ela é montada e colocada do lado direito da entrada do Stadium (terreiro), assim como o Pálio, com os médiuns que irão segurá-lo.
A Salva é usada sempre que pressentida a presença de um visitante ilustre e incógnito; um chefe de terreiro, uma autoridade civil ou militar, um representante de outra religião, enfim aquele que por hierarquia mereça essa deferência. Caso o visitante, não faça a referência devida à Salva, será recebido sem as honras de Chefe de Terreiro, sem o Pálio, enfim entrará no terreiro como um qualquer.

CHACRAS
Todo o ser humano, possui centros vitais, conhecidos com o nome de CHACRAS (que significam rodas girantes, em sânscrito). Eles são consubstanciados no indivíduo, para proverem os elementos vitais ao bom funcionamento e conseqüente equilíbrio de seus corpos, mental, astral e físico, quer esteja nesta última condição, quer fora dela, isto é, sem o corpo físico.
Os Chacras, que são 7 (os principais), são pontos etéreos sobre os quais incidem os 7 Fluídos Cósmicos Básicos, ou sete imagens elétricas, para então se transplantarem aos Plexos e Gânglios materiais em número de 49, todas as emanações necessárias à vitalidade, ao fim e ao uso da carcaça humana.
Os Chacras são na ordem decrescentes os seguintes:
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7o CHACRA CORONÁRIO: Conhecido no Hinduísmo como SASHARARA. Este ponto situado no alto da cabeça atua no cérebro e cerebelo. Sua energia é a Essência Divina e corresponde ao que chamamos de 3o Olho. Seu atributo é a Fortaleza. Segundo o grau de vitalidade, pode gerar a Paciência ou a Ira. Recebe com maior intensidade a força vital do SOL, tem a forma de uma flor de 48 pétalas. Sua vibração de cor atuante é o branco, mas, pelas circunstâncias do estado harmônico do ser, outras vibrações atuam, gerando a cor dourada. Na Umbanda este ponto corresponde à vibração de OXALÁ, sendo o dia de melhor absorção de influências a sexta-feira. O médium distingue esta influência por forte turbulência na nuca, tonteiras, etc...
6o CHACRA - FRONTAL: Conhecido no Hinduísmo como AJNÃ. Este ponto situado entre os olhos, atua diretamente sobre a fronte, os sinos e os olhos. Sua energia é o Poder Oculto da Palavra. Seu atributo é o Respeito. Segundo o grau de sua vitalidade pode gerar a Firmeza ou a Leviandade. Sua vibração de cor atuante é em origem o Amarelo, mas, pelas circunstâncias do estado harmônico do ser, outras vibrações atuam gerando raias Azuis. Na Umbanda este ponto corresponde à vibração das SENHORAS (Oxum, Iemanjá, Iansã e Nana), sendo o dia de melhor absorção de influências o sábado. Forma uma flor de 48 pétalas, sendo o planeta regente a LUA, nas suas quatro fases. O médium distingue esta influência por forte turbulência na fronte, que ocasionam, às vezes, dores de cabeça.
5o CHACRA - CERVICAL: Conhecido no Hinduísmo como VISUDDHA. Este ponto situado à altura da garganta física, atua diretamente na região do pescoço e toma assento ou fixação na faringe, laringe, glândula tireóide, etc. Sua energia é o Poder Supremo. Seu atributo é o Entendimento. Segundo o grau de sua vitalidade, pode gerar a Esperança ou o Receio. Recebe com maior intensidade a força vital de Mercúrio, tem a forma de uma flor de 16 pétalas. Sua vibração de cor atuante é o Vermelho, mas, pelas circunstâncias do estado harmônico do ser, outras vibrações atuam, gerando a cor Azul violeta. Na Umbanda este ponto corresponde à vibração de IBEJI, sendo o melhor dia de absorção de influências o domingo. O médium distingue esta influência, pela sensação de estar carregando alguém sobre os ombros.
4o CHACRA - CARDÍACO: Conhecido no Hinduísmo como ANÃHATA. Este ponto situado à altura do coração físico atua diretamente sobre o coração, sangue, aparelho circulatório, etc. Sua energia é o Poder do Conhecimento. Seu atributo é a Sabedoria. Segundo o grau de sua vitalidade pode gerar a Humildade ou a Soberba. Recebe com maior intensidade a força vital de Júpiter, tem a forma de uma flor de 12 pétalas. Sua vibração na cor atuante é o Verde, mas pelas circunstâncias do estado harmônico do ser, outras vibrações atuam, gerando raias Amarelas com cambiantes Azuis. Na Umbanda, este ponto corresponde à vibração de XANGÔ, sendo o melhor dia de absorção de influências a quarta-feira. O médium distingue esta influência pelo ritmo acelerado, que é imprimido ao coração.
3o CHACRA - SOLAR (ou Solear): Conhecido no Hinduísmo como SVÃSBISTHANA. Este ponto situado à altura do umbigo físico atua diretamente sobre as vísceras abdominais, tais como, fígado, pâncreas, órgãos do aparelho digestivo, etc.Sua energia é o Poder do Pensamento Criador. Seu atributo é a Justiça. Segundo o grau de sua vitalidade pode gerar a Generosidade ou o Egoísmo. Recebe com maior intensidade a força vital de Marte e tem a forma de uma flor de 10 pétalas. Sua vibração de cor atuante é o Alaranjado, mas pelas circunstâncias do estado harmônico do ser, outras vibrações atuam, gerando raias Amarelo-avermelhadas com cambiantes Verdes. Na Umbanda este ponto corresponde à vibração de OGUM, sendo o melhor dia de absorção de influências a terça-feira. O médium distingue esta influência por distúrbios estomacais e intestinais, com azia e desinteria, em casos mais agudos.
2o CHACRA - ESPLÊNICO: Conhecido no hinduísmo como MANIPURA. Este ponto situado à altura do baço físico atua diretamente sobre o baço, pâncreas e glândulas supra-renais. Sua energia é o Poder da Vontade. Seu atributo é o Conselho. Segundo o grau de sua vitalidade pode gerar a Prudência ou a Imprudência. Recebe com maior intensidade a força vital de Vênus, tem a forma de uma flor de 6 pétalas. Sua vibração na cor atuante é o Azul, mas pelas circunstâncias do estado harmônico do ser, outras vibrações atuam, gerando tendências para o Vermelho violeta. Na Umbanda este ponto corresponde à vibração de OXÓSSI, sendo o melhor dia de absorção de influências a quinta-feira. O médium distingue esta influência pela aparente falta de ar, é como se tivesse um torpor em todo o lado esquerdo, em conseqüência da expansão dos gases naturais internos.
1o CHACRA - BÁSICO OU SACRO: Conhecido no Hinduísmo como MULADHARA. Este ponto situado na base da espinhal dorsal física, atua diretamente sobre os órgãos pélvicos, próstata, bexiga, glândulas seminais, ovários, etc. Sua energia é o KUNDALINI (vide nota no 1) ou Fogo Serpentino Regenerador. Seu atributo é a Pureza. Segundo o grau de sua vitalidade pode gerar a Castidade ou a Imoralidade. Recebe com maior intensidade a força vital de Saturno, tem a forma de uma flor de 4 pétalas. Sua vibração de cor atuante é o Violeta, mas pelas circunstâncias do estado harmônico do ser, outras vibrações atuam, gerando raias Vermelhas com cambiantes Azuis. Na Umbanda este ponto de corresponde à vibração das ALMAS (Almas, Pretos-Velhos e Exus) sendo o melhor dia de absorção de influências a segunda-feira. O médium distingue esta influência pela aparente prisão ou dificuldade de movimento dos membros inferiores, assim como também o ativamento dos reflexos biológicos controlados pelos órgãos abrangidos por este Chakra.
Isto exposto salientamos que a chave principal na mecânica da incorporação, precisa estar em harmonia fluídica com a vibração original do médium. Baseia-se a dita chave principal na influência do planeta, cor e dia correspondente da vibração e o chakra. Assim sendo, fica esclarecido que o chamado desenvolvimento mediúnico, deveria sempre obedecer a única e exclusivamente à vibração original, que situa o planeta regente no nascimento do médium. As fixações (vide nota no 2) para as diferentes finalidades, como sejam, puxadas de outras linhas, obedecem à vibração e ao planeta em que estejam situadas, por afinidade, as Entidades Protetoras do médium, através das quais são dirigidas estas fixações.
Nota especial: Os Chacras (Rodas Girantes) em forma de flor, são apenas vistas pelas Entidades corretamente incorporadas e/ou pelos médiuns videntes, quando permitido.
Nota no 1 - KUNDALINI - Espécie de torrente de fogo líquido à subir pela coluna vertebral do ser humano, a qual ativa as energias instintivas ou inferiores, próprias do mundo animal. A pessoa que desenvolver o Chacra Básico descontrolada e prematuramente, dará entrada à uma torrente de energia elementar tão poderosa, que os seus desejos serão satisfeitos de imediato e terá poder sobre as demais criaturas. Este é o perigo para os que recebem influências privilegiadas deste Chacra. Por essa razão, nas diversas escolas espirituais existentes, nunca se desenvolve Mediunidade através dele, mesmo que por data de nascimento, dia e hora, a influência primária a que ele pertença.
NOTA No 2: - FIXAÇÕES - Assim se define na maioria das escolas (90%), melhor penetração das diversas influências espirituais. São consideradas como fixações, os Amacís (lavagem de cabeça), o Batismo e os banhos determinados (sempre do pescoço para baixo), que fazem parte da Ritualística da Umbanda.
CENTROS (CHACRAS) DE IRRADIAÇÃOE RESPECTIVAS LINHAS NA LEI DE UMBANDA
Chacras
Cores no corpo
Vibrações de cor pura
Pétalas etéreas
Planeta regente
CoronárioOXALÁ
Branco ouDourado
Branco
48
Sol
FrontalSENHORAS
Amareloc/raias azuis
Amarelo
48
Lua
CervicalIBEJI
AzulVioleta
Vermelho
16
Mercúrio
CardíacoXANGÔ
Amareloc/raias azuis
Verde
12
Júpiter
SolarOGUM
Amar./Verm.
Laranja
10
Marte
EsplênicoOXÓSSI
VermelhoVioleta vivo
Azul
6
Vênus
SacroALMAS
Vermelhocom ton. Azuis
Violeta
4
Saturno

Chacras
Atributos
Alternativas
Ativação corresp.
Dia
CoronárioOXALÁ
Fortaleza
Paciênciaou Ira
Cérebro
6a
FrontalSENHORAS
Respeito
Firmezaou leviandade
Fronte sinus
Sáb
CervicalIBEJI
Entendimento
Esperançaou receio
Faringee laringe
Dom
CardíacoXANGÔ
Sabedoria
Humildadeou Soberba
CoraçãoAp. Circ.
4a
SolarOGUM
Justiça
Generosidadeou Egoísmo
FígadoAp. Dig.
3a
EsplênicoOXÓSSI
Conselho
Prudênciaou Relaxamento
BaçoSupra-renal
5a
SacroALMAS
Pureza
Castidade ou Imoralidade
Pélvicos Ap. Genital
2a
Leia mais em Algumas explicações sobre os Chacras e Os Chacras e as Doenças Físicas


Nº7 - Sahasrara - Chakra Violeta
Sobre os chakrasCapa de ChakrasCarlos Florêncio

O sétimo chakra ou coroa está localizado no topo da cabeça, plexo cerebral, centro da testa. Este chakra é o chakra ligado a iluminação. Exterioriza-se como a glândula Epífise, também chamada Pineal e governa a parte superior do cérebro e rege o sistema nervoso que simbolicamente significa sistema de integração com Deus.
Sua vibração é a violeta ou às vezes a combinação de todas as cores: Luz branca. Induz ao sentimento de confiança de estar sendo guiado pelo universo. Rege as experiências interiores mais profunda, que se traduziram em sabedoria de alma. A luz interior é a que nos liga ao Pai celeste e representa também o Pai terreno.
Sobre o chakra Violeta:
Simbolismo:
Flor de lótus de mil pétalas
Personalidade:
Positiva - Unidade com o todo, compreensão cósmicaNegativa - Sem sentimentos, alienada da vida.
Poderes numa oitava superior:
Capaz de sair do corpo conscientemente, maior compreensão da vida, perfeição nas funções astrais
Aprendizado de Alma:
União com a consciência universal
Período de maior formação evolutiva:
42 aos 49 anos
Elemento:
Alma

Nº 6 -Ajna - Chakra Índigo
Sobre os chakrasCapa de ChakrasCarlos Florêncio

Chakra da autoridade e comando, o sexto chakra fica no centro da testa. Mais conhecido como terceiro olho, a terceira visão é a consciência individualizada. Os dois olhos físicos vêem o passado e o presente, enquanto que e terceiro olho revela os horizontes do futuro.
As experiências e as idéias servem simplesmente para clarificar as percepções extrasensoriais. A sensação de unidade e de união com as leis cósmicas é experimentada. O ser realiza que é um espírito imortal num corpo temporário de carne. Exterioriza-se como a glândula pituitária. Governa o cérebro inferior e o sistema nervoso, os ouvidos, crescimento, sistema endócrino, plexo carotídeo, nariz e os olhos. Através desse centro consideramos nossa natureza espiritual. Sua vibração é de cor azul escuro.
Sobre o chakra Índigo:
Simbolismo:
Flor de lótus de 2 pétalas
Personalidade:
Positiva - Fraternidade, pensamento criativoNegativa - Desejo de controlar os outros, egoísmo.
Poderes numa oitava superior:
Visões, cores vibratórias, Ouvir o eu superior.
Aprendizado de Alma:
Integração
Período de maior formação evolutiva:
35 aos 42 anos
Elemento:
Espírito

Nº 5 -Vishudda - Chakra Azul
Sobre os chakrasCapa de ChakrasCarlos Florêncio

Localizado na base do pescoço, este chakra exterioriza-se como a glândula tireóide e governa os pulmões, cordas vocais, brônquios e metabolismo. Sede da abundância e da prosperidade como resultado da forma como agimos na vida.
Através deste chakra, aprender-se a receber e deixar as coisas fluírem sem criar condições que empeçam você de desfrutar da experiência. O julgamento servirá para você decidir o que lhe da equilíbrio. Centro de expressão e de comunicação está ligado ao verbo divido, onde o que você fala cria. Sua vibração e de coloração azul clara.
A pessoa ligada ao quinto chakra compreende as mensagens não verbais, ouve com a intuição. A energia ligada representa o conjunto dos cinco sentidos, o odor, a visão, o tato e o som. Aquele que entra nesse centro domina seu eu por inteiro.
Aqui, os cinco elementos são transmudados em sua essência, em sua mais pura manifestação, e só suas freqüências sutis subsistem. As distrações do mundo provocadas pelos sentidos e pelo espírito cessam de ser um problema. O raciocínio supremo domina as emoções do coração. O ser vai procurar o conhecimento real além dos limites de tempo, dos condicionamentos culturais e da hereditariedade.
Sobre o chakra Azul:

Simbolismo:
Flor de lótus de 16 pétalas

Personalidade:
Positiva - Razão, lógicaNegativa - Rigidez, preconceitos, não aceitação do ponto de vista alheios

Poderes numa oitava superior:
Clariaudiência, sons astrais, música

Aprendizado de Alma:
União

Período de maior formação evolutiva:
28 aos 35 anos

Elemento:
Éter


Nº 4 - Anahata - Chakra Verde
Sobre os chakrasCapa de ChakrasCarlos Florêncio

Localizado no centro do peito, o quarto chakra é o do coração. Exterioriza-se como o timo. Governa o coração, sangue, sistema circulatório. Influencia o sistema imunológico e endócrino, sistema de respiração. Centro através do qual sentimos o amor, o dar, relacionar-se, aceitação. Sua vibração é da cor verde, vindo a evoluir para rosa com a prática da compaixão, do amor pessoal e universal. O chakra do coração é a sede do equilíbrio corporal.
Um ser que está nesta vibração entra na energia da compaixão, de desprendimento, de sabedoria e de amor incondicional. Este chakra faz com que os desejos deixem de ser problemáticos por ser uma energia equilibrada. Os apegos aos prazeres terrenos, às honras, às humilhações não o preocupam porque está harmonizado com o seu mundo interior e exterior. Chakra do apego e do desapego, do perdão e da não cobrança. Um ser que se cobra e reclama da vida está sujeito a diminuir a boa função deste chakra, ficando alienado e desprotegido.
O chakra do amor e da vontade de viver bem, nos induz a ver as experiências da vida como necessárias para o nosso desenvolvimento pessoal, social e de alma, a razão sublima as emoções aprisionantes, onde nada se perde tudo na vida acrescenta.
Sobre o chakra Verde:

Simbolismo:
Flor de lótus de 12 pétalas

Personalidade:
Positiva - Compaixão, intuiçãoNegativa -Coração empedernido, fechado, desespero

Poderes numa oitava superior:
Sensível às dores dos outros

Aprendizado de Alma:
Irmandade

Período de maior formação evolutiva:
21 aos 28 anos

Elemento:
Ar



Nº 3 -Manipura - Chakra Plexo Solar
Sobre os chakrasCapa de ChakrasCarlos Florêncio

Localizado no centro do abdome, centro de compensação de energia para os outros chakras, o solar funciona como receptor e emissor de energias. Exterioriza, energiza e controla o pâncreas, governa a ação do fígado, baço, estômago, vesícula, intestino grosso, até certo ponto o intestino delgado, aspectos do sistema nervoso, pele, músculos, sistema digestivo, apêndice. Governa a liberdade, poder, controle, autodefinição, intelecto, aceitação e visão.
A cor vibratória é o amarelo. O plexo solar é a sede do fogo no interior do corpo. Ele assume aqui importância particular, porque é também a sede dos medos, das angústias e dos ódios. Este chakra engloba o Karma, a caridade, a boa e má companhia e o serviço prestado aos outros.
Por ser do elemento fogo, expansão energética que dá origem ao movimento, a tradição fenomênica dessa expansão é o calor. Uma pessoa com este fogo bem controlado, se torna uma pessoa calorosa e amiga.
Sobre o chakra Plexo Solar:
Simbolismo:
Flor de lótus de 10 pétalas
Personalidade:
Positiva -Flexibilidade quanto às energias - abertura à mudançasNegativa - Atado, com medo de deixar que as coisas se manifestem
Poderes numa oitava superior:
Sente as mudanças que se vão produzir e a sua adequação (trabalhar em cima do acontecimento)
Aprendizado de Alma:
Amor, tanto humano quanto divino
Período de maior formação evolutiva:
14 aos 21 anos
Elemento:
Fogo

Nº 2 - Svadisthana - Chakra Laranja
Sobre os chakrasCapa de ChakrasCarlos Florêncio

O segundo Chakra localiza-se dois dedos abaixo do umbigo. É dominado pela água, a essência da própria vida, elemento abundante no planeta e com peso de três quartos do corpo humano. Esse chakra é o centro da procriação e por se achar diretamente associado à lua, afeta com suas marés emocionais (humor, sentir-se bem).
A criatividade e a inspiração de criar começam no segundo chakra. A energia prânica que circula nesse Chakra governa a circulação do sangue e o mantém em bom equilíbrio por todos os fluídos do corpo, igualmente governa os órgãos genitais (ovários e testículos), as atitudes nos relacionamentos, sexo e comportamento sexual, o sentir, reprodução e assimilação. Exterioriza-se como a glândula gônada, glândulas sexuais masculinas e femininas, que encarnam a força vital e toda a força inerente no corpo físico. Sua cor vibratória é Laranja.
O alimento, o sono e a sexualidade devem ser regulados e equilibrados com o objetivo de atingir um estado harmonioso e tranquilo do corpo e do espírito.
Sobre o chakra Laranja:
Simbolismo:
Flor de lótus de 6 pétalas
Personalidade:
Positiva - Emoções contidas e calmas, porém variadasNegativa - Demasiado emocional, amor possessivo
Poderes numa oitava superior:
Sensível as influências astrais, sensações de memória, algumas lembranças de viagens astrais
Aprendizado de Alma:
Paz e magia
Período de maior formação evolutiva:
7 aos 14 anos
Elemento:
Água

Nº 1 - Muladhara - Chakra Vermelho ou Da Raiz
Sobre os chakrasCapa de ChakrasCarlos Florêncio

Situado na base da coluna, este Chakra governa a dimensão física e todos os aspectos sólidos do corpo são mantidos pela matriz sutil das energias-terra distribuídas por esse primeiro Chakra. Ele energiza e fortalece o corpo sendo responsável pelo seu bem-estar físico. É o centro de energia através do qual se experimenta "luta ou fuga".
O Chakra base representa, portanto a manifestação da consciência individual na forma humana, isto é, o nascimento físico. Esse Chakra está em relação com a juventude, a ilusão, a cólera, a avareza e a sensualidade.
Exterioriza-se como a glândula supra-renal, governa os rins, a coluna vertebral, sistema de esqueleto, linfa, sistema de eliminação e reprodução e possui vibração de cor vermelha. Simboliza a Terra-mãe. Segurança com as questões terrenas de dinheiro, trabalho, casa e confiança.
Sobre o chakra Vermelho:
Simbolismo:
Flor de lótus de 4 pétalas
Personalidade:
Positiva - Boa auto-imagem, segurança, pés assentes no chãoNegativa - Insegurança, nada a que se agarrar - ao sabor da gravidade
Poderes numa oitava superior:
Começo da entrada no mundo da inteligência pura
Aprendizado de Alma:
Serviço
Período de maior formação evolutiva:
0 aos 7 anos
Elemento:
Terra

ORIXÁS
OXALÁ
Na Umbanda, Oxalá é o Orixá mais alto da escala hierárquica. Plano 7 e tem como vulto o próprio Divino Mestre - JESUS, e é representado nos pontos riscados, por uma estrela de cinco pontas, ou o Pentateuco.
Oxalá se apresenta na Umbanda de três formas diferentes, ou seja:
Oxalá Menino - OXAGUIAN - Sincretizado no Menino Jesus de Praga.Oxalá Velho - OXALUFAM - Sincretizado por Jesus Cristo no Monte das Oliveiras.Oxalá (Morto) - OXALÁ - Sincretizado por Jesus Cristo, depois de morto. O Governado excelso da 2a Galáxia.
Filho puro de Oxalá, não vibra, portanto não recebe incorporação. Jamais se deve representar Oxalá por uma cruz, pois ela representa as Almas que passaram na carne (Reencarnações).Elemento e Força da natureza correspondente à esta linha, é o ÉTER e a LUZ.Dia da semana de melhor vibração: sexta-feiraChacra atuante: coronárioPlaneta regente: SolNota musical: siCor vibratória: cristalino, com raias douradasCor representativa: branco (roupas, etc.)Cor da Guia (colar): contas brancas leitosas (miçangas)Saudação: Babá-Ekê ou Aê-BabáNegativo: Seu OMOLUAmalá: para Oxalá não se dá amalá, faz-se agrado com uma mesa de frutas, que não podem ter espinhos nem farpas: manga, abacaxi, morango, carambola, cajá-manga, etc. É o único Orixá que não exige matança, em tempo algum.Otí : água mineral, vinho branco e vinho tinto (Sangue de Cristo)Local de entregas: campo gramado, limpo
SENHORAS
As Senhoras são pertencentes ao Plano 6, segundo na escala hierárquica na Umbanda e se divide em quatro ramificações: OXUM, IEMANJÁ, IANSÃ e NANÃ
OXUM
Elemento e Força da natureza correspondente à Oxum é a força da cachoeira.Dia da Semana: Ela atua todos os dias da semana de 0hs às 6:00hs, porém seu dia de maior vibração é o Sábado.Chacra atuante: frontalPlaneta regente: Lua - no quarto de cheiaNota musical: láCor vibratória: azul (céu)Cor representativa: azul (céu) - (roupas, etc.)Cor da guia (colar): azul e brancoSaudação: Ai-ê-eu (olha eu)Negativo: Dona Maria PadilhaAmalá: moqueca de peixe e pirão (feito com a cabeça do peixe)Otí: água mineralComando da falange de Oxum: Cabocla JupissiáraLocal de entregas: cachoeirasRepresentação no ponto riscado: coração ou cachoeira


IEMANJÁ
O elemento e força da natureza correspondente à Iemanjá, são as águas verdes (mares e oceanos)Dia da Semana: Ela atua todos os dias da semana de 6:00hs às 12:00hs, porém o seu dia de maior vibração é o sábado. Chacra atuante: frontalPlaneta regente: Lua (no quarto minguante)Nota musical: láCor vibratória: azul translúcidoCor representativa: branco azulado (roupas, etc.)Cor da guia (colar): cristal (branco)Saudação: Ó dociaba ou OiáNegativo: Dona Pomba-giraAma-la: vatapá ou manjar de milho brancoOtí: água mineral ou champanheComando da falange de Iemanjá: Cabocla JandiraLocal de entregas: beira das praiasRepresentação no ponto riscado: ondas (vide abaixo)
IEMANJÁ Deusa da nação de Egbé, nação esta Ioruba onde existe o rio Yemojá (Iemanjá). No Brasil, rainha das águas e mares. Orixá muito respeitada e cultuada é tida como mãe de quase todos os Orixás. Por isso a ela também pertence a fecundidade. Em todos os lugares, no dia 2 de fevereiro ou no ano novo fazem-se homenagens a grande mãe Iemanjá. É protetora dos pecadores e jangadeiros. O ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE IEMANJÁ As pessoas de Iemanjá são sérias e impetuosas, domina a todos e fazem-se respeitar. Dificilmente perdoam os erros dos semelhantes. Gostam de testar as pessoas. Seu temperamento é muito difícil, são bravas, nervosas, mas possuem um coração grandioso, são dedicados aos parentes e amigos, preocupam-se com os outros e consigo. Gostam de coisas luxuosas. São honestas, gostam da casa e da família, são ótimas esposas, mães ou pais.

IANSÃ
O elemento e força da natureza correspondente Iansã, são as tempestades, raios e ventos.Dia da semana: Ela atua todos os dias da semana das 12:00hs às 18hs, porém o seu dia de maior vibração são a quarta-feira e o sábado.Chacra atuante: frontal e cardíacoPlaneta regente: Lua (no quarto de nova) e JúpiterCor vibratória: amarelo-ouroCor representativa: amarelo (roupas, etc.)Cor da guia (colar): amarelo e brancoSaudação: HeparreiNegativo: Dona Maria MolamboAma-la: acarajé (não suporta abóbora)Otí: champanhe (exclusivamente)Comando da falange de Iansã: Cabocla JussaraLocal de entregas: beira de praia com pedras ou pedreiraRepresentação no ponto riscado: raios

NANÃ
Elemento e força da natureza correspondente à Nana, são todas as águas e também o fluído animal.Dia da semana: Ela atua todos os dias das 18hs às 0hs, porém seus dias de maior vibração, são os sábados e domingos.Chacra atuante: frontal e cervicalPlaneta regente: Lua (no quarto crescente) e MercúrioCor vibratória: violeta ou roxoCor representativa: roxa (roupas, etc.)Cor da guia (colar): roxa e brancaSaudação: Saluba NanaNegativo: Nana Burucum (vide nota *)Ama-la: caruru sem azeite e bem temperadoOtí: água mineral, água natural ou champanheLocal de entrega: igual ao das AlmasComando da falange de Nana: Cabocla JanaínaRepresentação no ponto riscado: uma cruz

NOTA: Nana é conhecida na Umbanda, por dois nomes distintos:Nana Buruquê, a positiva, Avó de Oxalá e Nana Burucum,a negativa, Mãe de todo Exu.
NOTA *: Ela é conhecida por dois nomes, pois ela comanda o ponto 0na escala das freqüências, sendo, portanto o ponto de partida e retorno das ditas freqüências; porém não são duas, mas sim uma única vibração.
NOTA No 1: Na época de Lua Cheia, não se deve apanhar água na cachoeira, pois virá com lama e sedimentos.
NOTA No 2: Na época de Lua Minguante pode-se entregar descargas, porém nunca iniciar qualquer trabalho, pois o mesmo estará fadado ao fracasso.
IBEJI
As cr los, em conjunto ou isolados, que são o Sol e a Lua. A linha de Ibeji é tão independente quanto a linha de Exu.
O elemento e força da natureza correspondente à Ibeji, são todos, pois ele poderá, de acordo com a necessidade, utilizar qualquer dos elementos.Dia da semana: domingoChacra atuante: cervicalPlaneta regente: MercúrioNota musical: SolCor vibratória: vermelhoCor representativa: rosa e azul escuro (roupas, etc.)Cor da guia (colar): contas rosas e brancas, azuis e brancas, ou ainda, rosas, brancas e azuis em conjuntoSaudação: Ori BeijadaNegativo: Exu TiririAma-la: doce de qualquer qualidadeOtí: guaraná, soda, água c/açúcar ou refrescosComando da falange: DoumLocal de entregas: jardins floridos ou beira de praia
XANGÔ
Xangô pertence ao Plano 4 da Umbanda. Representa a JUSTIÇA, na acepção da palavra.Elemento e força da natureza: as pedras (vivas), pedreiras à beira mar, etc. Dia da semana: quarta-feiraChacra atuante: cardíacoPlaneta regente: JúpiterNota musical: fáCor vibratória: verde-musgoCor representativa: marrom e todas suas nuançasCor da guia (colar): marrom e brancoSaudação: Kaô CabecileNegativo: Exu Gira-mundoAma-la: rabo de vaca, quiabo e camarãoOtí: cerveja pretaLocal de entrega: pedreira
NOTA: A pedra de Xangô para estar viva, tem que estar com limo, lodosa, pois que seca ela morrerá, por essa razão, deve-se manter o OTÁ de Xangô, sempre imerso n'água, acrescentando sempre, não trocar a água.
Na representação dos pontos riscados, são usados três tipos de machados, como a seguir:

OGUM
Ogum pertence ao Plano 3 da Umbanda. É o Orixá guerreiro, que faz cumprir a justiça ditada por Xangô, combate as demandas, e é um Orixá muito belicoso.Elemento e força da natureza: todos os metais, siderurgia, etc. Dia da Semana: terça-feiraChacra atuante: solar ou solearPlaneta regente: MarteNota musical: miCor vibratória: laranjaCor representativa: vermelho (roupas, etc.)Cor da guia (colar): vermelho e brancaSaudação: Ogum-IêNegativo: Exu Tranca-ruasAma-la: feijão fradinho, lombo e lingüiçaOtí: cerveja brancaLocal de entrega: praia ou campina A representação de pontos riscados é feita por espadas.
A) A espada do vórtice do triângulo só é usada para demandas ou cobranças rápidas e de perto.B) A lança do ângulo B só é usada para demandas ou cobranças longas, demoradas e distantes. C) A espada do ângulo C, é usada exclusivamente para apresentação, sendo também chamada de Espada de desfile.
Pelo esposto, Ogum tem duas armas de ataque e uma de apresentação, e como proteção, usa Capacete (Elmo) e Escudo.
OXÓSSI
Oxóssi pertence ao Plano 2 da Umbanda, e representa o CONSELHO na acepção da palavra. Na linha de Oxóssi apresentam-se três tipos de Entidades, a saber: 1) Caboclo do mato. 2) Caboclo de rio. 3) Curumim (filho de caboclo de mato ou de rio, criança).Elemento e Força da natureza: as matasDia da Semana: quinta-feiraChacra atuante: esplênicoPlaneta regente: VênusNota musical: réCor vibratória: azulCor representativa: verde (roupas, etc.)Cor da guia (colares): verde e brancoSaudação: Okê CabocloNegativo: Exu MarabôAmalá: milho cozido com mel de abelha, mandioca cozida e todas as frutasOtí: cerveja branca, vinho tinto ou aluá (cachaça de milho)Local de entrega: matas (ou ao pé de uma árvore)
Na representação dos pontos riscados, são usados três tipos de símbolos como a seguir:

ALMAS
As Almas, pertencem ao 1o Plano da Umbanda. Aí se encontram os Preto-velhos, as Almas Cativas, as Almas Penadas e os Exus (batizados e coroados).O Orixá das Almas é Seu Obaluaê (São Lázaro ressuscitado), porém na Calunga Pequena (cemitério) é subordinado de seu Omolu.O Exu batizado, muitas vezes se apresenta como Preto-velho Cruzado, sendo que 70% dos Preto-velhos que incorporam nos terreiros, são Exus batizados, que por evolução e mérito tem permissão para assim o fazer.Elemento e Força da natureza: o fogo e a TerraDia da semana: segunda-feiraChacra atuante: básico ou sacroPlaneta regente: SaturnoNota musical: dóCor vibratória: violetaCor representativa: roxa ou carijó (roupas, etc.)Cor da guia (colares): preta e branca ou lágrimas de Nossa SenhoraSaudação: Adorê às AlmasNegativo: Exu Pinga-fogoAmalá: carne seca, assada na brasa, com farofa de farinha de mandioca torrada, peixe assado na brasa e mingau das AlmasOtí: café preto (forte, frio e sem açúcar), vinho tinto, vinho moscatel com mel de abelhas, cachaça com mel, etc.Local de entrega: onde for determinado pela Entidade.
As Almas se dividem em: Santas, Benditas, Missionárias, Evolutivas, Apenadas, Zombeteiras e Trevosas.
Na representação dos pontos riscados, são usados três tipos de símbolos, como a seguir:

COMANDOS E REPRESENTAÇÕES DAS LINHAS DE UMBANDA
Por serem um conjunto de vibrações que atuam sobre todos os seres encarnados, as Linhas de Umbanda têm Comandos definidos e Representantes junto às outras linhas, para evitar entre choques e harmonizar melhor as freqüências, sendo o seu principal escopo o bem estar do ser encarnado. Ditos Representantes, comparam-se à Diplomatas com suas imunidades, e ascendência direta sobre os seus afins. A seguir damos a relação dos Comandos e Representantes entre as 7 Linhas da Umbanda.
LINHA DE OXALÁ
Caboclo Tupi - Representante de Oxalá na Linha das Almas
Caboclo Guarani - Representante de Oxalá na Linha de Oxóssi
Caboclo Aymoré - Representante de Oxalá na Linha de Ogum
Caboclo Guaracy - Representante de Oxalá na Linha de Xangô
Caboclo Ubiratã - Representante de Oxalá na Linha de Ibeji
Caboclo Ubirajara - Representante de Oxalá na Linha de Senhoras
Caboclo Urubatão da Guia - Comando da Linha de Oxalá
LINHA DAS SENHORAS
Cabocla Janaína - Representante das Senhora na Linha das Almas
Cabocla Jupissiara - Representante das Senhoras na Linha de Oxóssi
Cabocla Jupiara - Representante das Senhoras na Linha de Ogum
Cabocla Jussara - Representante das Senhoras na Linha de Xangô
Cabocla Jacira - Representante das Senhoras na Linha de Ibeji
Cabocla Jandira - Comando da Linha das Senhoras
Cabocla Jupira - Representante das Senhoras na Linha de Oxalá
LINHA DE IBEJI
Yarirí - Representante de Ibeji na Linha das Almas
Crispiniano - Representante de Ibeji na Linha de Oxóssi
Crispim - Representante de Ibeji na Linha de Ogum
Orí - Representante de Ibeji na Linha de Xangô.
Doum - Comando da Linha de Ibeji
Damião - Representante de Ibeji na Linha das Senhoras
Cosme - Representante de Ibeji na Linha de Oxalá
LINHA DE XANGÔ
Xangô Abomi - Representante de Xangô na Linha das Almas
Xangô Aganju - Representante de Xangô na Linha das Almas
Xangô Alafim - Representante de Xangô na Linha de Ogum
Xangô Kaô - Comando da Linha de Xangô
Xangô Agojo - Representante de Xangô na Linha de Ibeji
Xangô Alufam - Representante de Xangô na Linha das Senhoras
Xangô Agodô - Representante de Xangô na Linha de Oxalá
LINHA DE OGUM
Ogum Megê - Representante de Ogum na Linha das Almas
Ogum Rompe Mato - Representante de Ogum na Linha de Oxóssi
Ogum Guerreiro - Comando da Linha de Ogum
Ogum de Nagô - Representante de Ogum na Linha de Xangô
Ogum Dilê - Representante de Ogum na Linha de Ibeji
Ogum Beira Mar - Representante de Ogum na Linha das Senhoras
Ogum de Malê - Representante de Ogum na Linha de Oxalá
LINHA DE OXÓSSI
Caboclo Arruda - Representante de Oxóssi na Linha das Almas
Caboclo Pena Verde - Comando da Linha de Oxóssi
Caboclo Araribóia - Representante de Oxóssi na Linha de Ogum
Caboclo Cobra Coral - Representante de Oxóssi na Linha de Xangô
Caboclo Guiné - Representante de Oxóssi na Linha de Ibeji
Cabocla Jurema - Representante de Oxóssi na Linha das Senhoras
Caboclo Pena Branca - Representante de Oxóssi na Linha de Oxalá
LINHA DAS ALMAS
Vovó Maria Conga - Comando da Linha das Almas
Vovó Arruda - Representante das Almas na Linha de Oxóssi
Pai Benedito - Representante das Almas na Linha de Ogum
Pai Tomé - Representante das Almas na Linha de Xangô
Pai Joaquim - Representante das Almas na Linha de Ibeji
Rei Congo - Representante das Almas na Linha das Senhoras
Pai Guiné - Representante das Almas na Linha de Oxalá

EXUS
PRECE DE EXU
Sou EXU, Senhor. Pai, permite que assim te chame, pois, na realidade, Tu o és, como és meu criador. Formaste-me da poeira ástrica, mas como tudo que provém de Ti, sou real e eterno.
Permite Senhor, que eu possa servir-Te nas mais humildes e desprezíveis tarefas criadas pelos teus humanos filhos. Os homens me tratam de anjo decaído, de povo traidor, de rei das trevas, de gênio do mal e de tudo o mais em que encontram palavras para exprimir o seu desprezo por mim; no entanto, nem suspeitam que nada mais sou do que o reflexo deles mesmos. Não reclamo, não me queixo porque esta é a Tua Vontade.
Sou escorraçado, sou condenado a habitar as profundezas escuras da terra e trafegar pelas sendas tortuosas da provação.
Sou invocado pela inconsciência dos homens a prejudicar o seu semelhante. Sou usado como instrumento para aniquilar aqueles que são odiados, movido pela covardia e maldade humanas sem contudo poder negar-me ou recorrer.
Pelo pensamento dos inconscientes, sou arrastado à exercer a descrença, a confusão e a ignominia, pois esta é a condição que Tu me impuseste. Não reclamo, Senhor, mas fico triste por ver os teus filhos que criaste à Tua imagem e semelhança, serem envolvidos pelo turbilhão de iniqüidades que eles mesmos criam e, eu, por Tua lei inflexível, delas tenho que participar.
No entanto, Senhor, na minha infinita pequenez e miséria, como me sinto grande e feliz quando encontro nalgum coração, um oásis de amor e sou solicitado a ajudar na prestação de uma caridade.
Aceito , sem queixumes, Senhor, a lei que, na Tua infinita sabedoria e justiça, me impuseste, a de executor das consciências, mas lamento e sofro mais porque os homens até hoje, não conseguiram compreender-me.
Peço-Te, Oh, Pai infinito que lhes perdoe.
Peço-Te, não por mim, pois sei que tenho que completar o ciclo da minha provação, mas por eles, os teus humanos filhos.
Perdoa-os, e torna-os bons, porque somente através da bondade do seu coração, poderei sentir a vibração do Teu amor e a graça do Teu perdão.
Fleruty (Exu Tiriri)
(Esta prece foi psicografada por A . J. Castro, da Cabana de Lázaro)
A linha de Exus, é outra linha independente, assim como Ibeji, engloba-se no Plano número 1 da Umbanda, através do qual tem acesso aos planos positivos, por mérito e evolução, conseguidos através do trabalho de Sapa.
Exu é a Polícia de Choque da Umbanda, é quem cobra na hora e também é quem tem maior ligação com os seres encarnados. Existem três tipos de Exu, à saber:
A. EXU PAGÃO
B. EXU BATIZADO
C. EXU COROADO
EXU PAGÃO: é aquele que não sabe distinguir o bem do mal, trabalha para quem pagar mais. Não é confiável, pois se pego, é castigado pelas falanges do Bem, então volta-se contra quem o mandou.
EXU BATIZADO: é todo aquele que já conhece o Bem e o Mal, praticando os dois conscientemente, são os capangueiros ou empregados das entidades, à cujo serviço, e evoluem na prática do bem, porém conservando suas forças de cobrança.
EXU COROADO: é aquele que após grande evolução como empregado das Entidades do Bem, recebem por mérito, a permissão de se apresentarem como elementos das linhas positivas, Caboclos, Pretos Velhos, Crianças, Oguns, Xangôs e até como Senhoras.
Elemento e força da natureza: FogoDia da semana: Segunda-feiraChacra atuante: Básico ou SacroPlaneta regente: Saturno e PlutãoNota musical: DóCor vibratória: Vermelho (totalmente), variando a tonalidade de acordo com sua evoluçãoCor representativa: Vermelho e preto, Branco e preto, Preto e Amarelo (vide nota especial no final do capítulo *)Cor do colar (guia): Vermelho e preto, Branco e preto, Preto e Amarelo, como acimaSaudação: Aruê-Exu, Arô-Exu ou Laroiê-ExuNegativo: QuiumbasAmalá: Carne de Porco ou de boi crua, cabrito, galinha preta, farofa com azeite de dendê, pimenta da costa, pipoca sem sal e sem açúcar, Banana d'águaOtí: Cachaça para os machos e champanhe ou anis para as fêmeasLocal de entregas: encruzilhadas, cemitérios, praias, lodo, pedreiras, etc...
Na representação dos pontos riscados, Exu pode utilizar três tipos de identificação de acordo com a sua evolução, a saber:

ENCRUZILHADAS
As encruzilhadas da figura acima, são utilizadas para a entrega de agrados ou descargas, na forma seguinte:Encruzilhadas abertas: Para todos Exus (indistintamente)Encruzilhadas fechadas: Para todos os Exus (indistintamente)Porteira de Curral: Exu das 7 PorteirasEncruzilhadas Mistas: Exus mirins, etc..Encruzilhadas em "S" ou curvas: Exu Tira TeimaEncruzilhadas em pé de galinha: Dona Pomba GiraEncruzilhadas de estrada de ferro: Dona Maria PadilhaEncruzilhadas de caminho do mato: Dona Maria Molambo
NOTA: Nas curvas em S nunca se caminha pelo lado do ângulo da curva. Nunca se deve atravessar as encruzilhadas em diagonal, principalmente as de dentro do cemitério. Ao utilizar-se uma porteira de curral, entra-se pelo lado direito e sai-se pelo esquerdo.
Nota Especial da Cor representativa e dos colares (guias) *
Vermelho e Preto: Para todos os EXUS de encruzilhadas.Preto e Branco: Para todos EXUS com chefia, independente do local a que pertença.Preto e Amarelo: Exclusivas para os EXUS da Calunga Pequena (Cemitério)
EBÓ
O Ebó é o descarte das coisas desnecessárias.Exemplo: Restos de matanças, restos de amalás, ageuns, ervas, cera, etc...
Exus Femininos são conhecidos como Pomba-gira ou Bombogiras.
REPRESENTAÇÃO DOS EXUS ENTRE AS LINHAS DE UMBANDA
LINHA DE OXALÁ
7 - Exu Sete Encruzilhadas
Comando negativo da linha
6 - Exu Sete Pembas
Representante negativo na linha das Senhoras
5 - Exu Sete Ventanias
Representante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Sete Poeiras
Representante negativo na linha de Xangô
3 - Exu Sete Chaves
Representante negativo na linha de Ogum
2 - Exu Sete Capas
Representante negativo na linha de Oxóssi
1 - Exu Sete Cruzes da Calunga
Representante negativo na linha das Almas
LINHA DAS SENHORAS
7 - Exu Maré
Representante negativo na linha de Oxalá
6 - Exu Pomba Gira
Comando negativo da linha
5 - Exu Má-canjira
Representante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Carangola
Representante negativo na linha de Xangô
3 - Exu Naguê
Representante negativo na linha de Ogum
2 - Exu Maria Mulambo
Representante negativo na linha de Oxóssi
1 - Exu Maria Padilha
Representante negativo na linha das Almas
LINHA DE IBEJI
7 - Exu Veludinho da Meia Noite
Representante negativo na linha de Oxalá
6 - Exu Manguinho
Representante negativo na linha de Senhoras
5 - Exu Tiriri
Comando negativo da linha
4 - Exu Lalú
Representante negativo na linha de Xangô
3 - Exu Toquinho
Representante negativo na linha de Ogum
2 - Exu Mirim
Representante negativo na linha de Oxóssi
1 - Exu Ganga
Representante negativo na linha das Almas

LINHA DE XANGÔ
7 - Exu Pedreira
Representante negativo na linha de Oxalá
6 - Exu Calunga
Representante negativo na linha das Senhoras
5 - Exu Corcunda
Representante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Gira Mundo
Comando negativo da linha
3 - Exu Meia Noite
Representante negativo na linha de Ogum
2 - Exu Mangueira
Representante negativo na linha de Oxóssi
1 - Exu Ventania
Representante negativo na linha das Almas
LINHA DE OGUM
7 - Exu Tira Teimas
Representante negativo na linha de Oxalá
6 - Exu Tira Toco
Representante negativo na linha das Senhoras
5 - Exu Limpa Trilhos
Representante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Tranca Gira
Representante negativo na linha de Xangô
3 - Exu Tranca Ruas
Comando negativo da linha
2 - Exu Veludo
Representante negativo na linha de Oxóssi
1 - Exu Porteira
Representante negativo na linha das Almas
LINHA DE OXÓSSI
7 - Exu da Campina
Representante negativo na linha de Oxalá
6 - Exu Bauru
Representante negativo na linha das Senhoras
5 - Exu Lonan
Representante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Capa Preta
Representante negativo na linha de Xangô
3 - Exu Pemba
Representante negativo na linha de Ogum
2 - Exu Marabô
Comando negativo da linha
1 - Exu das Matas
Representante negativo na linha das Almas
LINHA DAS ALMAS
7 - Exu Pinga Fogo
Representante negativo na linha de Oxalá
6 - Exu Alebá
Representante negativo na linha das Senhoras
5 - Exu Bára
Representante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Come Fogo
Representante negativo na linha de Xangô
3 - Exu do Lodo
Representante negativo na linha de Ogum
2 - Exu Brasa
Representante negativo na linha de Oxóssi
1 - Exu Caveira
Comando negativo da linha


Elos existentes dentro das próprias Linhas de Umbanda com os Exus:
· Linha de Oxalá
o 1ª Falange ou Legião - Caboclo Urubatão - Exu Sete Encruzilhadas
o 2ª Falange ou Legião - Caboclo Guaracy - Exu Sete Poeiras
o 3ª Falange ou Legião - Caboclo Guarani - Exu Sete Cruzes
o 4ª Falange ou Legião - Caboclo Aymoré - Exu Sete Chaves
o 5ª Falange ou Legião - Caboclo Tupy - Exu Sete Pembas
o 6ª Falange ou Legião - Caboclo Ubiratan - Exu Sete Capas
o 7ª Falange ou Legião - Caboclo Ubirajara - Exu Sete Ventanias
· Linha de Ogum
o 1ª Falange ou Legião - Caboclo Ogum Da Lei - Exu Tranca Ruas das Almas
o 2ª Falange ou Legião - Caboclo Ogum Matinada - Exu Tira Teimas
o 3ª Falange ou Legião - Caboclo Ogum Rompe Mato - Exu Veludo
o 4ª Falange ou Legião - Caboclo Ogum Beira Mar - Exu Arranca Toco
o 5ª Falange ou Legião - Caboclo Ogum Malei - Exu Porteira
o 6ª Falange ou Legião - Caboclo Ogum Megê - Exu Limpa Trilho
o 7ª Falange ou Legião - Caboclo Ogum Yara - Exu Tranca Gira
· Linha de Oxóssi
o 1ª Falange ou Legião - Caboclo Arranca Toco - Exu Marabô
o 2ª Falange ou Legião - Caboclo Araribóia - Exu Pemba
o 3ª Falange ou Legião - Caboclo Arruda - Exu Campina ou dos Rios
o 4ª Falange ou Legião - Caboclo Cobra Coral - Exu da Capa Preta
o 5ª Falange ou Legião - Caboclo Tupinambá - Exu Lonan
o 6ª Falange ou Legião - Cabocla Jurema - Exu Bauru
o 7ª Falange ou Legião - Caboclo Pena Branca - Exu da Matas
· Linha de Xangô
o 1ª Falange ou Legião - Caboclo Xangô Kaô - Exu Gira Mundo
o 2ª Falange ou Legião - Caboclo Xangô Pedra Branca - Exu Mangueira
o 3ª Falange ou Legião - Caboclo Xangô Agodô - Exu Pedreira
o 4ª Falange ou Legião - Caboclo Xangô Sete Montanhas - Exu Corcunda
o 5ª Falange ou Legião - Caboclo Xangô Sete Cachoeiras - Exu Calunga
o 6ª Falange ou Legião - Caboclo Xangô Pedra Preta - Exu Meia Noite
o 7ª Falange ou Legião - Caboclo Xangô Sete Pedreiras - Exu Ventania
· Linha de Yorimá
o 1ª Falange ou Legião - Pai Guiné - Exu Pinga Fogo
o 2ª Falange ou Legião - Pai Tomé - Exu Come Fogo
o 3ª Falange ou Legião - Pai Joaquim - Exu Bara
o 4ª Falange ou Legião - Pai Benedito - Exu Alebá
o 5ª Falange ou Legião - Vovó Maria Conga - Exu Caveira
o 6ª Falange ou Legião - Pai Congo D´Aruanda - Exu do Lodo
o 7ª Falange ou Legião - Pai Arruda - Exu Brasa
· Linha de Yori ou Ibêji
o 1ª Falange ou Legião - Tupanzinho - Exu Tiriri
o 2ª Falange ou Legião - Ori - Exu Toquinho
o 3ª Falange ou Legião - Damião - Exu Manguinho
o 4ª Falange ou Legião - Yari - Exu Ganga
o 5ª Falange ou Legião - Doum - Exu Lalu
o 6ª Falange ou Legião - Cosme - Exu Veludinho
o 7ª Falange ou Legião - Yariri - Exu Mirim
· Linha de Yemanjá
o 1ª Falange ou Legião - Cabocla Yara - Exu Pomba Gira Rainha
o 2ª Falange ou Legião - Cabocla Estrela do Mar - Exu Carangola
o 3ª Falange ou Legião - Cabocla Indaiá - Exu Nanguê
o 4ª Falange ou Legião - Cabocla do Mar - Exu Maria Padilha
o 5ª Falange ou Legião - Cabocla Yansã - Exu Maré
o 6ª Falange ou Legião - Cabocla Nanã Burukun - Exu Gererê
o 7ª Falange ou Legião - Cabocla Oxum - Exu do Mar
Assim como estas ligações, elos, correspondências e afinidades existentes entre os Orixás da Umbanda e os Exus, existem muitas outras, porém se torna impraticável apresenta-las todas


ELEMENTAIS
OS ESPÍRITOS DA NATUREZA
Os Elementais são Entidades Espirituais, relacionadas com os elementos da natureza, onde realizam desempenhos muito importantes, essenciais mesmo, à totalidade da vida natural, pois que, através das ditas Entidades, nos são oferecidos: ervas, flores, frutos, oxigênio, água e tudo o mais que o ser encarnado denomina de Forças da Natureza.
São Entidades gerando, ordenando e dirigindo na natureza, suas manifestações peculiares e trabalhando dentro de uma linha evolutiva, diferente da dos seres encarnados. Podem ser percebidos pelo homem em certos estados de consciência, porém, pelos chamados irracionais, são notados e vistos com a maior naturalidade e a amiúde.
Pertencem ao grupamento de espíritos que não tiveram, nem terão, vida material, situando-se numa escala evolutiva Angelical. À eles, cabe realizar a evolução da vida e da forma em nosso planeta. Acima dos Elementais, DEVAS MAIORES, estão os chamados Anjos e Arcanjos, e a escala se prolonga, até que cheguemos aos espíritos comandantes da natureza, OS ORIXÁS.
Os Elementais são constituídos de LUZ - ou um tênue material auto luminoso e sua forma é na apresentação, semelhante à humana. As variações de consciência evolutiva e deveres cumpridos, produzem mudanças na coloração da luminosidade e até interfere na própria forma.
Nas épocas da germinação, crescimento e desenvolvimento, a vitalidade e atividade destas entidades aumentam o seu contato direto com o mundo físico, e é quando se tornam mais visíveis, dançando, brincando e até de certa forma, imitando os seres encarnados.
Eles se agrupam sob o comando dos ORIXÁS da seguinte forma:
Plano 7
OXALÁ
SILFOS
Plano 6
SENHORAS
ONDINAS ou NINFAS
Plano 5
IBEJI
FADAS
Plano 4
XANGÔ
SALAMANDRAS
Plano 3
OGUM
ELFOS
Plano 2
OXÓSSI
GNOMOS ou DUENDES
Plano 1
ALMAS
AVISSAIS
SILFOS - ELEMENTAIS DO AR: São entidades de pequena estatura, de poderes mágicos, que os diferem dos outros espíritos da natureza, por serem de uma constituição sem forma definida, uma massa semi sólida de substância etérea. Exemplo: Fumaça, efeitos de luz através dos pirilampos, Aurora Boreal, arco-íris, etc... Altura + / - 10 cm
ONDINAS ou NINFAS - ELEMENTAIS DA ÁGUA: São entidade do amor, que vivem nas águas do mar, lagos, lagoas, rios e cachoeiras, semelhantes as graciosas mocinhas de cabelos longos. Comandam toda a fauna aquática e podem encaixar (incorporar) na forma de sereias, dragões, serpentes marinhas, gaivotas, etc...Altura + / - 30 cm
FADAS - ELEMENTAIS ECLÉTICOS: São entidades voláteis, que atuam em todos os reinos da natureza, segundo à necessidade ou ordens recebidas. Apresentam-se muito belas e esvoaçantes em fascinantes evoluções, interferindo na coloração e matiz de tudo que existe no planeta.Altura + / - 30 cm
SALAMANDRAS - ELEMENTAIS DO FOGO: São entidades diretas do fogo, que não possuem forma definida. Têm-se, quando as vemos, a impressão de uma forma fundamentalmente humana, o rosto, quando não é velado pelas chamas, é de aparência humana, mas a maior parte das vezes, apresentam-se na forma de lagartixas, camaleões ou escorpiões.Altura + / - 70 a 90 cm
ELFOS - ELEMENTAIS DOS METAIS: São entidades em muito semelhante aos SILFOS, sem forma corpórea definida, pois aparecem, da combinação do Ar e do Fogo sobre os metais. Por serem elementais belicosos, atuam amiúde através de cães, gatos e galos de briga.Altura + / - 20 cm
GNOMOS ou DUENDES - ELEMENTAIS DAS FLORESTAS: São entidades que habitam as florestas e lugares desertos. Têm a forma semelhante à de um anão e atuam sobre tudo e sobre todos os que habitam ou transitam nas matas e florestas, dando sinais através de: Bicho de Pau, cobras e aves como a Graúna, Melro e semelhantes.Altura + / - de 15 a 20 cm
AVISSAIS - ELEMENTAIS DA TERRA: São entidades que entrelaçam os elementos da terra e da água, apresentam-se em massa disforme, porém bem densa e atuam principalmente sobre:a) Na água: Cavalos Marinhos, peixes-espada, Camarões e crustáceos em geral, pois são seres que se alimentam do lodo aquático.b) Na terra: Minhocas, lesmas, caramujos e semelhantes, pois são seres que se alimentam da umidade do lodo da terra.
A CRUZ
A Cruz, pode ser encontrada em um número muito grande de variações, porém o modelo básico é sempre a interseção de dois segmentos retos, quase sempre na vertical e horizontal. O significado do símbolo da cruz é sempre a conjunção dos opostos: o eixo vertical (masculino) e o eixo horizontal (feminino); o positivo e o negativo; o homem e a mulher; o superior com o inferior; o tempo com o espaço; o ativo com o passivo; o Sol com a Lua; a vida com a morte, etc., pois tudo no universo (e no homem) nasce e se desenvolve a partir do choque doloroso de forças antagônicas. A Cruz afirma assim a relação básica entre o Celestial e o terreno, e que é, através da crucificação (o conhecimento dos opostos), que se chega ao centro de si mesmo (a iluminação).
Os vários tipos de Cruz conhecidos são:
CRUZ SIMPLES: a forma básica, símbolo perfeito da união dos opostos, do masculino com o feminino.
CRUZ DE SANTO ANDRÉ: símbolo da união do mundo superior com o inferior. Tem esse nome, porque segundo a história Santo André foi martirizado numa cruz com essa forma.
CRUZ DE SANTO ANTONIO ou TAU: tem esse nome porque reproduz o desenho da 19a letra grega Tau. Para os gauleses a Tau representava o martelo do deus escandinavo THOR. Já era usada como significado simbólico pelos antigos egípcios, como a representação de um martelo de duas cabeças, o sinal daquele que faz cumprir. São Francisco usou a Cruz Tau, como assinatura.
CRUZ CRISTÃ: também chamada de CRUZ LATINA, é o mais exaltado emblema da fé cristã. Na origem, era um patíbulo, constituído por uma trave vertical de madeira e outra trave horizontal, próximo ao topo. Os romanos a utilizaram para a execução de criminosos, da mesma forma que ainda nos dias de hoje se usa a forca com a mesma finalidade.
CRUZ DE ANU: os assírios e caldeus usaram esta cruz, como representação do céu de seu deus ANU. Possivelmente esse símbolo sugere a irradiação da Divindade do Espaço em todas as direções.
CRUZ ANSATA: importantíssimo símbolo solar egípcio. Trata-se de uma cruz Tau, com um arco ou círculo na sua parte superior. A Cruz Ansata é na realidade um hieróglifo, significando vida ou ato de viver e formando parte das palavras saúde e felicidade. Como símbolo microcósmico, isto é, análogo ao homem, o círculo representa a cabeça humana, o eixo horizontal os braços e o eixo vertical, o resto do corpo.
SUÁSTICA ou CRUZ GAMADA: um dos mais importantes símbolos de toda a humanidade. Ela representa a energia criativa do cosmos em movimento. Por isso ela pode ter dois sentidos:
Destrógiro (braços movimentando-se para a direita)
Sinistrógiro (braços movimentando-se para a esquerda)
A Destrógira representa o movimento evolutivo do Universo (positivo) e a Sinistrógira, o movimento de involução do mesmo (negativo). Somente nas últimas décadas, a suástica adquiriu má reputação, devido aos nazistas alemães a terem escolhido como símbolo do seu movimento.
CRUZ DE MALTA: também conhecida como Cruz de São João. Tem oito pontas como significado místico. É o emblema da Ordem dos Cavaleiros de São João, da Ilha de Malta. É também muito usada em condecorações.
CRUZ PATRIARCAL: conhecida também como a Cruz de Lorena, representava os bispos e príncipes da Igreja Cristã.
CRUZ PAPAL: derivação da Cruz Patriarcal, usada como hierarquia por todos os Papas conhecidos.
CRUZ ROSA-CRUZ: tem um significado místico e alegórico. Os rosa-cruzes explicam essa simbologia, interpretando a cruz como o corpo físico do homem, com os braços estendidos em saudação perante o Sol, no Leste. O Sol representa aqui a LUZ MAIOR. A rosa parcialmente desabrochada, no centro da cruz, representa a alma do homem, o seu interior, desenvolvendo-se dentro dele à medida que recebe e conquista mais Luz. Essa rosa no centro da cruz, também representa o ponto da unidade.
Pelo exposto, chega-se à conclusão de que somos em síntese uma CRUZ em evolução no Universo, e que só depende de nós próprios, qual a melhor ou pior forma que ela se apresentará perante o Supremo Arquiteto do Universo, quando tivermos que nos confrontar com a LUZ DIVINA.
FONTE: A Cruz - Revista Planeta
PEQUENO VOCABULÁRIODE UMBANDA
Abaixo damos uma série de palavras muito utilizadas nas reuniões de Umbanda, para o bom entendimento entre a Entidade comunicante e a pessoa que recebe a comunicação:
ABA: Cuidado, não maltratarABABÁ: Alguidar, cuia de barroABACÊ: Local das cerimônias (Terreiro, Stadium)ABARÁ: Massa de feijão brancoABÊRÊ: Indagador, bisbilhoteiroABARÉM: Milho verde socadoABÓ Meio (metade)ABÔ EXIM: Égua (animal)ACAÇÁ: Massa de milho brancoADAM: RatoADO: Milho maduro em grãoADUM: Doçura, meiguiceAFOXÉ: Instrumento musical, dança ritualAFURÁ: Bolo de arroz com mel de abelhaÁGUA QUE QUEIMA: ÁlcoolÁGUA AZEDA: VinagreAGEUM: Comida de Santo (dada aos convidados)AGÔ: LicençaAGÔ-IÊ: Dai-me LicençaAGRADO: PresenteAGUNJAIÁ: Puxa-sacoAMALÁ: Comida de Santo (específica p/entrega ao Santo)APÔ: JavaliAQUANANÃ: HomossexualATARÊ: Pimenta-da-costaBABÁ: PaiBABÁ AGBA: AvôBAJÉ: PodreBAMBÁ: Temível, valenteBINGA: Coité de chifreBURRO: Médium (termo usado pelos negativos)CABA: AbelhaCABALA: Ritual e liturgia secretosCACURUCAIA: Velha (mulher)CACURUQUÊ: Velho (homem)CAFIOTO: Criança (menino ou menina)CAFÚNGA: TristezaCALANGO: VíboraCAMATUÊ: Cabeça (de pessoa)CARNE DE SOL: Carne-secaCALUNGA PEQUENA: CemitérioCALUNGA GRANDE: MarCARTOLA: Médico ou qualquer Dr.CASA BRANCA: HospitalCASA DE GRADE: CadeiaCAVALO: Médium (termo usado pelos positivos)CURIAR: Comer ou beberCURIMAR: CantarCURIMBAR: Dançar, cantandoDECÁ: Diploma, Certificado SacerdotalELEDÁ: Pai(s) de cabeça + adjuntores (juntós)ERÓ: Mistério, cabalaGANZÁ: Instrumento de percussão, feito de taboca (bambu), o Ganzá é todo talhado no sentido contrário ao comprimento. O bambu também sofre três ou quatro rachaduras no sentido longitudinal que servem para que o som não se torne abafado. Por fim, utiliza-se um pedaço de osso (costela bovina) para raspar a taboca e obter o som.JABÁ: EsteiraJALAPO: AçúcarMÁSIA: ÁguaMASÍA: VentoNANGA: Roupa de trabalho (geralmente branca)PONTA BRANCA: CigarroQUIZILA: Alergia, força contráriaSACATRAPO: CharutoSALUIM: Dia dos mortosSUNDA: NomeTUIA: PólvoraTUFADO: TemporalZIMBA: Assinatura, ponto riscado
Vocabulário YORUB
PESQUISA SOBRE ORIXAS
O PERFIL DO ORIXÁ
Orixá masculino, de origem Ioruba (nagô) bastante cultuado no Brasil, onde costuma ser considerado a divindade mais importante do panteão africano. Na África é cultuado com o nome de Obatalá. Quando porém os negros vieram para cá, como mão-de-obra escrava na agricultura, trouxeram consigo, além do nome do Orixá, uma outra forma de a ele se referirem, Orixalá, que significa, orixá dos orixás. Numa versão contraída, o nome que se acabou popularizando, é OXALÁ.
Esta relação de importância advém de a organização de divindades africanas ser uma maneira simbólica de se codificar as regras do comportamento. Nos preceitos, estão todas as matrizes básicas da organização familiar e tribal, das atitudes possíveis, dos diversos caminhos para uma mesma questão. Para um mesmo problema, orixás diferentes propõem respostas diferentes - e raramente há um acordo social no sentido de estabelecer uma das saídas como correta e a outra não. A jurisprudência africana nesse sentido prefere conviver com os opostos, estabelecendo, no máximo, que, perante um impasse, Ogum faz isso, Iansã faz aquilo, por exemplo.
Assim, Oxalá não tem mais poderes que os outros nem é hierarquicamente superior, mas merece o respeito de todos por representar o patriarca, o chefe da família. Cada membro da família tem suas funções e o direito de se inter-relacionar de igual para igual com todos os outros membros, o que as lendas dos Orixás confirmam através da independência que cada um mantém em relação aos outros. Oxalá, porém, é o que traz consigo a memória de outros tempos, as soluções já encontradas no passado para casos semelhantes, merecendo, portanto, o respeito de todos numa sociedade que cultuava ativamente seus ancestrais. Ele representa o conhecimento empírico, neste caso colocado acima do conhecimento especializado que cada Orixá pode apresentar: Ossâim, a liturgia; Oxóssi, a caça; Ogum, a metalurgia; Oxum, a maternidade; Iemanjá, a educação; Omolu, a medicina - e assim por diante.
Se por este lado, Oxalá merece mais destaque, o considerá-lo superior aos outros (o que não está implícito como poder, mas sim merecimento de respeito ao título de Orixalá) veio da colonização européia. Os jesuítas tentavam introduzir os negros nos cultos católicos, passo considerado decisivo para os mentores e ideólogos que tentavam adaptá-los à sociedade onde eram obrigados a viver, baseada em códigos a eles completamente estranhos. A repressão pura e simples era muito eficiente nestes casos, mas não bastava. Eram constantes as revoltas. Em alguns casos, perceberam que o sincretismo era a melhor saída, e tentaram convencer os negros que seus Orixás também tinham espaço na cultura branca, que as entidades eram praticamente as mesmas, apenas com outros nomes.
Alguns escravos neles acreditaram. Outros se aproveitaram da quase obrigatoriedade da prática dos cultos católicos, para, ao realizá-los, efetivarem verdadeiros cultos de Umbanda, apenas mascarados pela religião oficial do colonizador. Esclarecida esta questão, não negamos as funções únicas e importantíssimas de Oxalá perante a mitologia ioruba. É o princípio gerador em potencial, o responsável pela existência de todos os seres do céu e da terra. É o que permite a concepção no sentido masculino do termo. Sua cor é o branco, porque ela é a soma de todas as cores.
Por causa de Oxalá a cor branca esta associada ao candomblé e aos cultos afro-brasileiros em geral, e não importa qual o santo cultuado num terreiro, nem o Orixá de cabeça de cada filho de santo, é comum que se vistam de branco, prestando homenagem ao Pai de todos os Orixás e dos seres humanos. Se essa mesma, gostar e quiser usar roupas com as cores do seu ELEDÁ (primeiro Orixá de cabeça) e dos seus AJUNTÓ (adjutores auxiliares do Orixá de cabeça) não terá problema algum, apenas dependendo da orientação da cúpula espiritual dirigente do terreiro.
Segundo as lendas, Oxalá é o pai de todos os Orixás, excetuando-se Logunedé, que é filho de Oxóssi e Oxum, e Iemanjá que tem uma filiação controvertida, sendo mais citados Odudua e Olokum como seus pais, mas efetivamente Oxalá nunca foi apontado como seu pai.
AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXALÁ
As características tão bem sintetizadas por Monique Augras ao descrever a dança de Oxalá (no ritual de nação) definem bem o arquétipo psicológico a ele associado. São caracteres encontrados nos arquétipos ocidentais também em relação à figura paterna.
Oxalá é o pai dos Orixás e, por extensão, de toda a humanidade. Estabelece, pois, entre si e os outros, uma aura não de temeridade (já que não é nada inseguro), mas sim de respeito e carinho. Os filhos de Oxalá, portanto, são pessoas tranqüilas, com tendência à calma, até nos momentos mais difíceis; conseguem o respeito mesmo sem que se esforcem objetivamente para obtê-lo. São amáveis e pensativos, mas nunca de maneira subserviente. Às vezes chegam a ser autoritários, mas isso acontece com os que têm Orixás guerreiros ou autoritários como adjutores (ajuntós).
Sabem argumentar bem, tendo uma queda para trabalhos que impliquem em organização. Gostam de centralizar tudo em torno de si mesmos. São reservados, mas raramente orgulhosos.
Seu defeito mais comum é a teimosia, principalmente quando têm certeza de suas convicções; será difícil convencê-los de que estão errados ou que existem outros caminhos para a resolução de um problema.
No Oxalá mais velho (OXALUFÃ) a tendência se traduz em ranzinzice e intolerância, enquanto no Oxalá novo (OXAGUIÃ) tem um certo furor pelo debate e pela argumentação.
Para Oxalá, a idéia e o verbo são sempre mais importantes que a ação, não sendo raro encontrá-los em carreiras onde a linguagem (escrita ou falada) seja o ponto fundamental.
Fisicamente, os filhos de Oxalá tendem a apresentar um porte majestoso ou no mínimo digno, principalmente na maneira de andar e não na constituição física; não é alto e magro como o filho de Ogum nem tão compacto e forte como os filhos de Xangô. Às vezes, porém, essa maneira de caminhar e se postar dá lugar a alguém com tendência a ficar curvado, como se o peso de toda uma longa vida caísse sobre seus ombros, mesmo em se tratando de alguém muito jovem.
O PERFIL DO ORIXÁ
Comparada com as outras divindades do panteão africano, o Orixá feminino ioruba Iemanjá é uma figura extremamente simples. Ela é uma das figuras mais conhecidas nos cultos brasileiros, com o nome sempre bem divulgado pela imprensa, pois suas festas anuais sempre movimentam um grande número de iniciados e simpatizantes, tanto da Umbanda como do Candomblé.
Pelo sincretismo, porém, muita água rolou. Os jesuítas portugueses, tentando forçar a aculturação dos africanos e a aceitação, por parte deles, dos rituais e mitos católicos, procuraram fazer casamentos entre santos cristãos e Orixás africanos, buscando pontos em comum nos mitos.
Para Iemanjá foi reservado o lugar de Nossa Senhora, sendo, então, artificialmente mais importante que as outras divindades femininas, o que foi assimilado em arte por muitos ramos da Umbanda.
Mesmo assim,não se nega o fato de sua popularidade ser imensa, não só por tudo isso, mas pelo caráter, de tolerância, aceitação e carinho.É uma das rainhas das águas, sendo as duas salgadas: as águas provocadas pelo choro da mãe que sofre pela vida de seus filhos, que os vê se afastarem de seu abrigo, tomando rumos independentes; e o mar, sua morada, local onde costuma receber os presentes e oferendas dos devotos.
São extremamente concorridas suas festas. É tradicional no Rio de Janeiro, em Santos (litoral de São Paulo) e nas praias de Porto Alegre a oferta ao mar de presentes a este Orixá, atirados à morada da deusa, tanto na data específica de suas festas, como na passagem do ano. São comuns no reveillon as tendas de Umbanda na praia, onde acontecem rituais e iniciados incorporam caboclos e pretos-velhos, atendendo a qualquer pessoa que se interesse.
Na África, a origem de Iemanjá também é um rio que vai desembocar no mar. De tanto chorar com o rompimento com seu filho Oxóssi, que a abandonou e foi viver escondido na mata junto com o irmão renegado Ossaim. Iemanjá se derreteu, transformando-se num rio que foi desembocar no mar. É a mãe de quase todos os Orixás de origem ioruba (com exceção de Logunnedê), enquanto a maternidade dos Orixás Daomeanos é atribuída a Nanã.
É portanto semelhante às outras mães da água, o que é compreensível, já que as diferentes tribos e nações acabaram por desenvolver o culto a um Orixá feminino específico, que relacionavam com um rio da região. No caso de Iemanjá, as lendas africanas já a identificavam com o mar, como podemos perceber pela narrativa recolhida por Pierre Verger:
Iemanjá seria a filha de Olokum, deus (no Daomé, atual Benin) ou deusa (em Ifé) do mar. Em uma história de Ifé ela aparece casada pela primeira vez com Orunmilá, senhor das adivinhações, depois com Olofin, rei do Ifé, com o qual teve supostamente dez (10) filhos. Iemanjá, cansada de sua permanência em Ifé, foge mais tarde em direção ao oeste. Outrora, Olokum lhe havia dado, por medida de precaução, uma garrafa contendo um preparado (...) com a recomendação de quebrá-la no chão em caso de extremo perigo. E assim Iemanjá foi instalar-se no Entardecer-da-Terra, o Oeste.
A lenda diz que Olofin, rei de Ifé, lançou o exercito à sua procura, o que fez Iemanjá, no esconderijo, quebrar a garrafa. Teria, então, na mesma hora, se formado um rio que a tragou, levando-a para Okum, o oceano - morada de seu pai Olokum.
Apesar dos preceitos tradicionais relacionarem tanto Oxum como Iemanjá à função da maternidade, pôde estabelecer-se uma boa distinção entre esse conceitos. As duas Orixás não rivalizam (Iemanjá praticamente na rivaliza com ninguém, enquanto Oxum é famosa por suas pendências amorosas que a colocaram contra Iansã e Oba). Cada uma domina a maternidade num momento diferente.
CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE IEMANJÁ
No arquétipo psicológico, expandem-se as características insinuadas pela descrição dos mitos e lendas de Iemanjá. Também fica fácil entender os conceitos principais se mantivermos a comparação com o Orixá Oxum. Como os filhos da mãe da água doce, os de Iemanjá, também gostam de luxo, das jóias caras e dos tecidos vistosos. Gostam de viver num ambiente confortável e, mesmo quando pobres, pode-se notar uma certa sofisticação em suas casas, se comparadas com as demais da comunidade de que fazem parte.
Enquanto os filhos de Oxum são diplomatas e sinuosos, os de Iemanjá se mostram mais diretos. São capazes de fazer chantagens emocionais, mas nunca diabólicas. A força e a determinação fazem parte de seus caracteres básicos, assim como o sentido da amizade e do companheirismo.
Como são pessoas presas ao arquétipo da mãe, a família e os filhos têm grande importância na vida dos filhos de Iemanjá. A relação com eles pode ser carinhosa, mas nunca esquecendo conceitos tradicionais como respeito e principalmente hierarquia.
São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente ancestral, e costumam, por isso casar ou associar-se cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis, preferindo casas onde rapidamente possam repetir os mecanismos e os quase ritos que fazem do cotidiano.
Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas obcecadas pela própria carreira, sem grandes planos para atividades a longo prazo, a não ser quando se trata do futuro de filhos e entes próximos.
Todos esses dados nos apresentam uma figura um pouco rígida, refratária a mudanças, apreciadora do cotidiano. Ao mesmo tempo, indicam alguém doce, carinhoso, sentimentalmente envolvente e com grande capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros. Mas nem tudo são qualidades em Iemanjá, como em nenhum Orixá. Seu caráter pode levar o filho desse Orixá a ter uma tendência a tentar concertar a vida dos que o cercam - o destino de todos estariam sob sua responsabilidade. Os filhos de Iemanjá demoram muito para confiar em alguém, bons conhecedores que são da natureza humana. Quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro e íntimo círculo de amigos, porém, deixam de ter restrições, aceitando-a completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande capacidade de perdoar as pequenas falhas humanas.
Um filho de Iemanjá pode tornar-se rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos sem esquecê-las jamais.
O PERFIL DO ORIXÁ
Esta é uma figura muito controvertida do panteão africano. Ora perigosa e vingativa, ora praticamente desprovida de seus maiores poderes, relegada a um segundo plano amargo e sofrido, principalmente ressentido, Nanã possui não dois lados, como tantos Orixás, mas sim um Orixá dentro do outro, um conceito que foi sendo gradativamente substituído por outro, dando margem a muita confusão e contestação no jeito de se defini-la.
Nanã, é um Orixá feminino de origem daomeana, que foi incorporado há séculos pela mitologia ioruba, quando o povo nagô conquistou o povo do Daomé (atual Republica do Benin) , assimilando sua cultura e incorporando alguns Orixás dos dominados à sua mitologia já estabelecida.
Resumindo esse processo cultural, Oxalá (mito ioruba ou nagô) continua sendo o pai e quase todos os Orixás. Iemanjá (mito igualmente ioruba) é a mãe de seus filhos (nagô) e Nanã (mito jeje) assume a figura de mãe dos filhos daomeanos, nunca se questionando a paternidade de Oxalá sobre estes também, paternidade essa que não é original da criação das primeiras lendas do Daomé, onde Oxalá obviamente não existia. Os mitos daomeanos eram mais antigos que os nagôs (vinham de uma cultura ancestral que se mostra anterior à descoberta do fogo). Tentou-se, então, acertar essa cronologia com a colocação de Nanã e o nascimento de seus filhos, como fatos anteriores ao encontro de Oxalá e Iemanjá.
Muitas pesquisas apontam ainda que os iorubas começaram a ter um conceito de Deus Supremo antes inexistente, e que esse conceito pode (fato não comprovado) ser conseqüência da influência dos maometanos do norte da África sobre a população negra mais próxima. Assim Nanã assume, como outros Orixás femininos, o conceito de maternidade como função principal.
É neste contexto, a primeira esposa de Oxalá, tendo com ele três filhos: Iroco (ou Tempo), Omolu (ou Obaluaê) e Oxumarê.
Pierre Verger aponta que Nanã, no culto daomeano, teria um posto hierárquico semelhante ao de Oxalá ou até mesmo do Deus Supremo Olorum. Neste contexto, era uma figura feminina mas às vezes também alguém acima das distinções macho e fêmea, pois constituía, num par completo, pai e mãe unificados de todas as coisas, fossem os seres humanos, fossem os Orixás.
Nanã faz o caminho inverso da mãe da água doce. É ela quem reconduz ao terreno do astral, as almas dos que Oxum colocou no mundo real. É a deusa do reino da morte, sua guardiã, quem possibilita o acesso a esse território do desconhecido.
A senhora do reino da morte é, como elemento , a terra fofa, que recebe os cadáveres, os acalenta e esquenta, numa repetição do ventre, da vida intra-uterina. É, por isso, cercada de muitos mistérios no culto e tratada pelos praticantes da Umbanda e do Candomblé, com menos familiaridade que os Orixás mais extrovertidos como Ogum e Xangô, por exemplo.
Muitos são portanto os mistérios que Nanã-terra esconde, pois nela entram os mortos e através dela são modificados para poderem nascer novamente. Só através da morte é que poderá acontecer para cada um a nova encarnação, para novo nascimento, a vivência de um novo destino – e a responsável por esse período é justamente Nanã. Ela é considerada pelas comunidades da Umbanda e do Candomblé, como uma figura austera, justiceira e absolutamente incapaz de uma brincadeira ou então de alguma forma de explosão emocional. Por isso está sempre presente como testemunha fidedigna das lendas. Jurar por Nanã, por parte de alguém do culto, implica um compromisso muito sério e inquebrantável, pois o Orixá exige de seus filhos-de-santo e de quem o invoca em geral a mesma e sempre relação austera que mantém com o mundo.
CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE NANÃ
Uma pessoa que tenha Nanã como Orixá de cabeça (mãe no Eledá), pode levar em conta principalmente a figura da avó: carinhosa às vezes até em excesso, levando o conceito de mãe ao exagero, mas também ranzinza, preocupada com detalhes, com forte tendência a sair censurando os outros. Não tem muito senso de humor, o que a faz valorizar demais pequenos incidentes e transformar pequenos problemas em grandes dramas. Ao mesmo tempo, tem uma grande capacidade de compreensão do ser humano, como se fosse muito mais velha do que sua própria existência. Por causa desse fator, o perdão aos que erram e o consolo para quem está sofrendo é uma habilidade natural. Nanã, através de seus filhos-de-santo, vive voltada para a comunidade, sempre tentando realizar as vontades e necessidades dos outros.
Às vezes porém, exige atenção e respeito que julga devido mas não obtido dos que a cercam. Não consegue entender como as pessoas cometem certos enganos triviais, como optam por certas saídas que para um filho de Nanã são evidentemente inadequadas. É o tipo de pessoa que não consegue compreender direito as opiniões alheias, nem aceitar que nem todos pensem da mesma forma que ela.
Suas reações bem equilibradas e a pertinência das decisões, mantém-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça.Todos esses dados indicam também serem os filhos de Nanã, um pouco mais conservadores que o restante da sociedade, desejarem a volta de situações do passado, modos de vida que já se foram. Querem um mundo previsível, estável ou até voltando para trás: são aqueles que reclamam das viagens espaciais, dos novos costumes, da nova moralidade, etc.
Quanto à dados físicos, são pessoas que envelhecem rapidamente, aparentando mais idade do que realmente têm.
O PERFIL DO ORIXÁ
Divindade masculina ioruba, figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal. Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está mais próxima dos seres humanos. Foi uma das primeiras figuras do candomblé incorporada por outros cultos, notadamente pela Umbanda, onde é muito popular. É Sincretizado com São Jorge ou com Santo Antônio, tradicionais guerreiros dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa.
A relação de Ogum com os militares (é considerado o protetor de todos os guerreiros) tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo ioruba. Dizem as lendas que se alguém, em meio a uma batalha, repetir determinadas palavras (que são do conhecimento apenas dos iniciados), Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porém, elas (as palavras) não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, tendo excitado a fúria por sangue do Orixá, detonaram um processo violento e incontrolável; se não encontrar inimigos diante de si após te sido evocado, Ogum se lançará imediatamente contra quem o chamou.
Ogum não era, segundo as lendas, figura que se preocupasse com a administração do reino de seu pai, Odudua; ele não gostava de ficar quieto no palácio, dava voltas sem conseguir ficar parado, arrumava romances com todas as moças da região e brigas com seus namorados.
Não se interessava pelo exercício do poder já conquistado, por que fosse a independência a ele garantida nessa função pelo próprio pai, mas sim pela luta.
Ogum, portanto, é aquele que gosta de iniciar as conquistas mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas, ao mesmo tempo é figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justiça ditada por Xangô. É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão: aos inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte.
Segundo as pesquisas de Monique Augras, na África, Ogum é o deus do ferro, a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, tatuadores, e, hoje em dia, mecânicos, motoristas de caminhões e maquinistas de trem. É, por extensão o Orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da guerra para o da prática: tal conexão continua válida para nós, pois também na sociedade ocidental a maior parte das inovações tecnológicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente incorporada à produção de objetos de consumo civil, o que é particularmente notável na industria automobilística, de computação e da aviação.
Assim, Ogum não é apenas o que abre as picadas na matas e derrota os exércitos inimigos; é também aquele que abre os caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma fábrica numa área não industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte, luta não só contra o homem, mas também contra o desconhecido.
É pois, o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produção e da expansão, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha à sua própria expansão.
Tem, junto com Exu, posição de destaque logo no início de um ritual. Tal como Exu, Ogum também gosta de vir à frente. A força de Ogum está tanto na coragem de se lançar à luta como na objetividade que o domina nesses momentos (e o abandona nos momentos de prazer e gozo).
É fácil, nesse sentido, entender a popularidade de Ogum: em primeiro lugar, o negro reprimido, longe de sua terra, de seu papel social tradicional, não tinha mais ninguém para apelar, senão para os dois deuses que efetivamente o defendiam: Exu (a magia) e Ogum (a guerra); segundo Pierre Verger. Em segundo lugar, além da ajuda que pode prestar em qualquer luta, Ogum é o representante no panteão africano não só do conquistador mas também do trabalhador manual, do operário que transforma a matéria-prima em produto acabado: ele é a própria apologia do ofício, do conhecimento de qualquer tecnologia com algum objetivo produtivo, do trabalhador, em geral, na sua luta contra as matérias inertes a serem modificadas .
Ogum gosta do preto no branco, dos assuntos definidos em rápidas palavras, de falar diretamente a verdade sem ter de preocupar-se em adaptar seu discurso para cada pessoa.
Ogum gosta de dormir no chão, precisa que o corpo entre em contato sempre direto com a natureza e dispensa roupas elaboradas e caras, que possam ser complicadas de vestir ou que exijam muito espaço na mochila. Não tem compromisso com ninguém, nem com seus próprios objetos.
A violência e a energia, porém não explicam Ogum totalmente. Ele não é o tipo austero, embora sério e dramático, nunca contidamente grave. Quando irado, é implacável, apaixonadamente destruidor e vingativo; quando apaixonado, sua sensualidade não se contenta em esperar nem aceita a rejeição. Ogum sempre ataca pela frente, de peito aberto, como o clássico guerreiro.
Existem sete tipos diferentes de Ogum, mas Ogum Xoroquê merece um destaque específico, pois é um Orixá masculino duplo, ou seja possui duas formas diferentes de manifestação. É associado à irmandade e afinidade estreita de Ogum com Exu, pois passa seis meses do ano como Ogum e os outros como Exu, sendo considerado guerreiro feroz, irascível e imbatível.
CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OGUM
Não é difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um comportamento extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto.
Os homens e mulheres que têm Ogum como seu Orixá de cabeça, vão ter comportamentos diferentes, de acordo com os segundos e terceiros Orixás que os influencia ajuntós (adjutores). De qualquer forma , terão alguns traços comuns: são conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar, gostando de temas e assuntos novos, conseqüentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de cidade. Um trabalho que exija rotina, tornará um filho de Ogum um desajustado e amargo. São apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentração no objetivo em pauta; a coragem é muito grande, a franqueza absoluta, chegando mesmo à falta de tato.
O PERFIL DO ORIXÁ
Ossâim é o Orixá masculino de origem nagô (ioruba) que como Oxóssi, habita a floresta. É bastante cultuado no Brasil, sendo conhecido por diversos nomes, Ossonhe, Ossãe e Ossanha, a forma mais popular. Por causa do som final da palavra, é freqüentemente confundido com uma figura feminina. Não é um dos Orixás que possuem mais filhos-de-santo: pelo contrário, seus filhos são do tipo raro, bem menos numerosos em qualquer sociedade.
É o Orixá da cor verde, do contato mais íntimo e misterioso com a natureza. Seu domínio estende-se ao reino vegetal, às plantas, mais especificamente às folhas, onde corre o sumo. Por tradição, não são consideradas adequadas pelo Candomblé mais conservador, as folhas cultivadas em jardins ou estufas, mas as das plantas selvagens, que crescem livremente sem a intervenção do homem. Não é um Orixá da civilização no sentido do desenvolvimento da agricultura, sendo como Oxóssi, uma figura que encontra suas origens na pré-história.
As áreas consagradas a Ossâim nos grandes Candomblés, não são jardins cultivados de maneira tradicional, mas sim os pequenos recantos, onde só os sacerdotes (mão de ofá) podem entrar, nos quais as plantas crescem da maneira mais selvagem possível. Graças a esse domínio, Ossâim é figura de extrema significação, pois praticamente todos os rituais importantes utilizam, de uma maneira ou de outra, o sangue escuro que vem dos vegetais, seja em forma de folhas ou infusões para uso externo ou de bebida ritualística.
Segundo algumas lendas, Ossâim era dono de todos os vegetais. Esse poder concentrador, porém, fazia os outros Orixás dependerem dele em quase todos os litígios. Como os orgulhosos deuses do panteão africano raramente se submetem a qualquer tipo de autoridade, a rebelião era latente, até Iansã, a senhora dos ventos, libertar uma forte corrente de ar (ou mesmo um furacão, conforme a versão), fazendo as folhas voarem. Com isso, elas foram divididas entre todos os Orixás, de acordo com a esfera da atividade humana que controlassem. Algumas plantas, entretanto, continuaram sob o domínio de Ossâim, justamente as mais secretas, utilizadas tanto nos processos de cura, como nos de adivinhação.
Seja filho de Oxalá ou de Nanã, ou de qualquer outro Orixá, uma pessoa sempre tem de invocar a participação de Ossâim ao utilizar uma planta para fins ritualísticos, pois, se os vegetais foram para o domínio de outras divindades, a capacidade de retirar delas sua força energética básica, continua sendo segredo de Ossâim .Por isso não basta possuir a planta exigida como ingrediente de um prato a ser oferecido ao Orixá, ou de qualquer outra forma de trabalho mágico no Candomblé. A Colheita das folhas já é completamente ritualizada, não se admitindo uma folha colhida de maneira aleatória. Antes de tocá-la, o sacerdote (mão de ofá) tem de colocar no chão, dinheiro ou outros objetos secretos de culto como oferenda para a divindade, que assim assegura que a vibração básica da folha permaneça, mesmo depois de ela ter sido afastada da planta e, portanto do solo que a vitalizava.
Se cada ser humano é individualizado pela soma das características e presenças energéticas de seus próprios Orixás (ELEDÁ = PAI, MÃE, 1o e 2o Juntós) também troca energia com as outras fontes que regularizam e ditam normas de seu relacionamento com as outras áreas do conhecimento.
Ossâim tem uma aura de mistério em torno de si e a sua especialidade, apesar de muito importante, não faz parte das atividades cotidianas, constituindo-se mais numa técnica, um ramo do conhecimento que é empregado quando necessário o uso ritualístico das plantas para qualquer cerimônia litúrgica, como forma condutora da busca do equilíbrio energético, de contato do homem com a divindade. Essa é a justificativa para o pequeno número de filhos de Ossâim.
AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OSSÂIM
A pessoa cujo Orixá de cabeça seja Ossâim é considerada pelo culto um filho do Orixá, ou seja, alguém que carrega manifestações de temperamento e uma visão de mundo coerente com as de energia-base, que é o próprio Orixá.
Segundo o pesquisador francês Pierre Verger, um apaixonado pelo Candomblé, que é inclusive um iniciado, o arquétipo psicológico associado a Ossâim é o das pessoas de caráter equilibrado, capazes de controlar seus sentimentos e emoções.
Os filhos de Ossâim são aqueles que não permitem que suas simpatias e antipatias subjetivas e individuais intervenham em suas decisões ou influenciem as suas opiniões sobre pessoas e acontecimentos.
Essa capacidade de discernimento frio e racional, porém, é o responsável pela sua falta de interesse. O tipo de Ossâim é o mais reservado, pouco intervindo em questões que não lhe digam respeito. Não é introvertido, mas não se faz notar pela atividade social. Certa aura de mistério ou pelo menos uma reserva sobre o próprio passado, podem estar presentes, sem chamar a atenção e evitando que alguém conheça detalhes sobre sua vida pregressa, a qual geralmente esconde alguma falta importante do passado, possivelmente já esquecida.
O filho de Ossâim, tem certa atração pela religiosidade e pelos aspectos ritualísticos da realidade em geral. A ordem, os costumes, as tradições e os gestos marcados e repetitivos, o fascinam, não no sentido especificamente reacionário das pessoas que querem a repetição das mesmas e imutáveis relações sociais ad eternum, mas nos que elas tem de místico, de teatral. É, conseqüentemente, meticuloso, nunca se deixando levar pela pressa ou pela ansiedade, pois é, caprichoso.
PERFIL DO ORIXÁ
Esta pesquisa se dedica ao Orixá da Doença ou Orixá da Varíola. Ambos os nomes surgem quando nos referimos à esta figura, seja Omolu seja Obaluaê. Para a maior parte dos devotos do Candomblé e da Umbanda, os nomes são praticamente intercambiáveis, referentes a um mesmo arquétipo e, correspondentemente, uma mesma divindade. Já para alguns babalorixás, porém, há de se manter certa distância entre os dois termos, uma vez que representam tipos diferentes do mesmo Orixá.
São também comuns as variações gráficas Obaluaê e Abaluaê.
Em termos mais estritos, Obaluaê é a forma jovem do Orixá Xapanã, enquanto Omolu é sua forma velha. Como porém, Xapanã é um nome proibido tanto no Candomblé como na Umbanda, não devendo ser mencionado pois pode atrair a doença inesperadamente, a forma Omolu é a que mais se popularizou e acabou sendo confundida não apenas com a forma mais velha do Orixá, mas com sua essência genérica em si. Esta distinção se aproxima da que existe entre as formas básica de Oxalá: Oxalá (o Crucificado), Oxaguiã a forma jovem e Oxalufã a forma mais velha.
A figura de Omolu-Obaluaê, assim como seus mitos, é completamente cercada de mistérios e dogmas indevassáveis. Em termos gerais, a essa figura é atribuído o controle sobre todas as doenças, especialmente as epidêmicas. Faria parte da essência básica vibratória do Orixá tanto o poder de causar a doença como o de possibilitar a cura do mesmo mal que criou.
Em algumas narrativas mais tradicionalistas tentam apontar-se que o conceito original da divindade se referia ao deus da varíola, tal visão porém, nos parece uma evidente limitação. A varíola não seria a única doença sob seu controle, simplesmente pôr ser a epidemia mais devastadora e perigosa que conheciam os habitantes da comunidade original africana, onde surgiu Omolu-Obaluaê, o Daomé.
Assim, sombrio e grave como Iroco, Oxumarê (seus irmãos) e Nanã (sua Mãe), Omolu-Obaluaê é uma criatura da cultura jeje, posteriormente assimilada pelos iorubas. Enquanto os Orixás iorubanos são extrovertidos, de têmpera passional, alegres, humanos e cheios de pequenas falhas que os identificam com os seres humanas, a figuras daomeanas estão mais associadas a uma visão religiosa em que distanciamento entre deuses e seres humanos é bem maior. Quando há aproximação, há de se temer, pois alguma tragédia está para acontecer, pois os Orixás do Daomé são austeros no comportamento mitológico, graves e conseqüentes em suas ameaças.
A visão de Omolu-Obaluaê é a do castigo. Se um ser humano falta com ele ou um filho-de-santo seu é ameaçado, o Orixá castiga com violência e determinação, sendo difícil uma negociação ou um aplacar, mais prováveis nos Orixás iorubas.
Pierre Verger, nesse sentido, sustenta que a cultura do Daomé é muito mais antiga que a ioruba, o que pode ser sentido em seus mitos: A antigüidade dos cultos de Omolu- Obaluaê e Nanã (Orixá feminino), freqüentemente confundidos em certas partes da África, é indicada por um detalhe do ritual dos sacrifícios de animais que lhe são feitos. Este ritual é realizado sem o emprego de instrumentos de ferro, indicando que essas duas divindades faziam parte de uma civilização anterior à Idade do Ferro e à chegada de Ogum.
Como parte do temor dos iorubas, eles passaram a enxergar a divindade (Omolu-Obaluaê) mais sombria dos dominados como fonte de perigo e terror, entrando num processo que podemos chamar de malignação de um Orixá do povo subjugado, que não encontrava correspondente completo e exato (apesar da existência similar apenas de Ossâim). Omolu-Obaluaê seria o registro da passagem de doenças epidêmicas, castigos sociais, já que atacariam toda uma comunidade de cada vez.
Existe uma grande variedade de tipos de Omolu-Obaluaê, como acontece praticamente com todos os Orixás. Existem formas guerreiras e não guerreiras, de idades diferentes, etc., mas resumidos pelas duas configurações básicas do velho e do moço. A diversidade de nomes pode também nos levar a raciocinar que existem mitos semelhantes em diferentes grupos tribais da mesma região, justificando que o Orixá é também conhecido como Skapatá, Omolu Jagun, Quicongo, Sapatoi, Iximbó, Igui.
CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OMOLU-OBALUAÊ
Ao senhor da doença é relacionado um arquétipo psicológico derivado de sua postura na dança: se nela Omolu-Obaluaê esconde dos espectadores suas chagas, não deixa de mostrar, pelos sofrimentos implícitos em sua postura, a desgraça que o abate. No comportamento do dia-a-dia, tal tendência se revela através de um caráter tipicamente masoquista.
Pierre Verger define os filhos de Omolu como pessoas que são incapazes de se sentirem satisfeitas quando a vida corre tranqüila para elas. Podem até atingir situações materiais e rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imaginários. São pessoas que, em certos casos, se sentem capazes de se consagrar ao bem-estar dos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais.
No Candomblé, como na Umbanda, tal interpretação pode ser demais restritiva. A marca mais forte de Omolu-Obaluaê não é a exibição de seu sofrimento, mas o convívio com ele. Ele se manifesta numa tendência autopunitiva muito forte, que tanto pode revelar-se como uma grande capacidade de somação de problemas psicológicos (isto é, a transformação de traumas emocionais em doenças físicas reais), como numa elaboração de rígidos conceitos morais que afastam seus filhos-de-santo do cotidiano, das outras pessoas em geral e principalmente os prazeres. Sua insatisfação básica, portanto, não se reservaria contra a vida, mas sim contra si próprio, uma vez que ele foi estigmatizado pela marca da doença, já em si uma punição.
Em outra forma de extravasar seu arquétipo, um filho do Orixá , menos negativista, pode apegar-se ao mundo material de forma sôfrega, como se todos estivessem perigosamente contra ele, como se todas as riquezas lhe fossem negadas, gerando um comportamento obsessivo em torno da necessidade de enriquecer e ascender socialmente.
Mesmo assim, um certo toque do recolhimento e da autopunição de Omolu-Obaluaê serão visíveis em seus casamentos: não raro se apaixonam por figuras extrovertidas e sensuais (como a indomável Iansã, a envolvente Oxum, o atirado Ogum) que ocupam naturalmente o centro do palco, reservando ao cônjuge de Omolu-Obaluaê um papel mais discreto. Gostam de ver seu amado brilhar, mas o invejam, e ficam vivendo com muita insegurança, pois julgam o outro, fonte de paixão e interesse de todos.
Assim como Ossâim, as pessoas desse tipo são basicamente solitárias. Mesmo tendo um grande círculo de amizades, freqüentando o mundo social, seu comportamento seria superficialmente aberto e intimamente fechado, mantendo um relacionamento superficial com o mundo e guardando sua intimidade ara si própria. Não raro são pessoas que julgam. Ter características detestáveis, que vivem criticando, motivo de vergonha. O filho do Orixá oculta sua individualidade com uma máscara de austeridade, mantendo até uma aura de respeito e de imposição, de certo medo aos outros. Pela experiência inerente a um Orixá velho, são pessoas irônicas. Seus comentários porém não são prolixos e superficiais, mas secos e diretos, o que colabora para a imagem de terrível que forma de si próprio.
Um último, mas importante detalhe; em diversas de suas lendas, o Orixá da varíola é apresentado como uma divindade que perdeu uma perna. Isso se refletiria em seus filhos como um defeito congênito em uma das pernas ou a tendência a sofrer, durante sua vida, por um problema de relativa gravidade em seus membros inferiores, a partir de quedas ou desastres que podem ou não ser curados e ultrapassados
O PERFIL DO ORIXÁ
Ibeji, o único Orixá permanentemente duplo, aproxima-se de Exu pelo seu comportamento arquetípico independente. É formado por duas entidades distintas e sua função básica é indicar a contradição, os opostos que coexistem. Num plano mais terreno, por ser criança. A ele é associado a tudo o que se inicia: a nascente de um rio, o germinar das plantas, o nascimento de um ser humano.
Seus filhos são pessoas com o temperamento infantil, brincalhonas, sorridentes, irrequietas, de muita energia nervosa. Como marca física, aparentam menos idade do que realmente possuem. São muito dependentes em seus relacionamentos emocionais, quase sempre teimosos e possessivos. Ágeis no caminhar, não têm paciência para ficar parados por muito tempo. Odeiam profissões burocráticas e preferem os esportes onde descarregam a e energia e possam competir ou as carreiras que possibilitem algum prazer lúdico. São muito cativantes e carinhosos, com uma sensibilidade sempre à flor da pele; por isso mesmo, magoam-se com facilidade, exageram as contrariedades e agressões que recebem e se deixam levar por mal-entendidos. Gostam de vinganças, que costumam ser rápidas e esquecidas. Tendem a simplificar as coisas, reduzindo o comportamento dos outros a princípios simplistas como gosta de mim - não gosta de mim
Como a maior parte das crianças, gosta de estar em meio a muita gente. As pessoas da Umbanda freqüentemente temem Ibeji: poderoso como todo o Orixá, a criança-divindade, entretanto, entende os pedidos de maneira simplista, o que pode levar a conseqüências não previstas pelas entidades em geral. Por outro lado, têm a reputação de ser extremamente fiéis às pessoas que conquistam sua confiança.
No dia de Ibeji, 27 de setembro (o mesmo de Cosme e Damião, com quem são sincretizados), é costume as casas de culto abrirem suas portas e oferecerem mesas fartas de doces e comidas para as crianças, elevadas à condição de representantes na terra do Orixá.
Qualquer participação de Ibeji em cerimônias, dá um toque alegre e inconseqüente à ela, sendo freqüente que as comidas ritualísticas a eles oferecidas recebam enfeites como fitas de cetim em cores vivas. A Ibeji se oferece todas as cores vivas e as roupas de seus filhos, em cerimônia, são multicoloridas. São homenageados aos domingos, recebendo como comidas rituais, doces, bolinhos, balas, e refrigerantes.
A saudação ao Ibeji é Beje ó ró La ó.
"Ai Ei Eiô, Mamãe Oxum"
Oxum é o nome de um rio em Oxogbo, região da Nigéria. É ele considerado a morada mítica da Orixá. Apesar de ser comum a associação entre rios e Orixás femininos da mitologia africana, Oxum é destacada como a dona da água doce e, por extensão, de todos os rios. Portanto seu elemento é a água em discreto movimento nos rios, a água semiparada das lagoas não pantanosas, pois as predominantemente lodosas são destinadas à Nanã e, principalmente as cachoeiras são de Oxum, onde costumam ser-lhe entregues as comidas rituais votivas e presentes de seus filhos-de-santo.
Oxum tem a ela ligado o conceito de fertilidade, e é a ela que se dirigem as mulheres que querem engravidar, sendo sua a responsabilidade de zelar tanto pelos fetos em gestação como pelas crianças recém-nascidas, até que estas aprendam a falar.
Dentro desta perspectiva, Iemanjá e Oxum dividem a maternidade. Mas há também outro forma de análise; a por faixas etárias, correspondentes a cada arquétipo básico.
Nanã é a matriarca velha, ranzinza, avó que já teve o poder sobre a família e o perdeu, sentindo-se relegada a um segundo plano. Iemanjá é a mulher adulta e madura, na sua plenitude. É a mãe das lendas – mas nelas, seus filhos são sempre adultos. Apesar de não ter a idade de Oxalá (sendo a segunda esposa do Orixá da criação, e a primeira é a idosa Nanã), não é jovem. É a que tenta manter o clã unido, a que arbitra desavenças entre personalidades contrastantes, é a que chora, pois os filhos adultos já saem debaixo de sua asa e correm os mundos, afastando-se da unidade familiar básica.
Para Oxum, então, foi reservado o posto da jovem mãe, da mulher que ainda tem algo de adolescente, coquete, maliciosa, ao mesmo tempo que é cheia de paixão e busca objetivamente o prazer. Sua responsabilidade em ser mãe se restringe às crianças e bebês. Começa antes, até, na própria fecundação, na gênese do novo ser, mas não no seu desenvolvimento como adulto. Oxum também tem como um de seus domínios, a atividade sexual e a sensualidade em si, sendo considerada pelas lendas uma das figuras físicas mais belas do panteão mítico iorubano.
Oxum é ambiciosa; sua cor é azul-claro com raias de ouro. Segundo a tradição ioruba, seu metal é o cobre – mas a correlação com o ouro não está basicamente errada, pois, de acordo com os historiadores, o cobre era o metal mais caro conhecido naquela região. Oxum portanto, gosta das riquezas materiais, mas não numa perspectiva de usura nem uma mesquinhez de quem quer ter riquezas para escondê-las.
A iniciação (na Umbanda ou no Candomblé) é um nascimento e o poder da fecundidade tem de estar presente, pois Oxum mostrou que a menstruação, em vez de constituir motivo de vergonha e de inferioridade nas mulheres, pelo contrário proclama a realidade do poder feminino, a possibilidade de gerar filhos.
Existem 16 tipos diferentes de Oxum, das quase adolescentes até as mais velhas, sendo portanto 16 o número sagrado da mãe da água doce. Diz a lenda que as mais velhas moram nos trechos mais profundos dos rios, enquanto as mais novas nos trechos mais superficiais. Entre essas 16, três são marcadas como guerreiras (Apara, a mais violenta, Iê Iê Kerê, que usa arco e flecha, e Ié Ié Iponda, que usa espada), mas a maior parte delas é mais pacífica, não gostando de lutas e guerras, desde Oxum Obotó, muito suave e feminina, até a versão mais velha, a não menos vaidosa Oxum Abalo.
Além disso, o fluir nada fixo da água doce pelos diversos caminhos, a maneabilidade do elemento se manifestam no comportamento de Oxum. Sua busca de prazer implica sexo e também ausência de conflitos abertos – é dos poucos Orixás iorubas que absolutamente não gosta da guerra.
CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXUM
O arquétipo psicológico associado a Oxum se aproxima da imagem que se tem de um rio, das águas que são seu elemento; aparência da calma que pode esconder correntes, buracos no fundo, grutas - tudo que não é nem reto nem direto, mas pouco claro em termos de forma, cheio de meandros. Os filhos de Oxum preferem contornar habilmente um obstáculo a enfrentá-lo diretamente, por isso mesmo, são muito persistentes no que buscam, tendo objetivos fortemente delineados, chegando mesmo a ser incrivelmente teimosos e obstinados.
A imagem doce, que esconde uma determinação forte e uma ambição bastante marcante, colabora a tendência que os filhos de Oxum têm para engordar; gostam da vida social, das festas e dos prazeres em geral.
O sexo é importante para os filhos de Oxum. Eles tendem a ter uma vida sexual intensa e significativa, mas diferente dos filhos de Iansã ou Ogum.
Os filhos de Oxum são mais discretos, pois, assim com apreciam o destaque social, temem os escândalos ou qualquer coisa que possa denegrir a imagem de inofensivos, bondosos, que constroem cautelosamente.
Na verdade os filhos de Oxum são narcisistas demais para gostarem muito de alguém que não eles próprios – mas sua facilidade para a doçura, sensualidade e carinho pode fazer com que pareçam os seres mais apaixonados e dedicados do mundo.
Faz parte do tipo, uma certa preguiça coquete, uma ironia persistente porém discreta e, na aparência, apenas inconseqüente. Verger define: O arquétipo de Oxum é o das mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras.
Até um dos defeitos mais comuns associados à superficialidade de Oxum é compreensível como manifestação mais profunda: seus filhos tendem a ser fofoqueiros, mas não pelo mero prazer de falar e contar os segredos dos outros, mas porque essa é a única maneira de terem informações em troca.
O PERFIL DO ORIXÁ
Iansã é um Orixá feminino muito famoso no Brasil, sendo figura das mais populares entre os mitos da Umbanda e do Candomblé em nossa terra e também na África, onde é predominantemente cultuada sob o nome de Oyá. É um dos Orixás do Candomblé que mais penetrou no sincretismo da Umbanda, talvez por ser o único que se relaciona,, na liturgia mais tradicional africana, com os espíritos dos mortos (Eguns), que têm participação ativa na Umbanda, enquanto são afastados e pouco cultuados no Candomblé. Em termos de sincretismo, costuma ser associada à figura católica de Santa Bárbara, talvez por causa do raio, já que a santa é sempre invocada para proteger um fiel de uma tempestade. O mesmo acontece com Oyá, que deve ser saudada após os trovões, não pelo raio em si (propriedade de Xangô ao qual ela costuma ter acesso), mas principalmente porque tem sido Iansã uma das mais apaixonadas amantes de Xangô, o senhor da justiça não atingiria quem se lembrasse do nome da amada. Ao mesmo tempo, ela é a senhora do vento e, conseqüentemente, da tempestade.
Nas cerimônias da Umbanda e do Candomblé, Iansã, ela surge quando incorporada a seus filhos, como autêntica guerreira, brandindo sua espada, ameaçando os outros, prometendo a guerra, sempre guerreira e, ao mesmo tempo, feliz. Ela sabe amar, e gosta de mostrar seu amor e sua alegria contagiantes da mesma forma que desmedida com que exterioriza sua cólera.
Como a maior parte dos Orixás femininos cultuados inicialmente pelos nagôs (ou iorubas, outro nome para a mesma cultura) é a divindade de um rio conhecido internacionalmente como rio Níger, ou Oyá, pelos africanos, isso, porém, não deve ser confundido com um domínio sobre a água.
A figura de Iansã sempre guarda boa distância das outras personagens femininas centrais do panteão mitológico africano, se aproxima mais dos terrenos consagrados tradicionalmente ao homem, pois está presente tanto nos campos de batalha, onde se resolvem as grandes lutas, como nos caminhos cheios de risco e de aventura - enfim, está sempre longe do lar; Iansã não gosta dos afazeres domésticos.
É extremamente sensual, apaixona-se com freqüência e a multiplicidade de parceiros é uma constante na sua ação, raramente ao mesmo tempo, já que Iansã costuma ser íntegra em suas paixões; assim nada nela é medíocre, regular, discreto, suas zangas são terríveis, seus arrependimentos dramáticos, seus triunfos são decisivos em qualquer tema, e não quer saber de mais nada, não sendo dada a picuinhas, pequenas traições. É o Orixá do arrebatamento, da paixão.
CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE IANSÃ
Arquetipicamente, Iansã é a mulher guerreira que, em vez de ficar no lar, vai à guerra. São assim os filhos de Iansã, que preferem as batalhas grandes e dramáticas ao cotidiano repetitivo.
Costumam ver guerra em tudo, sendo portanto competitivos, agressivos e dados a ataques de cólera. Ao contrário, porém, da busca de certa estratégia militar, que faz parte da maneira de ser dos filhos de Ogum, que enfrentam a guerra do dia-a-dia, os filhos de Iansã costumam ser mais individualistas, achando que com a coragem e a disposição para a batalha, vencerão todos os problemas, sendo menos sistemáticos, portanto, que os filhos de Ogum.
São quase que invariavelmente de Iansã, os personagens que transformam a vida num buscar desenfreado tanto de prazer como dos riscos. São fortemente influenciados pelo arquétipo da deusa aquelas figuras que repentinamente mudam todo o rumo da sua vida por um amor ou por um ideal. Faz parte dos filhos de Iansã a maior arte dos militantes políticos não cerebrais por excelência. Ao mesmo tempo, quando rompem com uma ideologia e abraçam outra, vão mergulhar de cabeça no novo território, repudiando a experiência anterior de forma dramática e exagerada, mal reconhecendo em si mesmos, as pessoas que lutavam por idéias tão diferentes. Talvez uma súbita conversão religiosa, fazendo com que a pessoa mude completamente de código de valores morais e até de eixo base de sua vida, pode acontecer com os filhos de Iansã num dado momento de sua vida.
Da mesma forma que o filho de Iansã revirou sua vida uma vez de pernas para o ar, poderá novamente chegar à conclusão de que estava enganado e, algum tempo depois, fazer mais uma alteração - tão ou mais radical ainda que a anterior.
O temperamento dos que têm Oyá como Orixá de cabeça, costuma ser instável, exagerado, dramático em questões que, para outras pessoas não mereceriam tanta atenção e, principalmente, tão grande dispêndio de energia.
São do tipo Iansã, aquelas pessoas que podem ter um desastroso ataque de cólera no meio de uma festa, num acontecimento social, na casa de um amigo - e, o que é mais desconcertante, momentos após extravasar uma irreprimível felicidade, fazer questão de mostrar, à todos, aspectos particulares de sua vida.
Como esse arquétipo que gera muitos fatos, é comum que pessoas de Iansã surjam freqüentemente nos noticiários. Ao mesmo tempo, é um caráter cheio de variações, de atitudes súbitas e imprevisíveis que costumam fascinar (senão aterrorizar) os que os cercam e os grandes interessados no comportamento humano.
Os Filhos de Iansã são atirados, extrovertidos e chocantemente diretos. Às vezes tentam ser maquiavélicos ou sutis, mas só detidamente. A longo prazo, um filho de Iansã sempre acaba mostrando cabalmente quais seus objetivos e pretensões. Eles têm uma tendência a desenvolver vida sexual muito irregular, pontilhada por súbitas paixões, que começam de repente e podem terminar mais inesperadamente ainda. São muito ciumentos, possessivo, muitas vezes se mostrando incapazes de perdoar qualquer traição - que não a que ele mesmo faz contra o ser amado. Ao mesmo tempo, costumam ser amigos fiéis para os poucos escolhidos ara seu círculo mais íntimo.
Um problema, porém, pode atrapalhar tudo: a inconstância com que vê sua vida amorosa; outros detalhes podem também contaminar os aspectos profissionais.
Todas essas características criam uma grande dificuldade de relacionamentos duradouros com os filhos de Iansã. Se por um lado são alegres e expansivos, por outro, podem ser muito violentos quando contrariados; se têm a tendência para a franqueza e para o estilo direto, também não podem ser considerados confiáveis, pois fatos menores provocam reações enormes e, quando possessos, não há ética que segure os filhos de Iansã, dispostos a destruir tudo com seu vento forte e arrasador.
O PERFIL DO ORIXÁ
Xangô é um Orixá bastante popular no Brasil e às vezes confundido como um Orixá com especial ascendência sobre os demais, em termos hierárquicos. Essa confusão acontece por dois motivos: em primeiro lugar, Xangô é miticamente um rei, alguém que cuida da administração, do poder e, principalmente, da justiça - representa a autoridade constituída no panteão africano. Ao mesmo tempo, há no Norte do Brasil diversos cultos que atendem pelo nome de Xangô. No Nordeste, mais especificamente em Pernambuco e Alagoas, a prática do candomblé recebeu o nome genérico de Xangô, talvez porque naquelas regiões existissem muitos filhos de Xangô entre os negros que vieram trazidos de África. Na mesma linha de uso impróprio, pode-se encontrar a expressão Xangô de caboclo, que se refere obviamente a um culto sincretizando influências do culto original (candomblé ou umbanda) com cerimônias e mitos dos indígenas da região, também chamado de candomblé de caboclo.
Na mitologia, é atribuído a Xangô (enquanto homem, ser histórico) o reinado sobre a cidade-estado de Oyó, posto que conseguiu após destronar o próprio meio-irmão Dada-Ajaká com um golpe militar. Por isso, sempre existe uma aura de seriedade e de autoridade quando alguém se refere a Xangô.
Xangô é pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com tudo isso, é evidente que um certo autoritarismo faça parte da sua figura e das lendas sobre suas determinações e desígnios, coisa que não é questionada pela maior parte de seus filhos, quando inquiridos.
Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e do trovão. Miticamente, o raio é uma de suas armas, que ele envia como castigo. Ninguém, porém, deve temer sua cólera como uma manifestação irracional.
Xangô tem a fama de agir sempre com neutralidade (a não ser em contendas pessoais suas, presentes nas lendas referentes a seus envolvimentos amorosos e congêneres). Seu raio e eventual castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente - a famosa balança da Justiça. Seu Axé, portanto está concentrado nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá.
Numa visão litúrgica um pouco mais restrita e mais apegada às lendas de origem dos Orixás, um filho de Xangô não se pode contentar apenas com uma pedra vinda de uma pedreira ou de uma montanha para guardar numa vasilha o seu assentamento.
Xangô não contesta o status de Oxalá de patriarca da Umbanda, mas existe algo de comum entre ele e Zeus, o deus principal da rica mitologia grega. O símbolo do Axé de Xangô é uma espécie de machado estilizado com duas lâminas, que indica o poder de Xangô, corta em duas direções opostas. O administrador da justiça nunca poderia olhar apenas para um lado, defender os interesses de um mesmo ponto de vista sempre. Numa disputa, seu poder pode voltar-se contra qualquer um dos contendores, sendo essa a marca de independência e de totalidade de abrangência da justiça por ele aplicada. Segundo Pierre Verger, esse símbolo se aproxima demais do símbolo de Zeus encontrado em Creta.
Outra informação de Pierre Verger especifica que esse oxé parece ser a estilização de um personagem carregando o fogo sobre a cabeça; este fogo é, ao mesmo tempo, o duplo machado, e lembra, de certa forma a cerimônia chamada ajerê, na qual os iniciados de Xangô devem carregar na cabeça uma jarra cheia de furos, dentro da qual queima um fogo vivo, demonstrando através dessa prova, que o transe não é simulado.
Xangô então, é o administrador que se curva à experiência e sabedoria do velho Oxalá, o símbolo do poder em toda sua plenitude, mas que deve ser acatado por Xangô quando em suas decisões intervir.
Xangô portanto, já é adulto o suficiente para não se empolgar pelas paixões e pelos destemperos, mas vital e capaz o suficiente para não servir apenas como consultor.
Outro dado saliente sobre a figura do senhor da justiça é seu mau relacionamento com a morte. Se Nanã é como Orixá a figura que melhor se entende e predomina sobre os espíritos de seres humanos mortos, Eguns, Xangô é que mais os detesta ou os teme. Há quem diga que, quando a morte se aproxima de um filho de Xangô, o Orixá o abandona, retirando-se de sua cabeça e de sua essência.
Deste tipo de afirmação discordam diversos babalorixás ligados ao seu culto, mas praticamente todos aceitam como preceito que um filho que seja um iniciado com o Orixá na cabeça, não deve entrar em cemitérios nem acompanhar a enterros.
CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE XANGÔ
Para a descrição dos arquétipos psicológico e físico das pessoas que correspondem a Xangô, deve-se ter em mente uma palavra básica: Pedra. É da rocha que eles mais se aproximam no mundo natural e todas as suas características são balizadas pela habilidade em verem os dois lados de uma questão, com isenção e firmeza granítica que apresentam em todos os sentidos.
Atribui-se ao tipo Xangô um físico forte, mas com certa quantidade de gordura e uma discreta tendência para a obesidade, que se ode manifestar menos ou mais claramente de acordo com os Ajuntós (segundo e terceiro Orixá de uma pessoa). Por outro lado, essa tendência é acompanhada quase que certamente por uma estrutura óssea bem-desenvolvida e firme como uma rocha.
Tenderá a ser um tipo atarracado, com tronco forte e largo, ombros bem desenvolvidos e claramente marcados em oposição à pequena estatura;
Por essas qualidades, é relativamente fácil para os iniciados descobrirem que tal pessoa é de Xangô, pela aparência e modo de andar, o que é mais difícil para tipos pouco mais sutis e mistos como Oxum, Oçanhe e Omolu.
A mulher que é filha de Xangô, pode ter forte tendência à falta de elegância. Não que não saiba reconhecer roupas bonitas - tem, graças à vaidade intrínseca do tipo, especial fascínio por indumentárias requintadas e caras, sabendo muito bem distinguir o que é melhor em cada caso. Mas sua melhor qualidade consiste em saber escolher as roupas numa vitrina e não em usá-las. Não se deve estranhar seu jeito meio masculino de andar e de se portar e tal fato não deve nunca ser entendido como indicador de preferências sexuais, mas, numa filha de Xangô é um processo de comportamento a ser cuidadosamente estabelecido, já que seu corpo pode aproximar-se mais dos arquétipos culturais masculinos do que femininos; ombros largos, ossatura desenvolvida, porte decidido e passos pesados, sempre lembrando sua consistência de pedra.
Em termos sexuais, Xangô é um tipo completamente mulherengo. Seus filhos, portanto, costumam trazer essa marca, sejam homens, sejam mulheres (que estão entre as mais ardentes do mundo). Os filhos de Xangô, não costumam ser conhecidos socialmente como um tipo dado a aventuras. Não são os mitos sexuais de sua sociedade e é para muito poucos amigos que confessam suas conquistas, pois não faz parte de suas necessidades se auto-afirmar através desse expediente. São honestos e sinceros em seus relacionamentos mais duradouros, porque para eles sexo é algo vital, insubstituível, mas o objeto sexual em si não é merecedor de tanta atenção depois de satisfeito desejo.
Psicologicamente, os filhos de Xangô apresentam uma alta dose de energia e uma enorme auto-estima, uma clara consciência de que são importantes, dignos de respeito e atenção, principalmente, que sua opinião será decisiva sobre quase todos os tópicos - consciência essa um pouco egocêntrica e nada relacionada com seu real papel social. Os filhos de Xangô são sempre ouvidos; em certas ocasiões por gente mais importante que eles e até mesmo quando não são considerados especialistas num assunto ou de fato capacitados para emitir opinião. A postura pouco nobre dos filhos de Xangô e seu cultivo de hábitos considerados aristocráticos ou pouco burgueses, é resultado dessa configuração psicológica.
Porém, o senhor de engenho que habita dentro deles faz com que não aceitem o questionamento de suas atitudes pelos outros, especialmente se já tiverem considerado o assunto em discussão encerrado por uma determinação sua. Gostam portanto, de dar a última palavra em tudo, se bem que saibam ouvir. Quando contrariados porém, se tornam rapidamente violentos e incontroláveis. Nesse momento, resolvem tudo de maneira demolidora e rápida mas, feita a lei, retornam a seu comportamento mais usual.
Em síntese, o arquétipo associado a Xangô está próximo do déspota esclarecido, aquele que tem o poder, exerce-o inflexivelmente, não admite dúvidas em relação a seu direito de detê-lo, mas julga a todos segundo um conceito estrito e sólido de valores claros e pouco discutíveis. É variável no humor, mas incapaz de conscientemente cometer uma injustiça, fazer escolha movido por paixões, interesses ou amizades.
Xangô é o Orixá julgador, destruidor, inteligente, impulsivo, violento. Representa o poder transformador do fogo, é o padroeiro dos intelectuais e artistas. Seu número simbólico é o doze, assim como doze são os ministros, Obas, de Xangô.
Apesar de discordarmos da visão privilegiada do fogo como elemento de Xangô, insistimos que a pedra é seu símbolo básico, mais redutor e mais abrangente ao mesmo tempo.
O PERFIL DO ORIXÁ
Numa visão antropológica, os Orixás são vibrações de energia, cada uma numa faixa própria, com as quais os seres humanos se identificam, o que justifica a existência de filhos de diferentes Orixás. Assim os filhos de Oxóssi, são aqueles cujo metabolismo básico e características de personalidade herdadas geneticamente mais se identificam com uma matriz, o próprio Oxóssi, que se manifesta em ambientes como florestas cerradas, parques onde animais são preservados, espaços enfim, de contato entre o homem e os animais.
Numa visão teológica, os Orixás são divindades a serem respeitadas e cultuadas por seus filhos, que com eles entrariam em contato através de diferentes rituais disseminados na cultura tribal africana e que no Brasil estão agrupados sob o rótulo de uma religião, a Umbanda e o Candomblé. Cada divindade possui lendas que justificam seu destino e principalmente o arquétipo de comportamento à ela associado.
A Umbanda cultuada no Brasil é uma síntese de diversas manifestações diferentes da África, unindo preceitos e práticas que no continente negro se manifestam em povos isolados.
Há porém, uma corrente predominante, a dos iorubas ou nagôs. Sua visão do mundo material e sobrenatural foi a que mais se espalhou, tanto no centro-sul da África, como no Brasil, e os Orixás mais populares são dela originados. Os rituais Jeje, do Daomé (atual República do Benin), também encontraram espaço, principalmente porque tiveram de lutar contra mitos antagônicos dos iorubas; na verdade, o Daomé foi, há muitos séculos, dominado politicamente por um povo de civilização mais recente, os iorubas. Assim como Roma se comportou em relação aos mitos gregos, assimilando-os gradativamente e adaptando-os as suas próprias necessidades, os iorubas assimilaram usos, costumes e Orixás daomeanos, como Nanã, Iroco, Omolu e outros. Uma diferença, porém, sempre existiu para quem se propusesse a analisá-los.
Os mitos iorubas manifestavam grande vitalidade, envolvendo personalidades extrovertidas como Exu. Já os Orixás daomeanos são mais frios, vindos de uma cultura mais hierarquizada, onde os deuses são vistos de maneira um pouco ameaçadora e coercitiva; não costumam ter o senso de humor dos iorubas, sua flexibilidade, onde contendas difíceis às vezes são resolvidas por palavras hábeis. O mundo dos daomeanos é mais soturno, discreto, perigoso.
Nesse sentido, dois Orixás iorubas fogem da tradição básica: o mago Ossâim, o solitário senhor das folhas, e Oxóssi, o caçador. Ambos são irmãos de Ogum na maior parte das lendas e possuem em comum o gosto pelo individualismo e o ambiente que habitam; a floresta virgem, as terras verdes não cultivadas.
A floresta é a terra do perigo, o mundo desconhecido além do limite estabelecido pela civilização iorubana, é o que está além do fim da aldeia. Os caminhos não são traçados pelas cabanas, mas sim pelas árvores, o mato invade as trilhas não utilizadas, os animais estão soltos e podem atacar livremente. É o território do medo.
Oxóssi é o Orixá masculino ioruba responsável pela fundamental atividade da caça. Por isso na África é também cultuado como Ode, que significa caçador. É tradicionalmente associado à lua e, por conseguinte, à noite, melhor momento para a caça. Oxóssi e Ossâim têm na floresta o próprio fim, nela se escondem. O primeiro para capturar os animais, o segundo para poder estudar sozinho e recolher as folhas sagradas.
Oxóssi e Ossâim representam as formas mais arcaicas de sobrevivência, a apologia da caça em detrimento da agricultura, a apologia da magia e do ocultismo em detrimento da ciência.
Ao mesmo tempo, Oxóssi está mitologicamente muito próximo de Ogum, como conciliando o novo e o velho, as novas atividades com as tradicionais. Na Umbanda, recebe o título de Rei das Matas, sendo à ele consagrada a cor verde. Já no Candomblé, a cor verde é consagrada a Ossâim por sua proximidade com as folhas, ficando o azul para Oxóssi, um azul pouco mais vivo e claro que o de Ogum, numa transição cromática.
Outro dado que identifica e aproxima Oxóssi de Ogum, é o fato de ambos representarem atividades e possuírem temperamentos próprios de uma mesma faixa etária, a juventude (mas não a adolescência, pois são mitos adultos, viris), onde a energia se expressa fisicamente.
Assim como o irmão ligado à guerra, Oxóssi é um Orixá que vive ao ar livre e está sempre longe de um lar organizado e estável. Seu combate cotidiano, entretanto, está nas matas, caçando os animais que vão garantir a alimentação da tribo, sendo por isso consagrado como protetor dos caçadores e eterno provedor da subsistência do gênero humano. Protege tanto o que mata o animal como o próprio animal, já que é um fim nobre a morte de um ser para servir de alimento para outro. Protege os antagonistas, o caçador, e a caça, pois são seres do mesmo espaço, a floresta. Por isso Oxóssi nunca aprova a matança pura e simples, para ele a morte dos animais deve garantir a comida para os humanos ou os rituais para os deuses, sendo símbolo de resistência à caça predatória. O conceito de liberdade e independência para Oxóssi é muito claro. Sua responsabilidade principal com relação ao mundo é garantir a vida dos animais para que possam ser caçados. Em alguns cultos de Umbanda, também se atribui à ele o poder sobre as colheitas, já que agricultura foi introduzida historicamente depois da caça como meio de subsistência.
Segundo Pierre Verger, o culto a Oxóssi é bastante difundido no Brasil mas praticamente esquecido na África. A hipótese do pesquisador francês é que Oxóssi foi cultuado basicamente no Keto, onde chegou a receber o título de rei. Essa nação, porém foi praticamente destruída no século XIX pelas tropas do então rei do Daomé. Já no Brasil, o Orixá tem grande prestígio e força popular, além de um grande número de filhos. Seus símbolos são ligados à caça: no Candomblé, possui um ou dois chifres de búfalo dependurados na cintura. Na mão, usa o eruquerê (eiru), que são pelos de rabo de boi presos numa bainha de couro enfeitada com búzios.
O mito do caçador explica sua rápida aceitação no Brasil, pois identifica-se com diversos conceitos dos índios brasileiros sobre a mata ser região tipicamente povoada por espíritos de mortos, conceitos igualmente arraigados na Umbanda popular e nos Candomblés de Caboclo, um sincretismo entre os ritos africanos e os dos índios brasileiros, comuns no Norte do País.
Talvez seja por isso que, mesmo em cultos um pouco mais próximos dos ritos tradicionalistas africanos, alguns filhos de Oxóssi o identifiquem não com um negro, como manda a tradição, mas com um Índio. Seu objeto básico é o arco e a flecha, o ofá e o damatá.
Oxóssi é o que basta a si mesmo. A ele estiveram ligados alguns Orixás femininos, mas o maior destaque é para Oxum, com quem teria mantido um relacionamento instável, bem identificado no plano sexual, coisa importante tanto para a mãe da água doce como para o caçador, mas difícil no cotidiano, já que enquanto ela representa o luxo e a ostentação, ele é a austeridade e o despojamento.
CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXÓSSI
O filho de Oxóssi apresenta arquetipicamente as características atribuídas do Orixá. Representa o homem impondo sua marca sobre o mundo selvagem, nele intervindo para sobreviver, mas sem alterá-lo. Oxóssi desconhece a agricultura, não muda o solo para ele plantar, apenas recolhe o que pode ser imediatamente consumido, a caça.
No tipo psicológico a ele identificado, o resultado dessa atividade é o conceito de forte independência e de extrema capacidade de ruptura, o afastar-se de casa e da aldeia para embrenhar-se na mata, afim de caçar. Seus filhos, portanto são aqueles em que a vida apresenta forte necessidade de independência e de rompimento de laços. Nada pior do que um ruído para afastar a caça, alertar os animais da proximidade do caçador. Assim os filhos de Oxóssi trazem em seu inconsciente o gosto pelo ficar calado, a necessidade do silêncio e desenvolver a observação tão importantes para seu Orixá.
Geralmente Oxóssi é associado às pessoas joviais, rápidas e espertas, tanto mental como fisicamente. Tem portanto, grande capacidade de concentração e de atenção, aliada à firme determinação de alcançar seus objetivos e paciência para aguardar o momento correto para agir. Sua luta é baseada na necessidade de sobrevivência e não no desejo de expansão e conquista. Busca a alimentação, o que pode ser entendido como sua luta do dia-a-dia. Esse Orixá é o guia dos que não sonham muito, mas sua violência é canalizada e represada para o movimento certo no momento exato. É basicamente reservado, guardando quase que exclusivamente para si seus comentários e sensações, sendo muito discreto quanto ao seu próprio humor e disposição.
Os filhos de Oxóssi, portanto, não gostam de fazer julgamentos sobre os outros, respeitando como sagrado o espaço individual de cada um. Buscam preferencialmente trabalhos e funções que possam ser desempenhados de maneira independente, sem ajuda nem participação de muita gente, não gostando do trabalho em equipe. Ao mesmo tempo , é marcado por um forte sentido de dever e uma grande noção de responsabilidade. Afinal, é sobre ele que recai o peso do sustento da tribo.
Os filhos de Oxóssi tendem a assumir responsabilidades e a organizar facilmente o sustento do seu grupo ou família. Podem ser paternais, mas sua ajuda se realizará preferencialmente distante do lar, trazendo as provisões ou trabalhando para que elas possam ser compradas, e não no contato íntimo com cada membro da família. Não é estranho que, quem tem Oxóssi como Orixá de cabeça, relute em manter casamentos ou mesmo relacionamentos emocionais muito estáveis. Quando isso acontece, dão preferência a pessoas igualmente independentes, já que o conceito de casal para ele é o da soma temporária de duas individualidades que nunca se misturam. Os filhos de Oxóssi, compartilham o gosto pela camaradagem, pela conversa que não termina mais, pelas reuniões ruidosas e tipicamente alegres, fator que pode ser modificado radicalmente pelo segundo Orixá (ajuntó). São pessoas tipicamente extrovertidas, gostando de viver sozinhas, preferindo receber grupos limitados de amigos. É portanto, o tipo coerente com as pessoas que lidam bem com a realidade material, sonham pouco, têm os pés ligados à terra
PERFIL DO ORIXÁ
Oxumarê é um Orixá bastante cultuado no Brasil, apesar de existirem muitas confusões a respeito dele, principalmente nos sincretismos e nos cultos mais afastados do Candomblé tradicional africano como a Umbanda. A confusão começa a partir do próprio nome, já que parte dele também é igual ao nome do Orixá feminino Oxum, a senhora da água doce. Algumas correntes da Umbanda, inclusive, costumam dizer que Oxumarê é uma das diferentes formas e tipos de Oxum, mas no Candomblé tradicional tal associação é absolutamente rejeitada. São divindades distintas, inclusive quanto aos cultos e à origem.
Em relação a Oxumarê, qualquer definição mais rígida é difícil e arriscada. Não se pode nem dizer que seja um Orixá masculino ou feminino, pois ele é as duas coisas ao mesmo tempo; metade do ano é macho, a outra metade é fêmea. Por isso mesmo a dualidade é o conceito básico associado a seus mitos e a seu arquétipo.
Essa dualidade onipresente faz com que Oxumarê carregue todos os opostos e todos os antônimos básicos dentro de si: bem e mal, dia e noite, macho e fêmea, doce e amargo, etc.
Nos seis meses em que é uma divindade masculina, é representado pelo arco-íris que, segundo algumas lendas é a ponte que possibilita que as águas de Oxum sejam levadas ao castelo no céu de Xangô. Por essa lenda, é atribuído a Oxumarê o poder de regular as chuvas e as secas, já que, enquanto o arco-íris brilha, não pode chover. Ao mesmo tempo, a própria existência do arco-íris é a prova de que a água está sendo levada para os céus em forma de vapor, onde então se aglutinará em forma de nuvem, passará por nova transformação química recuperando o estado líquido e voltará à terra sob essa forma, recomeçando tudo de novo: a evaporação da água, novas nuvens, novas chuvas, etc.
Nos seis meses subseqüentes, o Orixá assume forma feminina e se aproxima de todos os opostos do que representou no semestre anterior. É então, uma cobra, obrigado a se arrastar agilmente tanto na terra como na água, deixando as alturas para viver sempre junto ao chão, perdendo em transcendência e ganhando em materialismo. Sob essa forma, segundo alguns mitos, Oxumarê encarna sua figura mais negativa, provocando tudo que é mau e perigoso.
Uma interpretação antropológica mais cuidadosa, porém, pode questionar a validade dessas lendas. Não podemos nos esquecer de que tanto na África, como especialmente no Brasil, a população negra, que trazia consigo todos esses mitos, foi continuamente assediada pela colonização branca. Uma das formas mais utilizadas por jesuítas para convencer os negros, era a repressão física, mas para alguns, não bastava o medo de apanhar. Eles queriam a crença verdadeira e, para isso, tentaram explicar e codificar a religião do Orixás segundo pontos de vista cristãos, adaptando divindades, introduzindo a noção de que os Orixás, seriam santos como os da Igreja Católica, etc. Essa busca objetiva do sincretismo sem dúvida foi esbarrar em Oxumarê e na cobra - e não há animal mais peçonhento, perigoso e pecador do que ela na mitologia católica (recordar os mitos de Adão e Eva, a maçã, a concepção de pecado original, etc.). Por isso, não seria difícil para um jesuíta que acreditasse sinceramente nos símbolos de sua visão teológica. Reconhecer na cobra mais um sinal da presença dos símbolos católicos na religião do Orixás e nele reconhecer uma figura que só poderia trazer o mal. Essa, pelo menos, é uma das interpretações feitas por pesquisadores que compararam diferentes versões dos mesmos mitos que não encontraram uma divisão absoluta entre bem / arco-íris (ou masculino) e mal / cobra (ou feminino). Na verdade, o que se pode abstrair de contradições como as que apresenta Oxumarê é que este é o Orixá do movimento, da ação, da eterna transformação, do contínuo oscilar entre um caminho e outro que norteia a vida humana. É o Orixá da tese e da antítese. Por isso, seu domínio se estende a todos os movimentos regulares, que não podem parar, como a alternância entre chuva e bom tempo, dia e noite, positivo e negativo.
Conta-se sobre ele que, como cobra, pode ser bastante agressivo e violento, o que o leva a morder a própria cauda. Isso gera um movimento moto-contínuo pois, enquanto não largar o próprio rabo, não parará de girar, sem controle. Esse movimento representa a rotação da Terra, seu translado em torno do Sol, sempre repetitivo- todos os movimentos dos planetas e astros do universo, regulados pela força da gravidade e por princípios que fazem esses processos parecerem imutáveis, eternos, ou pelo menos muito duradouros se comparados com o tempo de vida médio da criatura humana sobre a terra, não só em termos de espécie, mas principalmente em termos da existência de uma só pessoa. Se essa ação terminasse de repente, o universo como o entendemos deixaria de existir, sendo substituído imediatamente pelo caos. Esse mesmo conceito justifica um preceito tradicional do Candomblé que diz que é necessário alimentar e cuidar de Oxumarê muito bem pois, se ele perder suas forças e morrer, a conseqüência será nada menos que o fim da vida no mundo.
Enquanto o arco-íris traz a boa notícia do fim da tempestade, da volta do sol, da possibilidade de movimentação livre e confortável, a cobra é particularmente perigosa para uma civilização das selvas, já que ela está em seu hábitat característico, podendo realizar rápidas incertas.
Outra fonte de indefinição a respeito do Orixá vem das contradições existentes em suas lendas no Brasil e na própria África. Oxumarê é uma divindade originária da cultura do Daomé, região centro-norte da África. Há séculos tal civilização foi dominada pelos iorubas, povo mais primitivo no sentido de organização social e visão religiosa, mas, em compensação, mais poderoso em termos de organização militar. Como aconteceu com Roma e Grécia, a dominação de uma sociedade menos rica em produções culturais ou no terreno da superestrutura em geral fizeram com que os mitos dos daomeanos não fossem apenas reprimidos, pelo contrário, os iorubas não tentaram impor sua cultura ao povo dominado. Ficaram na verdade impressionados com sua cosmologia e tentaram assimilá-la, principalmente nas figuras que não fossem formas semelhantes a divindades que também possuíssem. Oxumarê foi um desses casos. O princípio da dualidade dos iorubas fazia parte dos Orixás-crianças (Ibeji) - A dualidade que eles representam, porém, é mais próxima do comportamento contraditório e irresponsável em termos ético das crianças, ainda não reprimidas pela codificação social. Já a dualidade de Oxumarê é mais abrangente e até mesmo metafísica, pois representa os ciclos que não estão ao alcance do ser humano.
Oxumarê, Iroco, Omolu, Obaluaê e Nanã, os Orixás do Daomé mais conhecidos e cultuados, castigam quando dispostos ou provocados, mas raramente se arrependem e não possuem as falhas humanas, visíveis e humanizadoras das figura do panteão ioruba.
CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXUMARÊ
Como é comum a todas as divindades originárias do Daomé (cultura jeje) é relativamente difícil estabelecer um arquétipo específico de comportamento associado ao Orixá, já que ele é misterioso e cheio de sombras e mitos. Os filhos de Oxumarê são bem mais difíceis de serem reconhecidos dos os guerreiros filhos de Iansã, os calmos e sábios filhos de Oxalá e os maternais e familiares filhos de Iemanjá, por exemplo. Mesmo assim, algumas características básicas podem ser listadas. Há, porém, divergências em relação às suas características ao consultarmos autores diferente. Para o renomado pesquisador Pierre Verger, por exemplo, Oxumarê pode ser associado à riqueza: Oxumarê é o arquétipo das pessoas que desejam ser ricas; das pessoas pacientes e perseverantes nos seus empreendimentos e que não medem sacrifícios para atingir seus objetivos.
Já Monique Augras, segundo sua visão a respeito dos filhos de Oxumarê, eles costumam possuir o dom da vidência. Quando vivia na terra, Oxumarê previa tudo, adivinhava o que ia acontecer, a tal ponto que não era mais possível viver. Os deuses então decidiram mantê-lo afastado dos homens, pois a clarividência total acaba transformando-se em maldição. A Seu pedido, Oxumarê obteve a autorização de descer na terra de três em três anos.
Verger acrescenta que Oxumarê está associado ao misterioso, a tudo que implica o conceito de determinação além dos poderes dos homens, do destino, enfim: É o senhor de tudo o que é alongado. O cordão umbilical, que está sob seu controle, é enterrado geralmente com a placenta, sob uma palmeira que se torna propriedade do recém-nascido, cuja saúde dependerá da boa conservação dessa árvore.
Assim, ao arquétipo de comportamento associado à figura desse Orixá complexo está a tendência à renovação, a compulsividade à mudança. Seus filhos estão entre aquelas pessoas que, de tempos em tempos, mudam tudo em sua vida: mudam de casa, de amigos, de emprego, como se ciclos se sucedessem sempre, obrigatoriamente, exigindo e provocando rompimento com o passado e iniciando diuturnamente a busca de um novo equilíbrio que deverá persistir até num novo momento de ruptura, desintegração e substituição. Mutabilidade, reinício é seu princípio básico, aproximando-o dos mitos ocidentais referentes ao planeta Plutão, o astro da morte, da destruição, da revolução como forma de renascimento e ressurreição.
Também são apontados nos filhos de Oxumarê certos traços de orgulho e de ostentação, algo que os aproxima do clichê do novo-rico, exibicionista, quando surge um grave problema para alguém de sua amizade, e que precisa efetivamente da sua ajuda.
A androginia do Orixá, por vezes é estendida a seus filhos. Estes, segundo algumas correntes, seriam bissexuais em potencial, mas essa interpretação não é aceita universalmente.
Fisicamente, os filhos de Oxumarê tendem a se movimentar extremamente leve, pouco levantando os pés do chão. Têm em comum com a cobra a facilidade em serem silenciosos, armarem seus botes na vida sem que as pessoas em torno se apercebam disso e só atacando seus inimigos quando têm plena certeza da vitória, que a vítima está encurralada num território que não é o seu.
O PERFIL DO ORIXÁ
Orixá ioruba semelhante à Oya. Orixá do rio Obá, foi a terceira das esposas de Xangô, e também mulher de Ogum. Segundo uma lenda de Ifá, Obá era muito enérgica e forte, mais que alguns orixás masculinos, vencendo na luta, Oxalá, Xangô e Orunmilá. A rivalidade surgiu entre ela e Oxum. Esta jovem e elegante. Obá mais velha e sem muita vaidade, mas com pretensão ao amor de Xangô. Sabendo o quanto este era guloso, procurava sempre surpreender os segredos da receitas de cozinha utilizada por Oxum, que irritada decidiu-se pregar-lhe uma peça, quando um dia pediu-lhe que viesse assistir a preparação de determinado prato, que, segundo Oxum, Xangô, o esposo comum, adorava. Quando Obá chegou, Oxum, estava com a cabeça coberta com um pano que lhe escondia as orelhas, e, cozinha uma sopa na qual boiavam dois cogumelos. Oxum mostrou dizendo que havia cortado as próprias orelhas, colocando na sopa, para preparar o prato predileto de Xangô. Quando lhe foi servido, tomou com apetite e satisfação, retirando-se, todo gentil na companhia de Oxum. Na semana seguinte que era a vez de Obá cuidar de Xangô, decidiu fazer a receita predileta de Xangô, cortou uma de suas orelhas e cozinhou com a sopa. Xangô ficou repugnado e furioso com a cena. Neste momento apareceu Oxum, retirou seu lenço, onde Obá viu que as orelhas de Oxum nunca haviam sido cortadas, sendo por esta caçoada, seguiu-se violenta luta corporal, Xangô mostrou toda sua irritação e furor. Oxum e Obá, fugiram apavoradas e transformaram-se nos rios que levam seus nomes.
Motivo pelo qual, quando Obá se manifesta em alguma das suas iniciadas, leva a mão para cobrir a orelha esquerda, ou ata-se um torço (turbante), a fim de esconder uma das orelhas. Sua cor é vermelha. Sua saudação: Oba sire (Obá xirê).
QUALIDADES
Obá Gideo: Xangô, Oyá, Oxum = Iemanjá
Obá Rewá: Oyá e Xangô
ARQUÉTIPOSão pessoas valorosas e incompreendidas. Suas tendências são um pouco viril. As suas atitudes militantes e agressivas são conseqüências de experiências infelizes ou amargas por elas vividas. Os seus insucessos devem-se, freqüentemente, a um ciúme um tanto mórbido. Entretanto, encontram compensação para as frustrações sofridas em sucessos materiais, onde a sua avidez de ganho e o cuidado de nada perder dos seus bens tornam-se garantia de sucesso.
PARTICULARIDADESDIA: quarta-feiraDATA: 30 e 31 de maioMETAL: cobreCOR: marrom rajadoPARTES DO CORPO: audição, orelha e junto com EWA, protege o consciente.SÍMBOLO: ofangi (espada) e um escudo de cobre.SACRIFÍCIO: = (Oyá)ELEMENTO: fogoFOLHAS: Candeia, negamina, folha de amendoeira.
O PERFIL DO ORIXÁ
Exu é a figura mais controvertida dos cultos afro-brasileiros e também a mais conhecida. Há, antes de mais nada, a discussão se Exu é um Orixá ou apenas uma Entidade diferente, que ficaria entre a classificação de Orixá e Ser Humano. Sem dúvida, ele trafega tanto pelo mundo material (ayé), onde habitam os seres humanos e todas as figuras vivas que conhecemos, como pela região do sobrenatural (orum), onde trafegam Orixás, Entidades afins e as Almas dos mortos (eguns).
Esse Orixá (ou Entidade) não deve ser confundido com os eguns, apesar de transitar na mesma Linha das Almas (uma das três linhas independentes) sendo o seu dia a segunda-feira; ficando sob o seu controle e comando, os Kiumbas (espíritos atrasadíssimos na evolução). Exu é figura de status entre os Orixás, que apesar de ser subordinado ao poder deles, constitui uma figura tão poderosa que freqüentemente desafia as próprias divindades. Sua função e condição de figura-limite entre o astral e a matéria, se revela em suas cores, o negro e o vermelho, sendo esta última a vibração de menor freqüência no espectro do olho humano, abaixo do qual tudo é negro, há ausência de luz.
Seus aspectos contraditórios também podem ser analisados sob outro ponto de vista: o negro significa em quase todas as teologias o desconhecido; o vermelho é a cor mais quente, a forte iluminação em oposição à escuridão do negro. Até em suas cores, Exu é o símbolo das grandes contradições, do amplo terreno de atuação.
Os Exus são considerados entidades poderosas, mas nem sempre conscientes dessa força, desconhecendo seus limites e suas conseqüências ao envolver os seres humanos vivos. Assim ao utilizar-se de suas vibrações, um iniciado precisa tomar cuidado para não permitir que Exu, mesmo com o propósito de ajudá-lo, provoque um descontrole energético que possa ser prejudicial ao ser humano.
Sua função mítica é a de mensageiro - é o que leva os pedidos e oferendas do homens aos Orixás, já que o único contato direto entre essas diferentes categorias só acontece no momento da incorporação, quando o corpo do ser humano é tomado pela energia e pela consciência do seu Orixá pessoal (quando a consciência de quem carrega o Orixá desaparece). É Exu quem traduz as linguagens humanas para a das divindades. Por isso, é imprescindível para a realização de qualquer ritual, porque é o único que efetivamente assegura em uma dimensão (ayé ou orum) o que está acontecendo na outra, abrindo os caminhos para os Orixás se aproximarem dos locais onde estão sendo cultuados.
O poder de comunicar e ligar, confere à ele também o oposto; a possibilidade de desligar e comprometer qualquer comunicação. Se possibilita a construção, também permite a destruição. Esse poder foi traduzido mitologicamente no fato de Exu habitar as encruzilhadas, passagens, os diferentes e vários cruzamentos entre caminhos e rotas, e ser o senhor das porteiras, portas entradas e saídas. Isso não entra em contradição com o fato de Ogum, o Orixá da guerra, ser considerado o senhor dos caminhos. Além da grande afinidade entre as duas figuras míticas (que são irmãos, de acordo com as lendas), Ogum é responsável pelo desbravamento, pelo desmatar e o criar de novos caminhos, pela expansão do reino, enquanto Exu é o senhor da força que percorre esses caminhos.
Como, então, essa imagem de menino brincalhão, mesmo que imprudente, se coaduna com a imagem popular que associa Exu ao Diabo? Mesmo em cultos de Umbanda (alguns) Exu é freqüentemente considerado um representante do mal, das forças perigosas e não totalmente recomendáveis.
Qual a visão está correta?A rigor, ambas ou nenhuma delas. Exu realmente brinca e se diverte, possibilitando brincadeiras e prazeres aos seres humanos. Também mexe com forças terríveis, provoca acontecimentos dramáticos, causando o mal.
Em termos históricos, as culturas africanas que cultuam os Orixás - muito diversificadas, conseqüência evidente de uma sociedade dividida em raças, tribos, muito pouco centralizada para os parâmetros ocidentais - são muito mais antigas que as que conhecemos. Há lendas de Orixás que se explicam como respostas socialmente criativas a acontecimentos perdidos num longínquo passado, como a substituição do matriarcado pelo patriarcado, o surgimento do primeiro conceito de sociedade agrária, em oposição a uma cultura nômade e caçadora.
Assim, como encontrar uma figura que representa o mal numa cultura onde não existe a dicotomia bem-mal? A moralidade ou imoralidade portanto, não está nas figuras dos Orixás, nem principalmente em Exu, mas sim nas interpretações que nós, ocidentais, fazemos a respeito de seus desígnios.
Para a cultura africana, politeísta, onde os deuses brigam entre si, cada um tomando atitudes radicalmente opostas às dos outros, não existe um certo e um errado, mas vários. Cada ser humano é filho de dois Orixás e, para ele, suas atitudes serão as mais corretas, enquanto um filho de outro Orixá deverá manter postura diferente, mas adaptada ao arquétipo de comportamento associado ao seu próprio Orixá.
Outra razão de confusão vem do fato de os negros terem chegado ao Brasil na condição de escravos, tratados como subumanos e sem os mínimos direitos.
Nenhuma hipótese havia, portanto, para que Exu e outras figuras míticas do Candomblé e da Umbanda, fossem aceitas como independentes: os negros tinham de ser convertidos ao Deus Único, aos mitos cristãos.
Uma divindade africana ao ser capturada pelas explicações católicas, teria no máximo o status de santo, divindade menor, praticamente humana, na teologia cristã.
Como precisavam de um Diabo, os jesuítas encontraram na figura de Exu, o Orixá que poderia, meio forçadamente, vestir a sua roupa, provavelmente porque sendo o mais humano dos Orixás, à ele se pede interferência nas questões mais mundanas e práticas, o que resulta que a maior parte das oferendas do culto vá, para ele.
Exatamente por isso, Exu era a divindade que protegia, na medida do possível, os negros dos repressivos senhores. Era para Exu que pediam desgraças para seus senhores.
Dois outros fatores associam Exu ao Demônio; o fogo - elemento do Diabo e também freqüente nos cultos e oferendas para o mensageiro dos Orixás africanos - e o sexo, território considerado tabu pelos católicos, e o prazer - em geral, as atividades favoritas de Exu. A sensualidade desenfreada costuma ser atribuída à influência de Exu, que significa a paixão pelo gozo, sendo freqüentemente representado em estatuetas, como figura humana sorridente, debochada.
Para completar os tabus que marcavam Exu como uma figura que subvertia o conceito de faça o bem e será recompensado, faça o mal e será punido - já que ele podia fazer qualquer coisa e alterar qualquer resultado - mas um fator fez com que fosse não só usado como o Diabo mas reconhecido como sua própria encarnação por parte dos jesuítas: Exu gosta de sangue.
É costume que, em oferendas, o sangue de animais seja o último ingrediente.
Como, porém, essa base filosófica africana foi esquecida na prática pelos brasileiros, existe certo temor e preconceito com relação a Exu. Isso se revela no temor que os babalorixás (sacerdotes que dirigem a Umbanda ou um Candomblé) têm em identificar alguém como filho de Exu, ou seja, como pessoas cuja energia básica é a mesma do mensageiro dos deuses. Reforçam-se assim, os mitos de desgraça que ronda a figura de Exu.
A Pomba-gira, figura comum nos cultos de Umbanda e presente em diversos Candomblés, dada a grande intercomunicação entre as duas vertentes, não passa, de um Exu Feminino, onde estão em destaque o senso de humor debochado, a voluptuosidade e sensibilidade desenfreadas, usando cabelos soltos, saias rodadas e vaidosas flores na cabeça. Sua dança é uma gira frenética, desenfreada, violenta até, com quase nenhum controle - sem compostura, de acordo com a visão ocidental.
CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE EXU
São muitas as pessoas que têm Exu, como fonte energética principal, mas são poucas as que o sabem. É comum um certo temor do pai-de-santo em comunicar ao iniciado que é um filho de Exu (englobado na Linha das Almas), após a confirmação do jogo de búzios. Acontece que os mitos ocidentais e orientais de perigo e desgraça que andam junto de Exu, fazem com que a pessoa que está sob a égide desse Orixá seja considerada uma perseguida da sorte, marcada pelo destino, e são comumente apontados como sofredores, como se ligados ao mal ou ao padecimento.
O arquétipo psicológico associado aos filhos de um Orixá é a síntese das características comportamentais que fazem parte de cada Orixá e que são atribuídas aos seus filhos. Não deve ser encarado como camisa de força que limite os seres humanos, mas guias de comportamento. Essas guias de comportamento ou matrizes, são os Orixás.
No caso dos filhos de Exu, suas características principais seriam a ambivalência e o relativismo, a falta de posturas morais rígidas e inabaláveis, preferindo certo apego à maleabilidade e ao pragmatismo que faz cada situação ser encarada como totalmente independente de outra, cada uma, portanto, merecendo uma saída diferente.


Pai Paulo do Xangô

3 comentários:

nenem disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
nenem disse...

MUITO BOM,ADOREI SEU BLOG EST� MUITO ESCLARECEDOR EXCELENTE AS MAT�RIAS. PARAB�NS.

Unknown disse...

Bom dia, gostaria se possível que alguem me informasse onde posso comprar a Aluá (cachaça de milho).

Meu e-mail é lcrepaldi_rj@hotmail.com

Muito obrigado,

Luiz Crepaldi.